A alimentação é um dos fatores mais importantes em qualquer fase da vida, por exercer papel fundamental na promoção à saúde do indivíduo (FIDELIX, 2005) e é através de uma dieta adequada que o organismo adquire a energia e os nutrientes necessários para o bom desempenho de suas funções e para a manutenção de um bom estado de saúde.

O enfoque da promoção da saúde nas ações de atenção básica é de fundamental importância. Um dos aspectos da promoção da saúde é a promoção da alimentação saudável, que deve estar inserida no cotidiano das pessoas como um momento agradável e de socialização. Desta forma, não existem regras prescritas e sim recomendações gerais que podem ser seguidas, de forma que as pessoas dêem preferência aos alimentos mais nutritivos, em quantidade suficientes de maneira a promover a saúde e prevenir doenças (BRASIL, 2004), muitas vezes, para se conseguir mudanças no comportamento alimentar é necessário um árduo trabalho de educação nutricional, principalmente quando o público-alvo é o adulto, cujos hábitos se encontram arraigados.

Pensando na necessidade de uma alimentação saudável, este trabalho teve como propósito avaliar o estado nutricional das pessoas atendidas em práticas alternativas de saúde na cidade de Miraí-MG.

As práticas alternativas de saúde acontecem na cidade de Mirai-MG há quase oito anos, com atendimentos fitoterápicos e orientações nutricionais, com média de 12 atendimentos diários. A população do presente estudo foi constituída de 384 pessoas, sendo 248 mulheres, 103 homens e 33 crianças. A pesquisa foi realizada no período de 02/02/2005 à 21/09/2005.

Os dados referentes ao hábito alimentar foram obtidos através de uma anamnese alimentar que incluía um inquérito dietético referente à alimentação habitual. Foram analisados a ingestão de carboidrato, proteína e lipídeos.

Através da análise da anamnese, verificamos que problemas emocionais e financeiros estavam assolando a maioria destas pessoas , pois 82,13% apresentaram crise de depressão, 70,15% problemas financeiros, 62,10% problemas familiares, 50,31% omitem uma refeição diária e 41,15% estavam desempregados. Observou-se que a maioria dos indivíduos apresentou-se com ingestão inadequada dos três macronutrientes (70%), sendo que a ingestão de carboidrato mostrou-se abaixo do recomendado, ingestão de proteína regular e a ingestão de lipídeos acima do recomendado, indicando assim uma dieta desbalanceada.

Conclui-se que quando a proposta de intervenção envolve a educação nutricional, o profissional de saúde deve ponderar todos os aspectos determinantes do hábito alimentar. Hoje a boa alimentação está relacionada a diversos fatores como emocional, financeiro e psicológico. Faz-se necessário então, um trabalho de educação psicológica e nutricional junto a essas pessoas para que possam ter uma melhor qualidade de vida.