60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

Com a privatização e conseqüente reestruturação produtiva da empresa líder em aeronáutica no Brasil, a partir do ano de 1994, houve uma reconfiguração da cadeia produtiva aeronáutica brasileira. O capitalismo toma forma mundializada, pautando-se numa política neoliberal e tornando hegemônico um novo modelo de produção, comumente denominado toyotista. Esse processo reverbera em âmbito nacional com abertura política, privatizações e desregulamentação da economia. Partindo deste contexto histórico, procuramos analisar de que forma uma intensa reestruturação produtiva na empresa líder em aeronáutica no Brasil, caracterizada por uma série de transformações tecnológicas e organizacionais, alicerçada na abertura de capitais que responde às vontades dos acionistas de valorizar o capital através do reforço da exploração do trabalho vivo, refez seus contratos, reconfigurando sua cadeia de parceiros e fornecedores.

METODOLOGIA:

Para tornar possível a investigação, nos ativemos à produção de jatos comerciais e executivos, já que a empresa matriz brasileira alcançou o posto de terceira maior produtora do mundo, atrás da Boeing, da Airbus e da Bombardier, com a produção de jatos regionais, e atualmente aposta na produção de jatos executivos como um nicho de mercado lucrativo, segundo suas pesquisas de mercado. Cumpre dizer que este estudo é baseado em uma análise dialética materialista da realidade, cuja realidade concreta é o processo pelo qual os trabalhadores da cadeia aeronáutica vêm passando nos últimos que anos. Essa análise, para ser feita, se pautou em análises bibliográficas de livros, revistas científicas e internet, assomadas a entrevistas semi-estruturadas com trabalhadores das empresas que constituem esta cadeia.

RESULTADOS:

A cadeia de produção destas aeronaves é composta por parceiros (que assumem riscos financeiros), fornecedores (em sua maioria estrangeiros, que fornecem matérias-primas, peças, serviços, subsistemas etc.) e subcontratadas (Micro, Pequenas e Médias Empresas prestadoras de serviços). Pudemos observar que a reconfiguração do processo de horizontalização da empresa se deu de forma hierarquizada, o que tornou os fornecedores e subcontratados nacionais dependentes financeira e tecnologicamente da empresa matriz, fazendo com que as condições de trabalho dos funcionários desta sejam bastante precarizadas com relação à empresa-líder e às parceiras.

CONCLUSÕES:

Dessa forma, coube-nos a tentativa de compreender de que forma as demandas produtivistas do capital incorporam essa parcela da classe trabalhadora no âmbito da Cadeia Aeronáutica Brasileira, fazendo uma discussão do conceito de terceirização.

Palavras-chave: Cadeia Aeronáutica, Reestruturação produtiva, Terceirização

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