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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional

ANÁLISE DA MOTRICIDADE FINA EM PACIENTES QUE APRESENTAM DEFICIÊNCIA VISUAL TOTAL COMPARADA COM PESSOAS QUE APRESENTAM VISÃO NORMAL

Daiana Cesaro 1
Barbara Lucia Pinto Coelho 1
Évelin Vicente 1
(1. Departamento de Fisioterapia da Universidade do Extremo Sul Catarinense / UNESC)
INTRODUÇÃO:

A visão constitui um dos sentidos de especial importância para a relação do homem com o meio em que vive, sendo possivelmente um dos sentidos mais complexos.  As alterações ocorridas nesse sistema, por causas congênitas ou adquiridas, levam a deficiência sensorial importante e muitas vezes irreversível. No estado de Santa Catarina, estima-se que 24 mil pessoas apresentam-se com esta deficiência. Para os portadores de deficiência visual, o sentido do tato, a audição e as sensações vestibulares e proprioceptivas precisam substituir a visão para fornecer as informações que provocam e controlam os movimentos. A sensibilidade táctil precisa ser estimulada, visto que ela lhe servirá de muitas maneiras como: leitura em Braille e digitação. Se as mãos têm tamanha importância para o ser humano, é fácil imaginar seu papel na vida das pessoas com deficiência visual. As informações chegam a elas por dois canais principais: a linguagem, pois ouvem e falam e a exploração tátil, que depende especialmente das mãos. O uso das mãos como instrumento de percepção deve ser intensamente estimulado, incentivado e aprimorado nos portadores de deficiência visual. O objetivo deste estudo foi analisar a motricidade fina de pacientes que apresentam deficiência visual comparando com pessoas que apresentam visão normal.                                                                                  

METODOLOGIA:

A amostra foi composta por 9 indivíduos que assinaram um termo de consentimento do projeto. Quatro indivíduos apresentavam ausência total da visão (sendo 3 do sexo masculino) e os outros 5 indivíduos apresentavam visão considerada normal (sendo 1 do sexo masculino). A faixa etária variou de 21 a 57 anos. Para analisar a motricidade fina, foi proposto aos participantes realizarem atividades como identificar objetos, encaixar peças, dar nó no cadarço, vestir e abotoar um jaleco, colocar o tênis. As atividades eram cronometradas e os participantes com visão normal realizavam as atividades com os olhos vendados. O trabalho foi realizado na Associação dos Deficientes Visuais do Sul / ADVISUL e na Clínica de Fisioterapia da UNESC, em Criciúma / SC.

RESULTADOS:

Três atividades demonstraram uma diferença entre os grupos. A primeira foi a atividade de encaixe, em que o grupo dos portadores de deficiência visual executaram, em média, 3 segundos mais rápido que o grupo controle. As outras duas atividades, o grupo de pessoas que não apresentavam dificuldades visuais, realizaram em um menor tempo quando comparados com o grupo de pessoas que apresentavam dificuldades visuais. Na atividade de colocar o jaleco, a diferença foi mais de 6 segundos e na atividade de colocar o tênis a diferença de tempo foi mais de 8 segundos. Todas essas diferenças foram aparentes, já que nenhuma delas foi estatisticamente significante (p> 0,05).

CONCLUSÕES:

A hipótese inicial era de que os indivíduos com deficiência visual tivessem uma motricidade fina mais acurada. Entretanto, com os testes empregados essa hipótese não foi confirmada. Talvez outras avaliações envolvendo testes não relacionados a rotina dos indivíduos permita avaliar mais adequadamente a nossa hipótese. Um outro aspecto limitante deste trabalho é o número de indivíduos e a distribuição de gênero.

 

 
Palavras-chave: Sistema Visual; Deficiência Visual; Motricidade Fina.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006