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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional

AVALIAÇÃO DO PÉ CHATO EM CRIANÇAS DE 2 A 7 ANOS DE IDADE NA VILA DE PESCADORES DO JARAGUÁ, MACEIÓ - AL

Raphael Patriota Carnaúba 1
Bruno Daniel Duarte Rodrigues Lopes 2
Marcus Aurélio Medeiros Costa 3
Geraldo Magella Teixeira 4
(1. Sociedade de Ensino Superior de Alagoas - Faculdade de Alagoas/ FAL; 2. Sociedade de Ensino Superior de Alagoas - Faculdade de Alagoas/ FAL; 3. Sociedade de Ensino Superior de Alagoas - Faculdade de Alagoas/ FAL; 4. Sociedade de Ensino Superior de Alagoas - Faculdade de Alagoas/ FAL - Orientador)
INTRODUÇÃO:

Pé chato ou plano ocorre quando o pé apresenta seu arco longitudinal rebaixado (Weinstein, 2000). Até os dois anos de idade, o arco longitudinal normal se forma na maioria das pessoas; porém, grande parte das crianças com menos de dois anos de idade apresentam graus consideráveis de pé chato, causados pela hipermobilidade articular e pelo coxim adiposo ao longo do aspecto medial do pé. Até que uma criança aprenda a controlar os músculos em equilíbrio, o pé colapsa durante a colocação de peso. Caso a criança ao iniciar a marcha continue sem controlar este colapso, provavelmente ela permanecerá com o pé chato ao longo de sua vida. Crianças que apresentam o pé chato até os sete anos de idade, têm grande probabilidade de reverter este quadro realizando exercícios de fisioterapia para o pé.

METODOLOGIA:

O Trabalho foi realizado em Maceió/AL, no nordeste brasileiro, numa vila de pescadores onde as atividades principais são a pesca que é feita pelos homens e o trato do pescado que é feito pelas mulheres. Foram incluídos no estudo crianças de ambos os sexos, residentes na comunidade, com idades variando entre dois e sete anos. Os pés das crianças foram pintados com tinta guache azul para meninos e vermelha para meninas, fazendo com que elas pisassem em folhas de papel branco, deixando registrado assim, em forma de carimbo a planta dos pés para que se fizesse a leitura do arco plantar, a fim de detectar ou não o pé chato. De acordo com os dados obtidos, foi realizada uma análise estatística em porcentagem para identificar a incidência do pé chato neste grupo. As crianças portadoras de pé chato serão submetidas a exercícios regulares de fisioterapia. Tais exercícios serão realizados na própria vila dos pescadores e utilizando recursos baratos e recicláveis, tais como: areia da praia, garrafas do tipo PETS, jornais velhos e bolas de borracha.

RESULTADOS:

Foram avaliadas 30 crianças de ambos os sexos, dessas 19 (63,33%) eram do sexo feminino e 11 (36,67%) do masculino. Do total das crianças avaliadas 12 (40%) apresentaram queda no arco plantar, sendo que das crianças que apresentaram pé plano 7 (58,33%) eram do sexo masculino e 5 (41,67%) do sexo feminino.

CONCLUSÕES:
O pé chato quase sempre é indolor, mas se não tratado pode acarretar desvios posturais, afetando joelhos, quadril e coluna vertebral. Tais desvios na fase adulta poderão ocasionar algias e impotências funcionais, constituindo-se assim um problema para a saúde e um transtorno para o portador. Parece que a intervenção precoce é a melhor saída para a prevenção e o tratamento dessa alteração, que pode ser feita de forma lúdica e barata. Na comunidade pesquisada esperava-se encontrar um baixo índice de crianças portadoras de pé chato, pois se trata de região praiana e as crianças possuem o hábito de andarem descalças e brincam na areia. Acredita-se ser surpreendente o fato de 40% das crianças avaliadas serem portadoras do pé chato; fato sugestivo de necessidade de intervenção precoce, pois nessa comunidade a prática da pesca é passada de geração em geração e tal prática exige grandes esforços e competência física. Ter postura saudável é condição indispensável para a prática da pesca e o trabalho com o peixe.
 
Palavras-chave: pé chato; fisioterapia; postura.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006