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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
ANÁLISE DOS NÍVEIS DE FLEXIBILIDADE DE CRIANÇAS ENTRE 07 E 14 ANOS PARTICIPANTES APENAS DE ATIVIDADES RECREATIVAS
Tâmara Santos Diniz 1
Darlene P. Freitas 2
Dílmerson de Oliveira 2
Luis Felipe C. Lopes 2
Lucio Sleutjes 1, 2
(1. Faculdade de Minas - FAMINAS; 2. Faculdade Metodista Granbery)
INTRODUÇÃO:

A área de medidas e avaliação em Fisioterapia e Educação Física tem, há muito tempo, despertado o interesse dos profissionais e pesquisadores dessa área. Dentro desse contexto, a flexibilidade, um dos componentes da aptidão física relacionada à saúde e que pode ser definida como a amplitude máxima fisiológica passiva, em um dado movimento, tem sido alvo de vários estudos que buscam uma maneira de medi-la.

Existe uma classificação dos testes de flexibilidade, de acordo com as unidades de medida, em: lineares, angulares e adimensionais. Os testes “lineares” como, por exemplo, o teste de sentar e alcançar (que expressa os resultados obtidos em uma escala de distância) foram durante muito tempo, utilizados na Educação Física. Contudo, desde a proposição inicial do Flexiteste, um teste adimensional (Araújo, 1985). Posteriormente modificado, em 1986, este tornou-se o mais comumente utilizado em pesquisas e nas rotinas de avaliações físicas de academias, clubes e escolas, em nosso país.
METODOLOGIA:

A amostra foi constituída por 52 indivíduos (27 homens e 25 mulheres), com idade entre 07 e 14 anos, Para esse estudo, foram considerados como “fisicamente ativos”, aqueles indivíduos que realizavam qualquer atividade recreativa pelo menos duas vezes por semana e que não participavam de treinamentos ou competições.

Para melhor controlar a condição de execução da avaliação, os indivíduos testados não realizaram qualquer atividade física ou recreativa prévia na hora anterior e/ou aquecimento. O Flexiteste foi aplicado por avaliadores experientes no método. Durante a execução do teste, os movimentos, realizados sempre no lado direito do avaliado e pelos mesmos avaliadores, foram conduzidos de forma lenta até o ponto de surgimento de desconforto ou restrição mecânica. Antes da aplicação do Flexiteste, todos os movimentos do referido teste eram explicados e demonstrados.

Nesse método são avaliados movimentos das articulações do tornozelo, joelho, quadril, tronco, punho, cotovelo e ombro, sendo oito movimentos feitos nos membros inferiores, três no tronco e nove nos membros superiores. Com a soma dos resultados obtidos nos 20 movimentos, foi calculado o flexíndice. A partir daí em função do sexo e da idade, o indivíduo era classificado em “muito fraco”; “fraco”; “médio(-)”; “médio(+)”; “bom” e “excelente”.

RESULTADOS:

De modo sucinto, nesse teste avalia-se a amplitude passiva máxima obtida em 20 movimentos articulares específicos, pela comparação com mapas específicos de avaliação. Para cada movimento são atribuídas notas de 0 a 4, em uma escala crescente e descontínua de natureza ordinal. Considerando-se que os resultados populacionais para todos os movimentos apresentam uma distribuição muito próxima, é teoricamente possível obter um índice de flexibilidade global, denominado flexíndice, pela simples soma dos resultados individuais nos 20 movimentos, com os resultados dispostos dentro de uma escala que varia entre 0 e 80 pontos (Silva e Palma, 1999).

Tendo em vista a existência de poucos estudos científicos sobre o nível de flexibilidade principalmente em crianças, este estudo objetiva ampliar o conhecimento a cerca desta capacidade física em indivíduos entre 7 e 14 anos, e servir como ponto de partida para futuros ensaios a respeito do tema.

Em uma análise geral a cerca dos resultados obtidos através da aplicação do frexiteste podemos constatar que o nível de flexibilidade dos indivíduos estudados pode ser considerado bom, tendo em vista a participação dos mesmos somente em atividades recreativas, onde o foco principal é somente o lazer e não competição e/ou treinamento.

Seguindo uma análise comparativa, onde temos como fator de base o sexo do indivíduo, observamos que o nível de flexibilidade das mulheres é maior que dos homens. Enquanto o percentual das mulheres estudadas varia de médio (+) a excelente, o dos homens varia entre médio (-) e bom.

Contudo, todos os indivíduos estudados apresentam níveis aceitáveis de flexibilidade.

CONCLUSÕES:

Os resultados obtidos neste estudo através da aplicação do flexiteste mostram a diferença do nível de flexibilidade existente na faixa etária estudada de acordo com o sexo. Entretanto, do ponto de vista geral, percebemos que os indivíduos estudados apresentam um bom nível de flexibilidade, mesmo participando apenas de atividades recreativas.

Objetivamos através do presente ensaio não só transformar em dados estatísticos os testes realizados, mas sim servir como ponto de partida para  estudos mais complexos sobre o tema proposto, gerando assim conhecimento em prol de uma vida mais saudável.
Instituição de fomento: Faculdade de Minas - FAMINAS
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: flexibilidade; aptidão física; qualidade de vida relacionada à saúde.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006