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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
O COMPORTAMENTO DOS ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, FLORIANÓPOLIS, FRENTE À PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA.
Jane Maria de Souza Philippi 1
Glaycon Michels 2
(1. Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC; 2. Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL)
INTRODUÇÃO:

Realizou-se um estudo epidemiológico descritivo, através da aplicação de um questionário, com uma amostragem representativa dos estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina, para identificar os universitários que praticam atividade física com a finalidade de obter dados para contribuir com medidas preventivas para melhorar sua qualidade de vida.

 

 

METODOLOGIA:

Obteve-se uma amostra aleatória estratificada de 500 alunos, representativa de todos os cursos,  da UFSC, para aplicação de questionário, em 300 alunos, levando-se em conta as perdas. Consegui-se 273 questionários respondidos, o equivalente a 91% da meta pretendida. A precisão da amostra foi de 3,5% (erro amostral) com prevalência esperada de 10%, com intervalo de confiança de 95%. O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFSC e os princípios éticos foram observados conforme as normas e diretrizes de pesquisas envolvendo seres humanos. Comparou-se os dados com um modelo chamado de Teoria dos Estágios de Mudança, segundo Prochaska & Marcus, 1994, que descreve o comportamento através de cinco estágios: 1. Pré-contemplação: o indivíduo não tem intenção de mudar o seu comportamento; 2. Contemplação: o indivíduo considera a necessidade de mudar o comportamento; sendo aí fundamental a percepção de barreiras, facilitadores e o apoio de familiares; 3. Preparação: o indivíduo decide mudar o comportamento, planejando e pensando nas estratégias; 4. Ação: o indivíduo põe em prática seu plano de mudança e começa a agir; 5. Manutenção: o indivíduo incorpora a mudança comportamental à sua rotina, havendo necessidade de estratégias para prevenção de recaídas. Cerca de 50% das pessoas que iniciam um programa de exercícios desistem em seis meses, apesar das evidências científicas da atividade física na promoção da saúde.

RESULTADOS:

Do total de alunos, 59% praticam atividade física, 64% dos homens e 54% das mulheres. Destes, 90% estão satisfeitos com a sua prática de atividade física. Dentre os que não praticam, 51% disseram que é por falta de tempo. Não praticam atividade física, mas pensam em começar, 47% dos estudantes e 1% não pensa em fazer. Segundo a Teoria dos Estágios de Mudança de Prochaska & Marcus, 1994, os estudantes da UFSC encontram-se nos seguintes estágios: de pré-contemplação: 1% dos estudantes, sendo 2% dos homens e 0% das mulheres; de contemplação: 40% dos estudantes, sendo 34% dos homens e 46% das mulheres; ação: 59% dos estudantes, sendo 64% dos homens e 54% das mulheres. Somente 26% dos estudantes praticam o ideal, 3 a 4 vezes por semana, para um cidadão comum.

CONCLUSÕES:
Um pouco mais da metade dos estudantes da UFSC (59%) encontra-se no estágio de ação, isto é, praticando atividade física, mas precisam praticar mais vezes por semana. Existe interesse médico, social e financeiro na participação de jovens em esportes devido ao aumento de crianças e adolescentes obesos. O ideal é a realização de 20 a 40 minutos de atividade aeróbica de intensidade moderada a vigorosa, 50 a 85% da capacidade máxima individual, de três a cinco vezes por semana. Do total de estudantes, 40% encontram-se na fase de contemplação, isto é, considera a necessidade de mudar seu comportamento, tratando-se de um problema que pode começar com estimulo na infância, para que a motivação exista por toda a vida do indivíduo.
 
Palavras-chave: Atividade física; Estágios de mudança de comportamento; Estudantes.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006