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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE SEXUALIDADE E SAÚDE REPRODUTIVA ENTRE ADOLESCENTES E JOVENS MATRICULADOS EM ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA-PB
Maria Neidjane de Araújo Marinho 1
John Paul Albuquerque Caldas 2
José Antonio Novaes da Silva 3
(1. Aluna do curso de Ciências Biológicas da UFPB e Bolsista do Prolicen; 2. Aluno do curso de Ciências Biológicas da UFPB e Bolsista do Proext.; 3. Professor Doutor do Departamento de Biologia Molecular da UFPB)
INTRODUÇÃO:

A sexualidade é uma construção cultural, relacionada à forma com a qual as pessoas obtêm prazer, algo que varia de acordo com o sexo, normas de gênero, etnia e idade. A manifestação da sexualidade pode ir desde as mais diferentes tarefas até a relação sexual. Entre a maioria das pessoas, o que se percebe é a extrema valorização do sexo e um amplo desconhecimento a respeito da sexualidade. Na cidade de João Pessoa duas pesquisas mostram que o corpo docente não apresenta conhecimento suficiente para tratar da sexualidade em sala de aula, com base no exposto, o presente trabalho tem por objetivo, obter informações, a respeito da forma como adolescentes de camadas populares vivenciam sua sexualidade e o nível de conhecimento que dispões a respeito de sexo, doenças sexualmente transmissíveis e saúde reprodutiva. A respeito de como se cuidar foi conduzido uma aplicação de questionários, e demonstração de vídeos e palestras, a alunos de ambos os sexos (entre 12 e 19 anos), de duas escolas municipais de ensino fundamental de João Pessoa.

METODOLOGIA:

A amostra deste estudo foi constituída de 168 adolescentes de ambos os sexos, do ensino fundamental, das duas escolas municipais de João Pessoa; que responderam a um questionário sobre sexualidade, uso de preservativo, normas de gênero e conhecimento de métodos contraceptivos.

RESULTADOS:

Os dados obtidos nos demonstram a grande desinformação dos adolescentes, a respeito da Sexualidade e Educação Reprodutiva por eles vivenciada. A idade média dos informantes, na época da aplicação do instrumento de pesquisa, era de 15,5 e 15 anos, das moças e rapazes, respectivamente. Do total dos participantes, 26,19% já se masturbaram, mas apenas 11,58% deram continuidade a esta prática auto-erótica. Nos adolescentes, 88,34% assumem já terem praticado o auto-erotismo, porém 67% deram continuidade à masturbação. As jovens que praticam a masturbação apresentam uma idade média de 15,6 anos, e os adolescentes 14,1 anos. Apenas 43,7% das entrevistadas e 47,3% dos entrevistados relatem saber a diferença entre sexo e sexualidade, aproximadamente 95% das pessoas entrevistadas não recebem informações a respeito do assunto com seus pais e mães. Da amostra estudada apenas 1,6% das jovens já vivenciaram a sexarca e alegaram estarem apaixonadas pelo parceiro no período da primeira transa. Para os rapazes o principal fator motivador da iniciação sexual foi a atração pela parceira, entre eles 43,82% já vivenciaram a sexarca.

CONCLUSÕES:

A sexualidade dos jovens mostra-se fortemente ligada à forma como os gêneros feminino e masculino são educados em nossa sociedade, o que se reflete nos percentuais obtidos da iniciação sexual e idades da sexarca e também na prática do auto-erotismo. As normas de gênero também influenciaram o motivo pelos quais estes jovens vivenciaram o primeiro beijo, pois para eles o primeiro beijo esteve ligado a atração enquanto para elas a principal motivação foi a paixão. A dupla paixão e atração sexual também motivaram diferentemente a iniciação sexual, sendo a paixão, o principal motivo feminino e a atração sexual a principal motivação masculina. Para a grande maioria das jovens o termo sexualidade pode ser usado como sinônimo para sexo ou homossexualidade.

Instituição de fomento: Trabalho ligado ao Programa de Prolicen da UFPB
 
Palavras-chave: sexualidade; adolescência ; juventude.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006