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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional

DOR ASSOCIADA À DISFUNÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR E SEU IMPACTO PSICOSSOCIAL

Douglas Mendes Albergaria 1
Brenno A. S. Minarrini 1
Vanessa C.Costa da Silva  1
Fabiano Sousa Barbosa  1
(1. Faculdade de Minas - FAMINAS)
INTRODUÇÃO:
No Brasil, à semelhança de diversos outros países, tem havido um aumento na expectativa de vida (Rosa et al, 1992). A população idosa, considerada como aqueles indivíduos com mais de 60 anos, compõe hoje o segmento populacional que mais cresce em termos proporcionais (Colussi & Freitas, 2002). Disfunção têmporo-mandibular (DTM) é um termo coletivo usado para descrever desordens nas articulações têmporo-mandibulares, nos músculos mastigatórios ou a combinação de ambos. Os sintomas mais comumente encontrados são dor, restrição ao movimento, pontos de tensão muscular e ruídos articulares intermitentes (Macfarlane et al, 2001; Dimitroulis, 1998). Uma característica importante desta disfunção é a dor crônica, sendo inclusive considerada a razão predominante para busca de serviços de saúde (Pereira Jr et al, 2004). O OHIP14, Oral Health Impact Profile-shortform (Slade, 1997), utilizado em nosso estudo para avaliar o impacto psicossocial dessa dor, é um dos instrumentos mais difundidos internacionalmente e analisa 7 dimensões: limitação funcional, dor física, desconforto psicológico, incapacidade física, incapacidade psicológica, incapacidade social e desvantagem social (Vieira e Nadanovsky, 2005). Objetivamos avaliar as características da dor associada à disfunção têmporo-mandibular e suas conseqüências na qualidade de vida em idosos.
METODOLOGIA:
Na primeira fase deste estudo seccional utilizamos o questionário recomendado pela Academia Americana de Dor Orofacial (Manfredi, 2001), auto-preenchível, composto de dez questões fechadas sobre sinais e sintomas de disfunção têmporo-mandibular nos últimos 6 meses. Este instrumento foi aplicado em 304 idosos, ativos e funcionalmente independentes, em uma instituição do Rio de Janeiro. Na segunda etapa, duas semanas depois, os selecionados como portadores de dor associada a DTM (N=40) foram submetidos a uma entrevista sobre as características desse tipo de dor (intensidade, duração e recorrência) e da qualidade de vida relacionada à saúde bucal (OHIP14), referente aos últimos 2 meses.
RESULTADOS:
A média de idade dos participantes com este tipo de dor foi de 69.1 anos (DP 4.9). A prevalência de dor associada a DTM foi de 13.2% (40 dos 304). A dor associada a DTM mostrou-se de intensidade moderada, forte ou violenta em 57% (N=23) e fraca em 43% (N=17); ninguém relatou dor do tipo insuportável. Em 75% (N=30) essa dor teve duração de 60 dias, fazendo-se presente quase diariamente no período avaliado. Portanto, a recorrência encontrada em nosso grupo foi pequena devido ao fato de essa dor ter ocorrido, na grande maioria dos casos, durante os 2 meses de observação do estudo, de forma contínua sem remissão. A média e mediana dos escores do OHIP14 foram, respectivamente, 14.45 e 14 entre os indivíduos que relataram dor associada a DTM, demonstrando o alto impacto psicossocial deste quadro álgico.
CONCLUSÕES:

A dor associada a DTM mostrou-se uma dor relativamente comum, de intensidade moderada ou forte e com muitos dias de duração, manifestando-se com característica persistente. Os altos escores no OHIP demonstraram que este tipo de dor tem conseqüências psicossociais significativas na qualidade de vida relacionada à saúde bucal de seus portadores.

Instituição de fomento: Faculdade de Minas - FAMINAS
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Dor facial; Idosos; Desordem têmporo-mandibular.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006