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C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 5. Zoologia Aplicada
ESTUDO QUANTITATIVO DA FAUNA VÁGIL NA REGIÃO MESOLITORÂNEA DA PRAIA DE PIRATININGA - NITERÓI, RJ
Helaina Carvalho Crisóstomo  1
Thais de O. Fressz  1
Hilda M. S. Sathler 1
Clésio Castro da Silva 1
Gilson A. de Castro 1
(1. Departamento de Zoologia, ICB, Universidade Federal de Juiz de Fora / UFJF)
INTRODUÇÃO:

           Os habitats costeiros bentônicos estão entre os mais produtivos do planeta. Dentre os ecossistemas presentes na região entremarés e habitat da zona costeira, os costões rochosos são considerados um dos mais importantes por abrigarem um grande número de espécies de grande importância ecológica e econômica. São locais de alimentação, crescimento e reprodução de um grande número de espécies, que como conseqüência permitem importantes interações biológicas neste ambiente.

            De acordo com o tamanho, podem ser macrobentons, meiobentons e microbentons. Com relação a locomoção, podem ser sésseis, sedentários ou vágeis. Vágeis são organismos que se movimentam independentemente do ato de alimentação. O estudo das comunidades bênticas de costões rochosos leva em consideração, a princípio, apenas a fauna séssil, como sendo a representativa desse ambiente. Os organismos sedentários e vágeis são objeto de estudo para a fauna associada (vágil).

            O presente estudo objetivou caracterizar quantitativamente a macrofauna bêntica vágil do mesolitoral de dois diferentes costões rochosos localizados na praia de Piratininga, no município de Niterói, Rio de Janeiro.
METODOLOGIA:
            As coletas foram realizadas na maré de sizígia diurna nos dias 22 de julho de 2005 (Costão 1: 22° 57’10” S - 43° 6’ 01,1” W) e 1 de novembro de 2005 (Costão 2: 22° 57’ 17,0” S - 43° 5’ 54” W). Foram feitas coletas numa transecção de 10 m com um quadrado de alumínio (10 X 10 cm), os organismos retirados com espátula (10 réplicas), colocados em vidros para serem anestesiados por resfriamento (2 a 3 horas) e fixados em formalina a 10%. No laboratório de Anelídeos Moluscos e Equinodermos foram triados e transferidos para o álcool a 70%. Os taxa foram identificados por literatura especializada e analisados por meio da abundância, densidade e riqueza.
RESULTADOS:

           Foram encontrados: Polychaeta (71 no costão 1 e 9 no costão 2), Cnidaria (146 no costão 1 e nenhum no costão 2), Turbellaria (21 no costão 1 e nenhum no costão 2) e Bivalvia ( nenhum no costão 1 e 35 no costão 2), Crustacea (382 no costão 1 e 11 no costão 2), Oligochaeta (218 no costão 1 e 1 no costão 2), Nemertea ( 16 no costão 1 e nenhum no costão 2) e Gastropoda (105 no costão 1 e 464 no costão2).

          O costão 1 foi caracterizado por uma densidade de 969 espécimes e uma riqueza que variou entre 2 e 7 enquanto a abundância variou de 16 a 382 sendo Crustacea (382) e Oligochaeta (218)  os mais representativos e Nemertea (16) com menor abundância. No entanto o costão 2 foi caracterizado por uma densidade de 520 espécimes e uma riqueza que variou entre 1 e 4, enquanto a abundância variou de 1 a 464, sendo Gastropoda (464) o mais representativo e Oligochaeta (1) com menor abundância.
CONCLUSÕES:

A aleatorização na amostragem é utilizada como forma de obtenção de dados não viciados e permite comparações.

O método de raspagem total utilizado na coleta tem demonstrado ser mais adequado se comparado à contagem dos organismos interceptados por quadrantes, pois implica em posterior análise do material coletado, o que permite uma triagem cuidadosa.

Ë importante considerar que, através da realização de estudos de maior abrangência e duração poderão obter resultados que poderão evidenciar sobre a preservação do ambiente.
 
Palavras-chave: Fauna Vágil ; Costão Rochoso; Macrofauna.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006