60ª Reunião Anual da SBPC




B. Engenharias - 1. Engenharia - 14. Engenharia

PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UM MODELO EM ESCALA REDUZIDA DA USINA HIDRELÉTRICA DE RETIRO BAIXO PARA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE PEIXES

Maria Clara de Lacerda Peixoto1
Diana Nepomuceno de Miranda1
Maria Cláudia Vaz Goulart1
Carlos Barreira Martinez2, 3
Edna Maria de Faria Viana2, 3

1. Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais
2. 2. Departamento de Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da Universidade Fed
3. 3. Prof. Dr./Orientador


INTRODUÇÃO:
O desenvolvimento acelerado da tecnologia vem acompanhado da necessidade crescente de produção energética. A construção de uma usina hidrelétrica é um acontecimento que afeta a biota de um rio sob vários aspectos. Para minimizar os impactos ambientais, são necessários estudos detalhados das condições locais para que sejam adotadas providências e implementadas ações que protejam a região e a vida do ecossistema. A construção de um modelo da Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo é importante para o estudo da tendência do posicionamento dos peixes, visando determinar a localização do sistema de transposição de peixes. Esse sistema permite a passagem dos indivíduos e assim facilita a reprodução das espécies. Com isso, pretende-se implementar um sistema de geração hidrelétrica sustentável, atendendo à demanda energética e garantindo a continuidade da vida animal.

METODOLOGIA:
A construção do modelo em escala reduzida da Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo foi feita dentro do Centro de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal de Minas Gerais. De posse dos desenhos de projeto da calha da hidrelétrica, do vertedouro e da batimetria do Rio Paraopeba, foi definida a escala de 1:42. Os materiais utilizados no modelo foram isopor, fibra de vidro, resina e massa impermeabilizante, para garantir a estancabilidade do modelo. Duas turbinas foram colocadas a montante da calha e foram testadas alternadamente e em conjunto. Havia também outra saída de água a montante de um afluente do Rio Paraopeba. A partir de semelhança de Froude, utilizada em sistemas com modelos em canais abertos, foram definidas as vazões de 11m³/h para a calha e 1m³/h para o afluente. Os testes foram realizados soltando dez peixes no modelo e observando a posição deles durante uma hora. A cada cinco minutos eram anotadas as posições. Após uma hora de teste, os dez peixes eram substituídos por outros dez e, após três testes, os trinta peixes, utilizados no dia, retornavam ao modelo para o teste final, com todos.

RESULTADOS:
A realização dos testes demonstrou que os peixes se acumulam preferencialmente nas saídas das turbinas, onde o escoamento é bastante turbulento. A hipótese levantada para este comportamento é de que os peixes, na época de reprodução, buscam subir o rio, logo, procuram o local de maior vazão, que é de onde o rio está vindo.

CONCLUSÕES:
Após constatado o local de preferência de permanência dos peixes, é possível definir onde construir o acesso ao sistema de transposição de peixes. A escada ou elevador de peixes deve ser construída ao lado das saídas das turbinas da usina e deve ter uma vazão de atração de forma que os peixes sejam conduzidos para a entrada do sistema de transposição de peixes.

Instituição de fomento: Fundação Christiano Ottoni - Universidade Federal de Minas Gerais – e Consorcio Retiro Baixo.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Hidrelétrica, Peixes, Engenharia

E-mail para contato: mclp@ufmg.br