60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 11. Psicologia Social

FRAGILIDADE NA VELHICE: UM ESTUDO ENTRE IDOSOS DE GRUPOS DE CONVIVÊNCIAS.

Débora Cristiane Porto Góis1
Ludgleydson Fernandes de Araújo1, 2
Felipe Sávio Cardoso Teles Monteiro1
Milaynne Crhistina Barros do Nascimento1
Pedro Wilson Ramos1
Thayrine Santos Moura Pimentel1

1. Universidade Federal do Piauí /Departamento de Psicologia(Campus de Parnaíba/PI)
2. Prof. Ms. Orientador


INTRODUÇÃO:
O crescimento da população idosa é uma realidade nas estatísticas sociodemográficas dos contextos brasileiro e mundial. Estas mudanças devem-se a alguns fatores, como: avanço nas pesquisas científicas, acesso aos serviços sociosanitários e cura de algumas doenças. É razoável afirmar que este crescimento dos idosos na população mundial é algo contínuo e gradual, de modo que desperta interesse dos diversos setores da vida em sociedade. A fragilidade na velhice é considerada como uma síndrome de declínio de energia que ocorre em espiral, embasado por um tripé de alterações relacionadas ao envelhecimento, composto principalmente por sarcopenia, desregulação neuroendócrina e disfunção imunológica. Os idosos caracterizados como frágeis são aqueles que apresentam riscos mais elevados para desfechos clínicos desfavoráveis, tais como: a institucionalização, as quedas, a dependência, a piora do quadro de doenças crônicas, doenças agudas, hospitalização, lenta ou ausente capacidade recuperação de quadros patológicos e morte. Objetivou apreender as Representações Sociais da Fragilidade na Velhice entre idosos participantes de Grupos de Convivências.

METODOLOGIA:
O locus foi o município de Parnaíba localizado no litoral norte do estado de Piauí. Participaram desta pesquisa 70 idosos, escolhidos aleatoriamente, de forma não-probabilística, intencional e acidental, de ambos os sexos (13 % masculino e 87% feminino), com média de idade de 80 anos. Utilizou-se entrevistas em profundidade e a técnica de Associação Livre de Palavras. As entrevistas foram divididas em duas partes: a primeira constituída de itens referentes à identificação sociodemográfica e a segunda, composta por uma questão norteadora, a saber: “Para o (a) senhor (a) o que é fragilidade na velhice?”. Também foi utilizada a Técnica de Associação Livre de Palavras seguindo a questão, “o que lhe vem à mente quando digo a palavra Fragilidade?” Fale as cinco primeiras palavras que para o Sr (a) lembra Fragilidade na Velhice. Os instrumentos foram aplicados de forma individual e em situação coletiva nos Grupos de Convivências para idosos, por dois pesquisadores previamente treinados e qualificados; o tempo de aplicação foi, em média, de 20 minutos para cada participante. O material coletado pela entrevista foi categorizado pela análise de conteúdo temática de Bardin (1977) e os do teste de associação foram processados pelo software Tri-deux-mots através da análise fatorial de correspondência.

RESULTADOS:
Percebeu-se que uma associação no binômio velhice-fragilidade, de modo que esta etapa da vida foi considerada pelo surgimento de doenças e falta de autonomia. Denota-se nos relatos de casos a presença da Fragilidade foi pouco verificado entre os idosos participantes desta investigação científica. Fato que merece destaque, diz respeito que a fragilidade na velhice pode levar o idoso a hospitalização, a dependência e a morte. Os idosos mencionaram que os grupos de convivências podem possibilitar mecanismos preventivos e de intervenção para diminuir a síndrome de fragilidade na velhice. De forma semelhante aos dados encontrados nas entrevistas os ACS’s também no teste de associação ancoraram suas representações sociais nos elementos concernentes aos problemas de saúde, dependência e a morte. Ademais, os resultados apreendidos entre os idosos ancoraram suas representações da fragilidade na velhice enquanto uma síndrome que pode trazer inúmeras conseqüências psicossociais, profissionais, familiares e orgânicas. De modo que é fundamental e necessária à inserção de ações que viabilizem a educação preventiva em saúde, de modo que tal fato possibilite uma melhoria na qualidade de vida dos idosos.

CONCLUSÕES:
O presente trabalhou versou sobre as Representações Sociais da Fragilidade na Velhice entre idosos participantes de Grupos de Convivências. Os dados apreendidos entre os idosos possibilitaram representações consensuais e particularidade de acordo com cada vivência de sua atuação na saúde preventiva. Verifica-se que apesar de não ter sido objeto de pesquisa do presente estudo, percebeu-se no decorrer dos contatos efetivados junto aos grupos de convivências de idosos, uma ênfase na falta de incentivo e reconhecimento pelos gestores municipais quanto ao fomento de prevenir a fragilidade na velhice. Destaca-se a importância do uso de multimétodos que possibilitam apreensão de conteúdos verbais e latentes, posto que a desejabilidade social dificulta seu acesso nas pesquisas pela natureza subjetiva dos fenômenos psicossociais. Neste sentido, espera-se que os resultados desta pesquisa contribuam para a formulação de estratégias na implementação de políticas públicas de educação e promoção em saúde para os idosos, de modo a fornecer embasamento para os gestores em saúde com intuito de minimizar o impacto da fragilidade na velhice, posto que se trata de uma síndrome que acomete inúmeras pessoas idosas levando na maioria das vezes a hospitalização e a morte.

Instituição de fomento: UFPI

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  FRAGILIDADE, REPRESENTAÇÕES SOCIAIS, VELHICE

E-mail para contato: ludgleydson@yahoo.com.br