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C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 6. Morfologia

EXPRESSÃO DE GLICOSAMINOGLICANAS NA FORMAÇÂO DO CORPO VERTEBRAL DE Gallus Gallus domesticus L.

Tiago Dutra Pereira Ramos 1
Fernanda Santos Araújo 1
Karine da Silva Lima  1
Luiz Carlos Nogueira 1
Sandra Iara Lopes Seixas 2
Terezinha de Jesus Sirotheau-Corrêa 1
(1. Departamento de Morfologia/ UFF; 2. Departamento de Morfologia/ UNIRIO)
INTRODUÇÃO:

Durante a morfogênese do corpo vertebral, as células secretam diversas moléculas de proteínas, glicoproteínas e carboidratos que preenchem o espaço intercelular e com as quais se associam, constituindo uma complexa rede de macromoléculas, a matriz extracelular. Uma das glicoproteínas dessa matriz são as proteoglicanas, importantes nos processos de condrogênese e osteogênese. Estas macromoléculas complexas contêm cada, uma ou mais cadeias laterais de glicosaminoglicanas, sulfatadas ou não sulfatadas, as quais são expressas nos tecidos conjuntivos mesenquimais e nas membranas basais epiteliais. Assim, o presente estudo objetivou analisar, temporal e espacialmente, em vários estádios de embriões de Gallus gallus domesticus L. e em períodos pós-eclosão, a expressão das glicosaminoglicanas (GAGs) sulfatadas e não sulfatadas da matriz extracelular relacionada com o processo de ossificação endocondral do corpo vertebral.

 

 

METODOLOGIA:

Cortes transversais de embriões de Gallus gallus domesticus L , dos estádios 17 a 45 de Hamburger & Hamilton (1951) e 3 dias pós-eclosão, foram fixados em solução de Bouin, processados e incluídos em parafina. Utilizou-se a técnica histoquímica Alcian Blue (AB) pH 2,5 e pH 0,4 para a verificar da expressão das GAGs da matriz extracelular do corpo vertebral em desenvolvimento.

 

RESULTADOS:
Pelo método do AB pH 2,5, no estádio 17, foi observada positividade intensa nas membranas basais neural e notocordal, bem como na matriz extracelular. No estádio 27, a membrana basal do notocórdio, a matriz extracelular das áreas de condrificação perinotocordal e as células notocordais foram coradas fortemente. No estádio 35, a membrana basal do notocórdio e a matriz extracelular cartilaginosa apresentavam coradas intensamente. Células notocordais mostraram-se menos coradas. No estádio 40, observou-se positividade na membrana basal e na matriz extracelular do notocórdio. Tanto a matriz extracelular cartilaginosa, quanto o citoplasma dos condrócitos apresentou coloração menos intensa, à medida que os condrócitos hipertrofiam. No estádio 43, a matriz extracelular e as células da cartilagem hipertrofiada foram fortemente coradas. Em animais de 3 dias pós-eclosão, trabéculas ósseas esponjosas apresentavam-se fracamente coradas, exceto na borda trabecular e na matriz extrracelular calcificada residual. Nas áreas de cartilagem hipertrofiada da placa de crescimento, vê-se intensa reação de matriz extracelular interterritorial. O AB pH 0,4 demonstrou redução significativa de coloração das membranas basais neural e notocordal, assim como da matriz extracelular (estádios 17, 27, 35, 43 e 3 dias pós-eclosão). Curiosamente as células notocordais e a membrana basal notocordal apresentaram pequena mudança de coloração, em relação ao pH anterior, nos estádios 27 e 35.

 

CONCLUSÕES:

Com esses dados, a afinidade tintorial pelo AB evidenciou a presença de GAGs sulfatadas que reagiram com o baixo pH e com o pH 2,5, que também corou os grupamentos carboxilas das GAGs não sulfatadas. Portanto, a análise desses resultados deixa nítida, com o uso desta técnica de coloração, a presença de GAGs tanto sulfatadas como não sulfatadas na membrana do tubo neural, na membrana basal do notocórdio e no interior desta estrutura, na matriz extracelular e em células do corpo vertebral em diferenciação, desde o processo de migração das células mesenquimais do esclerótomo até o processo de formação óssea.

Instituição de fomento: CNPq/PROPP/UFF
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: corpo vertebral; glicosaminoglicanas; Gallus .
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006