F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Serviço Social - 5. Serviço Social da Saúde
A VISITA DOMICILIAR ENQUANTO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA EVASÃO NO AMBULATÓRIO DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO – AMBAD.
Girlany Barbosa Tavares1 Ana Maria Pires Mendes1 Marco Aurélio Valle de Moraes1 Marilene Silva dos Santos1
1. Universidade Federal do Pará
INTRODUÇÃO:
Este trabalho tem por objetivo
evidenciar a visita domiciliar como um recurso para a obtenção de dados que
mostrem a evasão ao tratamento, de parte dos pacientes atendidos no Ambulatório
de Ansiedade e Depressão. A mesma enquanto instrumental metodológico é
utilizada por vários profissionais, dentre estes, o assistente social. Este
profissional ao utilizá-la procura conhecer in
loco, a realidade concreta das relações do paciente com o mundo, a fim de
juntos trabalhar-se as problemáticas identificadas. No caso específico do
AMBAD, utilizamos as visitas domiciliares na perspectiva de busca ativa, aos
pacientes faltosos, visando conhecer os reais motivos que os levam a abandonarem
o tratamento, bem como, saber se há interesse em dar continuidade. E ainda, a
visita domiciliar possibilita a revisão de nossas ações com alterações no
planejamento da equipe.
METODOLOGIA:
A visita domiciliar foi realizada
pela equipe de Serviço Social, no período de 20/01 a 10/02/2007, em variados
bairros da periferia de Belém, a partir do endereço declarado pelo paciente na
ficha de triagem. O número de pacientes faltosos era um total de 34; destes 23
do sexo feminino e 11 do sexo masculino, na faixa etária de 32 anos de idade,
em média. Deste total, 34% foram diagnosticados com transtornos ansiosos, 52%
com transtornos depressivos e 14% com transtornos mistos (ansiedade e
depressão). Adotamos um roteiro sistematizado para a coleta de dados, embasado
pelo Método Compreensivo e Interpretativo, trabalhado pelos autores MAX WEBER
(1974) e CLIFFORD GEERTZ (1973). Assim, realizamos entrevistas com 29
pacientes, não sendo possível a entrevista com 05 pacientes, em virtude da
impossibilidade do contato. E com essa perspectiva metodológica procuramos
compreender e interpretar os aspectos sociais dos usuários do AMBAD, por
entendermos que a visita domiciliar é também uma prática investigativa.
RESULTADOS:
Os motivos
identificados que ocasionaram a evasão foram os mais variados possíveis, como: a falta de tempo, por cuidar de familiares
doentes ou por estar estudando para o vestibular; o horário das consultas, que
acontecem no período de 12:00 às 14:00 hs; óbito do paciente, e a família
esqueceu de avisar; insatisfação no atendimento médico; esquecimento da
consulta, faltou alguém lembrar o paciente; ter conseguido emprego, logo
melhorou os sintomas; a falta de acompanhante para levá-los as consultas;
melhora dos sintomas nas primeiras consultas e dificuldades financeiras para
pagamento de transporte.
CONCLUSÕES:
Para a autora Renata Takahashi (2001), a abordagem
domiciliar fortalece os pilares da humanização no tratamento, estabelecendo um
vínculo consistente entre paciente e profissionais, condição fundamental para a
excelência no padrão de tratamento e garantia de boa qualidade de vida ao
paciente. Isso se constatou na conduta dos pacientes que ao serem visitados,
sentiram-se valorizados e cuidados. Desta forma, a intervenção da equipe
conseguiu atingir o propósito de identificar os fatores que ocasionaram a
evasão de parte dos pacientes atendidos no AMBAD, e esse conhecimento nos
auxiliará a uma prática que leve em consideração tais limitações de nossos
pacientes. Vale ressaltar que os pesquisadores também encontraram muitas
restrições para a execução deste trabalho, tais como: lugares perigosos e de
difícil acesso, endereços inexistentes ou incompletos, a mudança de endereço, e
o fato do mesmo não se encontrar em casa. Mas, o registro dessas limitações se
faz necessário à medida que serve como orientações a futuras pesquisas que
adotem essa mesma metodologia.
Palavras-chave: Visita domiciliar, Evasão, Busca ativaE-mail para contato: girlanytavares@hotmail.com |
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