G. Ciências Humanas - 3. Filosofia - 2. Filosofia
A INEVITABILIDADE DO PROGRESSO ENQUANTO DECADÊNCIA DA CIVILIZAÇÃO EM ROUSSEAU E A CRÍTICA DA IDÉIA DE PROGRESSO EM BENJAMIN
Carolina Christiane de Souza Martins1 Luís Inácio Oliveira Costa2
1. Universidade Federal do Maranhão - UFMA 2. Prof.Ms- departamento de filosofia/UFMA - orientador
INTRODUÇÃO:A questão do progresso, tão cara à modernidade, encontra um lugar especial nas obras de Jean-Jacques Rousseau e Walter Benjamin. Submetendo-o a uma crítica, muitas vezes severa, ambos consideram que o progresso, longe de se constituir em algo benéfico para a humanidade, consiste em um processo de desumanização. Importa aqui destacar as peculiaridades entre ambos. Enquanto Rousseau concebe o progresso de forma evolucionista, Benjamin rompe com uma perspectiva de compreensão da história como processo linear e progressivo. O curso deste trabalho busca uma análise filosófica das duas visões de progresso, propondo expor a analogia que se pode estabelecer entre os dois pensamentos e suas críticas relevantes ao tema. METODOLOGIA:A construção da problemática levantada a partir dos dois pensadores tem se centrado principalmente na leitura e discussão de obras no Grupo de Estudo: Walter Benjamin, História e Linguagem, estudos dirigidos individuais com o professor orientador, elaboração de resenhas, artigos e resumos, a partir dos quais a problemática do estudo tem se delineado. O problema aqui apresentado surgiu das leituras e discussão das obras: “Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens”; “Discurso sobre as Ciências e as Artes”, ambas de Rousseau, e das teses “Sobre o Conceito História” e do texto “Experiência e Pobreza”, de Benjamin. Além destas leituras, fazemos referências à obra “Dialética do Esclarecimento”, de Adorno e Horkheimer. Destacamos também a leitura dos comentadores de Benjamin e Rousseau, no Brasil e outros congêneres. Nessas atividades, procuramos identificar nas argumentações os fundamentos que se assemelham e se opõem. Tais procedimentos tem sido importantes para o aprofundamento da investigação e do tratamento dos conceitos trabalhados. RESULTADOS:Das obras supracitadas de Rousseau podemos depreender a condição do homem civil e a situação de servidão a que foi submetido pela ordem social e, partindo desta idéia, observamos sua concepção do devir histórico e do progresso da humanidade. Ou seja, o anúncio da perda da liberdade é dado por Rousseau com os tempos modernos, i, é, a sociedade civil e a ordem social subjacente. Enquanto que, são a condição e o estado de natureza humanos que lhe facultam o uso livre de suas aptidões. Trata-se aqui de um passado hipotético diferenciando-se nesse aspecto de Walter Benjamin que propõe um entendimento do processo histórico na perspectiva dos vencidos. A idéia de história, para Benjamin, não é um encadeamento cronológico de fatos, que permita o entendimento do futuro a partir de uma relação causal entre o passado e o presente, mas sim, um “acumulado de desastres”, tal como ele se expressa na reflexão que faz do quadro “Angelus Novus” de Paul Klee. A partir destas questões temos procurado identificar e refletir sobre a noção de progresso. CONCLUSÕES:O presente estudo apresenta um relevante debate acerca do conceito de progresso e de sua relação a um processo catastrófico para a humanidade. Nesta discussão, também se faz uma crítica à própria modernidade e aos discursos referentes ao esclarecimento dos homens como um caminho rumo à liberdade. Esta é uma questão de fundamental relevância para a pesquisa e para a reflexão filosófica na atualidade, na medida em que se coloca em relevo a noção de progresso e seus diferentes sentidos, ações e concepções teórico-filosóficos. Palavras-chave: Progresso, História, CatástrofeE-mail para contato: carolyagami@hotmail.com |
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