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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
INFLUÊNCIA DA PRIVAÇÃO DO SONO PARADOXAL NO METABOLISMA AVALIADO ATRAVÉS DO CONSUMO DE OXIGÊNIO
Milton Vieira Costa 1
Ana Cecília Cavalcante de Macedo 1
Larissa Carvalho Monteiro 1
Euclides Maurício Trindade Filho 1
(1. Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL))
INTRODUÇÃO:
O ser humano, assim como outros animais, apresenta dois estados comportamentais básicos: vigília e sono. Durante a vigília, importantes funções são executadas. O sono, por outro lado, é de fundamental relevância para o descanso do organismo e apresenta basicamente duas fases: sono não REM e sono REM. No ser humano, a privação seletiva de sono REM é acompanhada de transtornos de atenção e irritabilidade; no rato, são observadas alterações comportamentais, exaustão física e morte. Há indicação ainda de que os níveis da atividade elétrica cortical sejam controlados pelo sono. Dessa forma, indivíduos submetidos à privação de sono têm mais predisposição ao surgimento de crises convulsivas. O objetivo desse estudo foi comparar o metabolismo dos animais em animais controle e submetidos à privação de sono REM, como também avaliar o metabolismo após injeção de fluoxetina em grupos pareados ao controle e privados de sono REM. Fatores que aumentam o metabolismo provocam uma elevação da atividade do sistema cardiovascular. Portanto, pela ausência de trabalhos conclusivos sobre esse tema, seria interessante pesquisar se a privação de sono, que também é muito freqüente nos dias atuais, conduziria a um aumento do metabolismo, o que seria mais um fator predisponente para o surgimento de doenças cardiovasculares.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi realizada no Laboratório de Fisiologia da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL). A amostra foi composta de 52 ratos machos da linhagem Wistar, pesando entre 210 e 320 g assim distribuídos: Grupo PSP: 13 ratos submetidos à privação de sono paradoxal; Grupo PSP/F: 13 ratos submetidos à privação de sono paradoxal e que receberam fluoxetina; Grupo CTL: 13 ratos controle (não privados de sono paradoxal); Grupo CTL/F: 13 ratos controle (não privados de sono paradoxal) com fluoxetina. Setenta e duas horas antes de serem submetidos ao método de verificação de consumo de oxigênio, os animais do grupo controle foram colocados em gaiolas individuais de plástico na mesma sala em que ficaram os do grupo de privação de sono paradoxal. A privação foi feita segundo a técnica de privação seletiva do sono paradoxal proposta por JOUVET. Nos grupos PSP/F e CTL/F foi injetado durante quatro dias no período correspondente a privação do sono REM a fluoxetina na dose de 0, 75mg.Kg-1. A medida do consumo de oxigênio foi realizada utilizando-se o Respirômetro de KROGH.
RESULTADOS:
Os dados foram apresentados como média mais ou menos desvio padrão (X±DP). A comparação do consumo de oxigênio entre os grupos privado de sono paradoxal e controle mostrou um aumento significante nos animais privados de sono paradoxal (3,98 ± 1,06*; 1,15 ± 0,47, * p<0,05 teste T de Student). Por outro lado, os animais privados de sono paradoxal mas que receberam fluoxetina apresentaram um consumo de oxigênio semelhante ao grupo controle sem fluoxetina (1,81 ± 1,14; 1,15 ± 0,47, teste T de Student ). Da mesma forma, a comparação dos grupos controle e controle com fluoxetina não mostrou diferença com relação ao consumo de oxigênio (1,15 ± 0,47; 1,87 ± 1,28 teste T de Student).
CONCLUSÕES:
A privação seletiva de sono paradoxal provoca aumento do metabolismo corporal medido através do consumo de oxigênio. A injeção de fluoxetina em animais privados de sono paradoxal reverte os efeitos da privação de sono sobre o aumento do metabolismo. A fluoxetina não tem um efeito direto na redução do metabolismo corporal.
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Privação de sono paradoxal; Serotonina; Consumo de oxigênio.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006