60ª Reunião Anual da SBPC




F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 67. Jornalismo e Editoração

A MODERNIZAÇÃO GRÁFICA DOS JORNAIS MARANHENSES O ESTADO DO MARANHÃO E O IMPARCIAL E O REPOSICIONAMENTO DO LEAD NA PRIMEIRA PÁGINA.

Ingrid Pereira de Assis1
Ludimila Santos Matos1
José Ferreira Junior1, 2

1. Depto Comunicação Social - Universidade Federal do Maranhão - UFMA
2. Prof. Dr. - Orientador


INTRODUÇÃO:
O Correio Braziliense (Diários Associados) liderou um processo de reforma gráfica na segunda metade dos anos 1990, estendendo-se até os dias de hoje. Inspirado nele, o jornal maranhense O Imparcial (da cadeia dos Diários Associados) que se caracterizava por uma apresentação sóbria empreendeu algumas atualizações gráficas. O novo planejamento gráfico inspirou, concomitantemente, uma mudança textual. Percebe-se a gradativa utilização da capa-cartaz (onde há a predominância de elementos gráficos na primeira página). A migração do lead (as seis perguntas básicas respondidas no início do texto: o que, quem, quando, onde, como e por que) do começo das matérias para o título das mesmas, composto por vários acessórios visuais, foi realizado. O Estado do Maranhão recompôs, timidamente, a programação visual, inserindo modificações na capa, no caderno Alternativo, no qual são veiculadas notícias de cultura, e na editoria de esporte. O objetivo desse trabalho é estabelecer uma comparação entre dois jornais com maior número de leitores no Maranhão para demonstrar as diferenças e as semelhanças na adoção da capa-cartaz e na migração do lead, apontando-se a relevância das modificações para a produção jornalística impressa regional, tanto no aspecto gráfico quanto no textual.

METODOLOGIA:
Neste trabalho foram utilizadas duas metodologias de forma mais latente. A primeira foi a da Crítica Genética, de matriz semiótica, na qual é organizado um dossiê, através da coleta de documentos de processo para posterior análise. Este, por sua vez, servirá como instrumento operacional que possibilitará a visualização do processo evolutivo do objeto. Para essa pesquisa, construiu-se um prototexto a partir da seleção de uma capa mensal de cada um dos jornais em questão. A segunda referência metodológica é baseada na analogia entre as duas expressões gráficas, tendo como passos referencias os seguintes itens: 1) Revisão bibliográfica 2) Hipótese de trabalho: os jornais se aproximam na escolhas das pautas, mas afastam-se nas composições gráficas e na operação textual 3) Categorias de análise: elaboradas a partir da idéia de processo com tendência, vindo da Crítica Genética, que acompanha o produto da elaboração, passando pelo layout até a arte final.

RESULTADOS:
Nos exemplares de O Estado do Maranhão, pode-se perceber que muitos não utilizam plenamente a idéia de capa-cartaz. As editorias do Alternativo e de Esportes, em função da Copa do Mundo de 2006, privilegiaram esse tipo de capa. No ano de 2006, a primeira página que se enquadrou perfeitamente no modelo foi o exemplar de 25 de outubro, cujo título era Multidão aclama Lula e Roseana em comício histórico em Timom. Com relação à migração do lead, a mudança foi em perceptiva. Na capa, as chamadas possuíam as mesmas informações apresentadas no início da matéria, ainda que dispostas de forma diferenciada em todos os exemplares. Em O Imparcial, a capa-cartaz e a relocação do lead na primeira página são conceitos utilizados, freqüentemente. Constatou-se uma maior utilização desse novo modelo neste periódico que em O Estado do Maranhão. O texto de O Imparcial utiliza, de forma pouco expressiva, uma reformulação do primeiro parágrafo da matéria em conseqüência desse reposicionamento do lead. Um exemplo disso é a edição de 17 de julho de 2006, com o título Sanguessugas agem no Maranhão, no qual o lead é respondido na primeira página, desobrigando sua utilização no primeiro parágrafo da matéria colocada na parte interna do jornal.

CONCLUSÕES:
Percebe-se que os dois jornais adotaram o novo paradigma da apresentação do lead na primeira página. Este, que antes se encontrava no início das matérias, na parte interna do jornal, passou a compor a parte textual dos títulos das capas. Visualizou-se também que o lead, embora já apareça no título, é, quase sempre, repetido no início das matérias internas, tanto em composições textuais diferenciadas das capas, como em textos exatamente iguais, como se vê muito no jornal O Imparcial. Com relação à utilização da capa-cartaz, durante o ano de 2006, o jornal O Imparcial utilizou esse recursos gráfico com muita freqüência. Em O Estado do Maranhão, poucas foram as capas que se aproximavam do modelo de capa-cartaz. Traziam elementos gráficos como fotos, ilustrações, títulos, antetítulos e subtítulos em dimensões maiores que a da mancha textual, mas ainda não apresentavam características plenas de uma capa-cartaz.

Instituição de fomento: FAPEMA

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Crítica Genética, Lead, Design Gráfico

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