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D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 2. Cirurgia
ESTUDO RETROSPECTIVO DOS PACIENTES SUBMETIDOS A REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA NA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE MACEIÓ ENTRE OS ANOS DE 1990 E 1991
Fabio de Carvalho 1
Amauri Clemente da Rocha 2
Anna Gisele Nunes Coutinho 3
José Wanderley Neto 4
Luciano Nascimento Silva 5
Célio Fernando de Sousa Rodrigues 6
(1. Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas - UNCISAL; 2. Departamento de Ciências Morfologias - UNCISAL; (Prof. Ms.); 3. Universidade Federal do Ceará - UFC; 4. Instituto de Doenças do Coração da Santa Casa - IDCSC; (Cirurgião cardíaco); 5. Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas - UNCISAL; 6. Departamento de Ciências Morfologias - UNCISAL; ((Prof. Dr. Orientador) )
INTRODUÇÃO:
Atualmente, grande parte da população mundial apresenta problemas no aparelho cardiovascular, os quais estão ligados a fatores de riscos como: hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, sedentarismo, obesidade, história familiar de problemas cardiovasculares e diabetes. Um dos problemas mais freqüentes é a isquemia do miocárdio, a qual necessita de revascularização miocárdica cirurgicamente. Neste procedimento diversos vasos podem ser utilizados, sendo os mais freqüentes a veia safena magna (VSM) e a artéria torácica interna esquerda (ATIE). Contudo, muitas vezes, há necessidade de uma segunda cirurgia com a mesma finalidade, em um determinado tempo após a primeira. Grande parte da literatura demonstra que a ATIE apresenta melhor desempenho, com menor freqüência de recidiva de insuficiência coronariana. O objetivo desta pesquisa é verificar clinicamente qual o grupo de revascularizados teve maior percentual de ausência de sinais e sintomas de insuficiência coronariana no período de 10 anos após revascularização, avaliando conjuntamente o sexo, idade, fatores de risco e o número de enxertos por paciente. A importância da pesquisa está no fato de levantar dados clínicos em longo prazo sobre revascularização miocárdica em Alagoas, visto ser a Santa Casa de Misericórdia a principal representante numérica de tal procedimento, comparando-os com resultados da literatura, para evidenciar a eficiência do procedimento no Estado
METODOLOGIA:
Foram identificados e coletados do livro de registro de cirurgias cardíacas da Santa Casa de Misericórdia de Maceió os nomes dos pacientes revascularizados entre 1990 e 1991. Em seguida os prontuários destes pacientes foram analisados retrospectivamente, destacando-se os seguintes itens: nome, número do prontuário, sexo, idade no momento da cirurgia, telefone, data da primeira revascularização, vaso empregado, número de pontes. Depois os pacientes foram classificados em três grupos: 1) revascularizados com artéria torácica interna esquerda e veia safena magna; 2) revascularizados somente com veia safena magna e 3) revascularizados somente com artéria torácica interna esquerda. Em seguida foi agendada, via telefone, e realizada entrevista com os mesmos ou seus familiares (em caso de falecimento do paciente) para aplicação do formulário complementar de coleta de dados, que buscava obter dados tais como: nome do paciente ou do familiar que respondesse aos questionamentos, em caso de morte do paciente, fatores de risco, nova revascularização, realização de angioplastia após a revascularização miocárdica, óbitos relacionados com a revascularização miocárdica. Finalmente a apresentação do termo de consentimento livre e esclarecido, de acordo com aprovação pelo comitê de ética em pesquisa, ao paciente ou familiar, solicitando a permissão para o uso dos dados colhidos
RESULTADOS:
Foram estudados 158 pacientes, destes 60,76% do sexo masculino e 39,24% do sexo feminino. A idade média foi de 57 anos, variando de 35 a 76 anos. Foram realizadas 399 pontes, sendo 72,93% com a veia safena magna (VSM) e 27,07% com a artéria torácica interna esquerda (ATIE). Considerando-se dez anos de pós-operatório: 97 pacientes utilizaram a VSM combinada com a ATIE, 68,05% não tiveram sinais e sintomas de insuficiência coronariana; 5,15% fizeram nova revascularização miocárdica, 12,37% fizeram angioplastia e a mortalidade relacionada a revascularização miocárdica foi de 14,43%. 48 pacientes utilizaram somente a veia safena magna, 50% não tiveram sinais e sintomas de insuficiência coronariana; 12,50% fizeram nova revascularização miocárdica; 16,67% fizeram angioplastia e a mortalidade relacionada a revascularização miocárdica foi de 20,83% e finalmente 13 pacientes utilizaram somente a ATIE, 84,62% não tiveram sinais e sintomas de insuficiência coronariana; 7,69% fizeram nova revascularização miocárdica; nenhum fez angioplastia e a mortalidade relacionada a revascularização miocárdica foi de 7,69%. Quanto aos fatores de risco pesquisados, 32% tiveram hipertensão arterial sistêmica, 27% eram tabagistas, 21% eram sedentários, 19 eram obesos, 17% tinha história familiar de insuficiência coronariana e 5% tinham diabetes.  Dos 158 pacientes, 38% fizeram três pontes, 32% fizeram duas pontes, 20% fizeram quatro pontes, 9% fizeram uma ponte e 1% fez cinco pontes
CONCLUSÕES:
Entre pacientes submetidos a revascularização miocárdica na Santa Casa de Misericórdia de Maceió entre os anos de 1990 e 1991, com período de 10 anos de pós-operatório, o grupo em que se empregou somente a ATIE obteve maior percentual de ausência de sinais e sintomas de insuficiência coronariana , com 84,62%, contra 68,05% do grupo em que se empregou a VSM combinada com a ATIE e 50% no grupo em que se empregou somente a VSM. O sexo predominante foi o masculino, a idade média foi de 57 anos, o fator de risco predominante foi a hipertensão arterial sistêmica e prevaleceu a realização de três enxertos por paciente. Evidenciou-se também que os resultados foram semelhantes aos da literatura
Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas – FAPEAL/UNCISAL
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: artéria torácica interna; veia safena; revascularização miocárdica.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006