IMPRIMIR VOLTAR
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 6. Química Inorgânica
ESTUDOS ESPECTROSCÓPICOS DE UMA BASE DE SCHIFF LUMINESCENTE: O SALEN
Ruza Gabriela Medeiros de Araújo  1
Danielle de Oliveira Maia  1
Roseane Silva de Oliveira  1
Marli de Araújo Navarro 1
Francisco das Chagas Dantas de Lemos  1
Fabiana Roberta Gonçalves e Silva  1
(1. Departamento de Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte / DQ-UFRN)
INTRODUÇÃO:
O desenvolvimento de sondas luminescentes e sensores é um tema de destaque na ciência moderna. Alguns compostos possuem propriedades adequadas para agirem como informativos estruturais e sondas analíticas em sistemas vivos e químicos, por apresentarem intensa luminescência na região do visível quando excitados na região do ultravioleta. As bases de Schiff são compostos que apresentam pelo menos um grupo imina ou azometano (-RC=N-). Essas bases são usualmente preparadas pela coordenação de uma amina primária com um composto que apresente um grupo carbonila ativo; esses compostos foram reportados pela primeira vez por Hugo Schiff em 1864[1]. O Salen [N,N’-ethylenebis (salecylidenaminate)] é uma Base de Schiff potencialmente tetradentada, a qual apresenta um grupo funcional hidroxila na posição orto em relação ao grupo azometano. O objetivo deste trabalho é analisar o processo de luminescência do Salen e obter o rendimento quântico associado a este composto, para posteriormente complexar aos íons lantanídeos prevendo aplicações na área clínica, especialmente em fluoroimunologia (método imunológico baseado no uso de sondas luminescentes para investigação clínica de materiais biológicos).
METODOLOGIA:
O composto tetradentado Salen foi obtido conforme a literatura, onde se utilizou uma solução etanólica aquecida de 6,368 g (30 mmol) em 50 mL de sulfato de cis-1,2-diaminociclohexano e 8,165 g (60 mmol) de acetato de sódio foram adicionados a 6,4 mL (60 mmol) de salicialdeído. O primeiro estudo realizado foi com o ligante macromolecular (base de Schiff - Salen) onde se investigou sua capacidade de luminescência. Nessa análise foram utilizados dois solventes, etanol e metanol em solução de 10-3 molar. O Salen foi solubilizado em metanol e a variação de pH foi obtida acrescentando-se o NaOH, para o controle de pH desejado. A variação de pH (de 6 a 10) foi realizada para que pudéssemos detectar qual seria o pH ideal para a formação do complexo com os íons lantanídeos. A medida de luminescência foi obtida em um espectrofluorímetro SHIMADZU modelo RF-5301PC. - O rendimento quântico foi calculado através da equação (1)[2], utilizando-se o complexo tribipiridinarubídio(III) [Ru(bipy)3] como padrão. Dados do padrão: - C (concentração molar) = 6 x 10-5 M - h (índice de refração da água) = 1,333 - Q abs (rendimento quântico absoluto) = 0,042 - Solvente utilizado: Água
RESULTADOS:
Qx / Qr = [Ar (lr) /Ax (lx)] . [I (lr) / I (lx)].[nx2 / nr2].[Dx / Dr] {Equação 1}. Onde: - Qx é o rendimento quântico da amostra (Salen); - Qr é o rendimento quântico do padrão [Ru(bipy)3]; - Ar (lr) é a absorbância no comprimento de onda máximo (lr) do padrão; - Ax (lx) é a absorbância no comprimento de onda máximo (lx) do Salen; - I (lr) é a intensidade máxima do padrão; - I (lx) é a intensidade máxima do Salen - nx é o índice de refração do solvente utilizado na solução do salen; - nr é o índice de refração do solvente utilizado na solução do padrão; - Dx integração da área do espectro de emissão do Salen; - Dr integração da área do espectro de emissão do padrão. - A análise elementar (CHN) sugere fórmula geral para o Salen: C16H16N2O2. - O estudo fotofísico do ligante Salen foi obtido através das medidas de espectroscopia eletrônica (absorção UV-Visível, emissão e excitação), as quais mostraram que o ligante apresenta uma melhor luminescência no pH=7, uma vez que, foi analisado nos pHs: 6, 7, 8, 9, 10. - A análise de luminescência mostrou que o ligante apresenta uma banda larga referente às transições eletrônicas p* - p e n – p. - Os resultados dos espectros de emissão, excitação e da luminescência mostram que o rendimento quântico é relativamente alto na região do visível.
CONCLUSÕES:
- O ligante é solúvel em metanol e etanol; - De acordo com os resultados obtidos na análise elementar (CHN), o ligante possui fórmula geral C16H16N2O2; - O ligante apresenta uma excelente luminescência no pH = 7 em solução de metanol; - O Salen apresentou rendimento quântico de aproximadamente 30% na região do visível; - A alta luminescência deste composto indica que ele pode ser usado como antena, que pode transferir energia para o íon lantanídeo em composto de coordenação formado com o ligante Salen. - Referências: [1] Collinson e Fenton, 1996. [2] W.T. Carnall, H. Crosswhite, H.M. Crosswhite, Energy Structure and Transition Probabilities of the Trivalent Lanthanides in LaF3, Argonne National Laboratory Report, unnumbered, 1977.
Instituição de fomento: : Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), PROPESQ - UFRN.
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Salen; Lantanídeo; Luminescência.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006