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A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
AVALIAÇÃO AGRONÔMICA DE CINZAS DE FORNOS DE CERÂMICA DO SEMI- ÁRIDO EM TERMOS DE pH, ALUMÍNIO TROCÁVEL (Al+3) E MATÉRIA ORGÂNICA
Vaeudo Valdimiro de Oliveira 1
Fabiano Machado de Araújo 1
Ana Flávia Félix Farias 1
Nilzânia Vieira do Nascimento 1
Manuel Alves Marques 1
José Pires Dantas 1
(1. Departamento de Química da Universidade Estadual da Paraíba - UEPB; 2. Prof. Dr. )
INTRODUÇÃO:

- O solo é um importante e indispensável meio de substâncias para a humanidade, haja vista as plantas terem neste seu suporte para a produção de alimentos e preservação ambiental. O Semi-árido do Nordeste brasileiro apresenta índices baixos de precipitação variando de 500 a 600mm e temperaturas médias anuais de 25 a 26ºC. A produção agrícola nesses solos na sua maioria de baixa a média fertilidade, necessita de complementação nutricional a qual é feita com fertilizantes minerais e/ou orgânicos. É um contra censo procurar adubar culturas alimentares nessa Região com fertilizantes minerais solúveis e industriais, pois a irregularidade das chuvas, no geral, leva ao fracasso a prática desta adubação. As Microrregiões do Seridó paraibano e norte-rio-grandense têm em torno de 80 industrias ceramistas do tijolo e da telha, tendo a lenha como principal fonte energética, gerando em torno de 2.500 toneladas de cinzas anualmente que após analisadas quimicamente, revelaram um PRNT(Poder Relativo Neutralizante Total) de 85%, além de 35kg de K+ solúvel, 15kg de P solúvel, 350kg de Ca++ solúvel e 80kg de Mg++ solúvel por tonelada, além de traços de micronutrientes, entre eles Fe, Cu, Mo, Mn e Zn. Essas cinzas com características químicas compatíveis aos sistemas de produção agrícola estão sendo desperdiçadas, contribuindo para a impactação ambiental, pois na maioria são jogadas em córregos de riachos, levando à eutrofização de corpos d’água e inclusive de lençóis freáticos.

METODOLOGIA:

Coletou-se macro amostra de solos nos municípios de Cuité-PB (solo I), Araruna-PB (solo II), Acari-RN (solo III), Lagoa Seca-PB e Alagoa Nova-PB (solo IV), Areia-PB (solo V), e Texeira-PB (solo VI). As amostras foram postas para secar no abrigo telado de vegetação da Universidade Estadual da Paraíba-UEPB onde foram peneirados em peneira ABNT=10. As cinzas de fornos de cerâmicas foram coletadas em pelo menos 15 fornos instalados nas micro regiões do Seridó paraibano e norte riograndense. Foram utilizados onze tratamentos (T). TO – ausência de cinza; T1 – 0,5 t-cinzas/ha; T2 – 1,0 t-cinza/ha; T3 – 1,5 t-cinzas/ha; T4 – 2,0 t-cinzas/ha; T5 – 2,5 t-cinzas/ha; T6 – 3,0 t-cinzas/ha; T7 – 3,5 t-cinzas/ha; T8 – 4,0 t-cinzas/ha; T9 – 4,5 t-cinzas/ha e T10 – 5,0 t-cinzas/ha. O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualisado com 11 tratamentos e 4 repetições por local totalizando 264 parcelas. Foram tomadas garrafas de Coca-cola com volume de 2 litros e nessas colocadas o solo em torno de 1,3 Kg (vasos de Leonard) misturadas ao quantitativo de cinzas correspondentes aos tratamentos. Os vasos foram mantidos a sombra durante 40 dias na capacidade de campo. No 40º dia da instalação dos ensaios coletou-se os solos correspondente aos tratamento pondo-os para secar a sombra, peneirados em seguida em peneira ABNT=10 acondicionando-os em sacos plásticos sendo em seguida analisados os índices de pH, alumínio trocável (Al+3 ) e matéria orgânica.

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RESULTADOS:

Os resultados mostram que as cinzas tanto para o pH em solução de CaCl2 a 10-2 mol/L como o pH em água teve uma atuação significativa no combate da acidez do solo passando de ácido para neutro. Observa-se que o pH para o tratamento T0 foi de 5,8 e T10 foi igual a 7,11 isto em solução de CaCl2 a 10-2 mol/L, já para o pH em água no tratamento T0 foi de 5,41 e para T10 foi igual a 7,78, este valores são referente ao solo oriundo da Serra de Cuité-PB. Já os outros solo seguiram a mesma linearidade. Isto mostra que à medida que aumenta a quantidade de cinzas no solo há um aumento do pH. Porém o alumínio trocável ( Al+3 ), só foram encontrado nos solos oriundo da Serra de Cuité-PB para os tratamentos (T0 , T1 e T4 ), no solo oriundo da Serra de Araruna-PB nos tratamentos ( T0 e T1 ), solo de Acarí –RN nos tratamentos ( T0 , T1 e T2 ) e no solo de Chã de Jardim foram encontrados alumínio trocável Al+3 em todos os onzes tratamentos. No solo Chã de jardim para o tratamento T0 foi de 1,165 cmolc de Al+3 /dm3 e para T10 foi igual a 0,07 cmolc de Al+3/dm3. No entanto em termo de matéria orgânica todos os solos apresentarem valores oscilante nos onzes tratamentos, porém o solo que apresentou maior teor de matéria orgânica foi o solo oriundo da Serra de Teixeira –PB com cerca de 10 gramas de matéria orgânica por quilograma da terra fina seca (g de carbono/TFSE).

CONCLUSÕES:

Os resultados obtidos, mostram que o pH em água é levemente mais alto que o pH em solução de CaCl2 a 10-2 mol/L, e que à medida que aumenta a quantidade de cinzas há um leve aumento no pH. No entanto o alumínio trocável ( Al+3), só foram encontrado no solo da Serra de Cuité-PB, de Araruna-PB, de Acarí-RN e no solo de Chã de Jardim. Isto mostra que à medida que aumenta a quantidade de cinzas , o teor de alumínio trocácel (Al+3) diminui. Além disso os resultados mostram que o teor de matéria orgânica é bastante oscilante em todos os solos para os onzes tratamentos estudados e o solo que apresentou maior teor de matéria orgânica foi o solo da Serra de Teixeira com cerca de 10 gramas de matéria orgânica por quilograma de terra fina seca .

Instituição de fomento: CNPq/Edital Universal – 477807/03-8
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Cinzas de Fornos de Cerâmica; pH ; alumínio trocável (Al+3 ).
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006