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F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Economia - 5. Economia Internacional

COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO NA VIGÊNCIA DO PLANO REAL

Gilberto Gomes da Silva Junior 1
Gustav Ives Mendes Nicácio Viana 2
Eliane Aparecida Pereira de Abreu 3
(1. Universidade Federal de Alagoas - UFAL; 2. Universidade Federal de Alagoas - UFAL; 3. Universidade Federal de Alagoas - UFAL)
INTRODUÇÃO:

O Plano Real foi estabelecido em 1994 tendo como um dos objetivos a estabilidade econômica brasileira. Um dos fatores que garantiu a estabilidade foi a abertura comercial, que com o aumento das importações, obtido com reduções de barreiras tarifárias, reduziu o aumento dos preços por pressões de demanda. Por outro lado, não houve incentivos ao aumento das exportações, esse fato gerou desequilíbrios na balança comercial nos anos 1990. A partir desse aspecto, o objetivo desse trabalho é analisar a evolução do comércio exterior brasileiro depois da implementação do Plano Real, identificando quais setores da economia têm ou passaram a ter maior participação nas importações ou exportações do país, bem como identificar os fatores que ocasionaram essas mudanças. Assim como as conseqüências provocadas pela imposição de barreiras comerciais as exportações brasileiras e as impostas pelo Brasil para reduzir o nível das importações, voltando assim a ter superávits na balança comercial.

METODOLOGIA:

Ao ser determinado o tema, iniciamos fazendo um levantamento de fontes bibliográficas e de bancos de dados relacionados ao assunto, elaborados por órgãos ligados ao comércio exterior como: Funcex, IPEA, Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Os dados pesquisados referem-se ao nível de exportação e importação por setores e total de 1990 a 2005 e as mudanças na aplicação de barreiras tarifarias. Após a coleta das informações, damos início a análise das mesmas, observando as variações dos dados ocorridas no período.

RESULTADOS:

Nos anos 1990, a economia brasileira, iniciou um processo de abertura comercial, reduzindo barreiras tarifárias aumentando assim o nível de importações. As maiores reduções ocorreram no setor de veículos automotores, açúcar, indústria farmacêutica e perfumaria, produtos químicos diversos, indústria de borracha e abate de animais. Até 2000, essa abertura trouxe resultados negativos na balança comercial, o que levou o Brasil retornar a imposição de barreiras, em busca de melhores resultados. Mesmo com a volta de imposições tarifarias diversos setores continuaram a ter aumentos no nível de importação desde o início do Plano Real como: indústrias de material elétrico; de aparelhos eletrônicos; de beneficiamento; e de tratores e máquinas. Para se ter uma idéia, as importações de equipamentos eletrônicos, em valores de UR$ passou de 3194,2 em 1994, para 9188,6 em 2005. Por outro lado, as exportações, que dependem da situação econômica dos demais países, cresceram em proporções menores, mas a partir de 2000 foi incentivada pelo governo com a melhoria das condições de financiamento. Os setores que venderam mais foram: agropecuária; indústrias de calçados; de papel e celulose; de beneficiamento de produtos vegetais. O setor agropecuário exportou em dólares 1883 em 1994 e em 2005 vendeu 3346,4. De 2000 aos dias atuais, o balanço comercial vem tendo um surpreendente desempenho, devido aumento das exportações.

CONCLUSÕES:

O comércio internacional é importante, pois garante benefícios tanto para o país exportador como para o importador.  A abertura comercial feita pelo Brasil foi necessária para o desenvolvimento da economia. Mas inicialmente ela foi prejudicial, pois, o aumento das importações gerou déficit comercial; por outro lado, as exportações não receberam os incentivos necessários para o seu crescimento, além das práticas protecionistas por parte das economias desenvolvidas, que as inibiam. A recuperação que se iniciou em 2000, foi resultado de uma maior diversificação da pauta de exportação, devido à atenção dada a determinados setores que tinham pouca participação na pauta e passaram a ser relevantes.

Instituição de fomento: PET Economia/UFAL
 
Palavras-chave: Exportações; Importações; Barreiras Comerciais.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006