59ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 4. Engenharia de Água e Solo

ÍNDICE DE ÁREA FOLIAR DA CULTURA DO FEIJOEIRO EM ÁREA IRRIGADA POR ASPERSÃO CONVENCIONAL.



Rachel Muylaert Locks Guimarães1
Everton Blainski1
Felipe Gonçalez Natário2
Antônio Carlos Andrade Gonçalves3
Roberto Rezende3
Altair Bertonha3

1. Pós-graduando em Agronomia da Universidade Estadual de Maringá, bolsista Capes.
2. Aluno de graduação em Agronomia, bolsista PET.
3. Professor, Departamento de Agronomia, Universidade Estadual de Maringá.


INTRODUÇÃO:
O índice de área foliar (IAF) é uma medida da área foliar correspondente à superfície de tecido foliar, produzida sobre determinada área de solo. Como a folha é o principal órgão responsável pela fotossíntese, a taxa de produção de matéria seca, pelas comunidades vegetais, é função da superfície foliar. O IAF reflete a capacidade produtiva atual de uma comunidade vegetal, sendo que esse índice, o arranjo das folhas e a altura das hastes são usualmente os fatores mais importantes na competição por luz. Em feijoeiro, o rendimento em grãos depende do IAF no florescimento. Um maior crescimento dos ramos resultará em aumento de área foliar, em maior interceptação de luz e, portanto, em maior produtividade, tanto de matéria seca quanto de grãos. O IAF de uma cultura mostra-se como uma variável eficaz para indicar a capacidade fotossintética, sendo sua determinação importante em estudos que relacionam nutrição de plantas, competição e relações solo-planta-atmosfera. O objetivo do trabalho foi descrever estatisticamente e avaliar a dependência espacial da variável índice de área foliar em um sistema de produção de feijoeiro sob irrigação por aspersão, como base para se estabelecer a descrição da distribuição dos seus valores no espaço.

METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido na Universidade Estadual de Maringá. As coordenadas geográficas do município são 23º25’ de latitude sul e 51º57’ de longitude oeste. A altitude média é de 540 metros. A área selecionada foi subdividida em 80 quadrículas, segundo uma malha de 3 por 3 metros, totalizando uma área de 48 x 15 metros. A variedade de feijão selecionada para o plantio foi a IPR-81. O plantio foi feito manualmente com o uso de matracas. O espaçamento utilizado foi de 0,5 m, com 15 sementes por metro linear. A área foliar foi calculada pelo método dos discos de folhas de área conhecida. Foram realizadas sete coletas de plantas para cálculo de IAF. As coletas foram realizadas semanalmente, sendo retiradas três plantas por quadrícula. No laboratório foram realizadas as desfolhas dessas plantas, em seguida as folhas das três plantas foram colocadas em sacos de papel. Logo após, foram levados à estufa de circulação forçada de ar a 70oC, até atingir massa constante. Com o material retirado da estufa, obteve-se a massa seca das folhas, das três plantas. Estimou-se a área foliar de cada quadrícula a partir das relações entre a média da massa seca dos discos, área foliar dos discos e a média da massa seca das folhas das 3 plantas de cada quadrícula. O valor do IAF foi obtido pela relação entre área foliar da planta e área do solo disponível à mesma. Os resultados obtidos foram analisados por meio de estatística descritiva e análise espacial dos dados.

RESULTADOS:
Os valores de obtidos para IAF, nas diferentes épocas de medida, demonstram que o desenvolvimento da cultura, embora tenha ocorrido de forma a proporcionar uma produção razoável, promoveu valores médios de IAF abaixo do encontrado na literatura. Os valores obtidos refletem a má qualidade física do solo. A variabilidade de valores de IAF na área é considerável, caracterizada pelo valor do coeficiente de variação, que expressa média variação desta variável, com valores entre 27 e 48%. Para melhor descrição do desenvolvimento vegetal durante o ciclo da cultura, foi feita a análise da distribuição espacial dos valores de IAF, em cada uma das coletas. Para isto os valores medidos foram utilizados para a construção dos semivariogramas experimentais. Verificou-se que apenas os valores da sétima coleta não apresentaram estrutura de dependência espacial. Esta aleatoriedade ocorreu porque a cultura encontrava-se em processo de senescência, desuniforme na área. Para melhor visualização do desenvolvimento vegetal na área, procedeu-se a interpolação por krigagem. Ao longo do ciclo da cultura a partir do IAF 3, o padrão espacial manteve-se muito semelhante até o IAF 6. Os menores valores, entretanto, concentraram-se ao longo da direção X, na porção correspondente a valores intermediários de Y.

CONCLUSÕES:
A variável índice de área foliar apresentou distribuição normal e demonstrou que a cultura do feijoeiro se desenvolveu adequadamente. Porém, em média, apresentou valores de IAF abaixo do encontrado na literatura. A variável em estudo apresentou estrutura de dependência espacial, porém, no momento da sétima coleta, o processo ocorreu de maneira aleatória no espaço.

Instituição de fomento: Capes

Experiências Inovadoras de Educação em Ciências



Palavras-chave:  Variabilidade espacial, Geoestatística, Desenvolvimento vegetal

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