59ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia

ESTUDO DA ESFINGOFAUNA (LEPIDOPTERA, SPHINGIDAE) DA RESERVA ECOLÓGICA DO INHAMUM, CAXIAS, MARANHÃO, BRASIL



Juciane Conceição da SILVA1, 2
Roseane Oliveira de SOUSA1
Mery Jouse de Almeida HOLANDA1
Joseleide Teixeira CÂMARA1
Francisco LIMEIRA-DE-OLVEIRA1

1. Universidade Estadual do Maranhão – UEMA
2. Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/CNPq


INTRODUÇÃO:
Os esfingídeos são mariposas que variam de 25 a 200mm de envergadura. Caracterizam-se por possuírem vôos muito rápidos e, muitas espécies desenvolveram a capacidade de pairar diante de flores, assemelhando-se a beija-flores. Estes insetos apresentam grande importância ecológica pela relação inseto-planta, tanto na atuação das lagartas que são herbívoras quanto dos adultos na polinização (nectarivoria). A esfingofauna do Nordeste brasileiro ainda não foi estudada sistematicamente. Nesta região há apenas alguns registros isolados da ocorrência de esfingídeos que contam 80 espécies para esta região. O estado Maranhão com 60 espécies listadas, é portanto o detentor do maior número de espécies registradas. Este trabalho tem como objetivo inventariar as espécies de esfingídeos da Reserva Ecológica do Inhamum, município de Caxias, estado do Maranhão.

METODOLOGIA:

A Reserva Ecológica do Inhamum, município de Caxias possui aproximadamente 3.560ha de área, localizada à margem direita da BR-316, a aproximadamente 4 km do perímetro urbano; encontra-se sob acentuado impacto antrópico. Sua fitofisiografia é composta por Cerrado e Mata Ciliar ou de Galeria. As coletas sistemáticas mensais ocorreram entre junho/05 e fevereiro/07, por duas noites consecutivas em noites de lua Nova das 18:00 às 06H00. Para atraí-las foi utilizado lençol branco (1,40 X 2,20m) e lâmpada de luz mista de mercúrio de 250 Watts. Ao chegarem ao lençol ou próximo a este, as mariposas foram capturadas manualmente e quando necessário com auxílio de rede entomológica, em seguida foram sacrificadas com injeção de amônia, colocadas em envelopes entomológicos e encaminhadas ao Laboratório de Entomologia do CESC/UEMA para montagem, preparação, identificação e incorporação à Coleção de Invertebrados do CESC/UEMA.

 



RESULTADOS:
Foram coletados 478 espécimes pertencentes a 39 espécies e 19 gêneros; Agrius cingulata  (Fabricius), Cocytius antaeus medor(Drury), Co. duponchel (Poey), Co. lucifer Rothschild & Jordan, Manduca sexta paphus (Cramer), Mn. diffissa tropicalis Rothschild & Jordan, Mn. manducoides (Rothschild), Mn lefeburri. lefeburri (Guérin-Ménevelle), Neogene dynaeus (Hübner), Protambulyx strigilis (Linnaeus), Aellopos fadus (Cramer), Aleuron iphis (Walker), Callionima grisescens elegans (Gehlen), Ca. innus (Rothschild & Jordan), Ca. parce (Fabricius), Enyo ocypete (Linnaeus), En. lugubris lugubris (Linnaeus), Erinnyis alope alope (Drury), Er. crameri (Schaus), Er. domingonis (Butler), Er. ello ello (Linnaeus.1758), Er. lassauxii (Boisduval), Er. obscura obscura (Fabricius), Eupyrrhoglossum sagra (Poey), Eumorpha anchemolus (Cramer), Em. labruscae labruscae (Linnaeus), Em. vitis vitis (Linnaeus), Isognathus caricae caricae (Linnaeus), I. menechus menechus (Boisduval), Madoryx oiclus oiclus (Cramer), Md. plutonius plutonius (Hübner), Pachylia fícus (Linnaeus), Pachylioides resumens (Walker), Perigonia lusca lusca (Fabricius), Pe. pallida Rothschild & Jordan, Peseudsphinx tetrio (Linnaeus), Xylophanes chiron nechus (Cramer), X. schausi schausi (Rothschild) e X. tersa tersa (Linnaeus).

CONCLUSÕES:

De acordo com os resultados aqui apresentados, chegaram-se às seguintes conclusões: as espécies mais abundantes foram Ca. parce, com 126 espécimes (26,36%), Co. duponchel com 34 espécimes (7,11%) e En. ocypete com 32 espécimes (6,70%), enquanto que as espécies com menor abundância foram Ag. Cingulata, Al. iphis, Ca. innus, Er. domingonis, Er. lassauxii, Eu. anchemolus, Eu. labruscae labruscae e Md. plutonius plutonius ambas registradas de exemplar único (0,21%). Cerca de 75% dos espécimes coletados são machos. Os gêneros com maior diversidade foram Erinnyis e Manduca com seis e quatro espécies, respectivamente. Maior riqueza e abundância, 80% e 66%, respectivamente, foram registradas nos meses de janeiro e fevereiro (estação chuvosa). Ca. innus constitui novo registro para o Maranhão, o que eleva para 61 espécies o estado do Maranhão e 81 espécies para o nordeste brasileiro.

 



Instituição de fomento: CNPq, UEMA

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Sphingidae, Lepidoptera, Inhamum

E-mail para contato: juciane-conceicao@bol.com.br