IMPRIMIR VOLTAR
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 3. Saúde de Populações Especiais
CÂNCER DE MAMA E QUALIDADE DE VIDA
Clarice Garcia Rebello 1
Evanea Joana Scopel 1
Roberto Moraes Cruz 1
Valentina C. Vieira 1
(1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC)
INTRODUÇÃO:

De acordo com Sales et al. (2001), a detecção cada vez mais precoce do câncer e o avanço nos tratamentos têm possibilitado maior sobrevida às pessoas que passaram por essa experiência, levando os profissionais da saúde a dar maior ênfase para a qualidade de vida desses indivíduos. O câncer de mama no Brasil é considerado um problema de saúde pública e os maiores índices se concentram na região sul e sudeste. Para Mamede et al. (2000) a mastectomia acarreta para a mulher uma série de conseqüências de ordem física e emocional, dentre as quais destacam-se as relacionadas ao desempenho de suas atividades da vida diária (AVDs), linfedema, fadiga, dor, insônia e alterações na imagem corporal. O linfedema é considerado a principal complicação decorrente do tratamento cirúrgico para câncer de mama, implicando alterações físicas, psicológicas e sociais, que comprometem a qualidade de vida das mulheres Assim sendo, o presente estudo teve como objetivo verificar a qualidade de vida de mulheres mastectomizadas.

METODOLOGIA:
Esta pesquisa caracteriza-se como descritiva. A amostra foi do tipo não-probabilística intencional, sendo composta por 18 mulheres entre 40 e 70 anos de idade, que tivessem realizado a cirurgia de câncer de mama uni ou bilateralmente até o ano de 2005 e que possuíssem no mínimo cinco meses de realização do procedimento cirúrgico. Para verificar a qualidade de vida foi utilizada a versão curta em português do instrumento WHOQOL-bref desenvolvido pela OMS. Esse instrumento é composto por 26 questões fechadas que abordam diferentes aspectos da vida. Os dados foram tratados por meio da estatística descritiva.
RESULTADOS:
Em relação a auto avaliação da qualidade de vida, 61,1% das mulheres auto avaliaram-se como boa, 29,4% como nem boa nem ruim e 5,6% como muito boa.Um fator que proporciona essa melhora na qualidade de vida é a reconstrução mamária. 66,7% realizou a reconstrução e esse fato pode ter influenciado positivamente na avaliação da qualidade de vida. Quanto à aceitação da aparência física, 61,1% relataram aceitar muito a aparência que possuem. Irwig (2002) menciona que mulheres que são submetidas a tratamentos conservadores obtém uma melhor imagem corporal, o que repercute numa melhora na qualidade de vida. Na capacidade para a realização das atividades da vida diária 72,2% afirmaram estar satisfeitas.Quanto a freqüência de sentimentos negativos 66,7% relataram ter sentimentos negativos algumas vezes, 27,8% ter freqüentemente e 5,6% nunca. O câncer e seus tratamentos constituem-se uma fonte de estresse e as pessoas que passam por essas experiências podem desencadear problemas psicológicos.Em relação à satisfação consigo mesma a maioria 72,2% relataram estar satisfeitas. Sabe-se que a cirurgia de reconstrução mamária influencia na auto-estima da mulher e isso pode ter beneficiado no grau de satisfação que elas possuem consigo mesmas.Quanto a satisfação com a vida sexual 50% das mulheres declararam estar satisfeitas e 22,2% insatisfeitas. Mais uma vez percebe-se que a cirurgia conservadora pode ter influenciado na aceitação da imagem corporal e logo com a satisfação com a vida sexual.
CONCLUSÕES:

De um modo geral, a auto avaliação da qualidade de vida, nos seus diferentes aspectos, apresentou resultados positivos e satisfatórios. A cirurgia de reconstrução mamária parece ter contribuído para esses resultados.

Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Qualidade de Vida; Câncer de Mama; Mastectomia.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006