60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 7. Educação Infantil

A IMPORTÂNCIA DO FOLCLORE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

José de Oliveira Farias1
Marcos Frederico Krüger Aleixo1

1. Universidade do Estado do Amazonas


INTRODUÇÃO:
Qualquer que seja o tipo de mundo social onde exista, o folclore é sempre um símbolo. É uma linguagem que o uso torna coletiva. Através dele as pessoas dizem e querem dizer. O folclore tem como objetivo de estudo os costumes tradicionais, sistemas populares de crenças e superstições presentes no povo. Tais costumes são preservados pela tradição popular para não perder a própria identidade. Folclore é tudo o que o homem faz e reproduz como tradição. O povo toma para si uma criação individual e incorpora-a em seu cotidiano. Com o tempo essa criação transforma-se, adaptando-se às novas gerações. Isso acontece com as estórias, danças, etc. As pessoas buscam na tradicionalidade lições vindas do passado para resolver situações ou explicar acontecimentos. Dessa forma o saber popular é transmitido. Porém, o que o povo faz tem funcionalidade, algo ligado ao comportamento. A dança, por exemplo, não é somente uma repetição de gestos com harmonia.

METODOLOGIA:
O principal enfoque desse estudo se encontra no intuito de analisar como o folclore apresenta-se e é desenvolvido no processo de ensino em algumas escolas em Manaus. Levando em consideração o vasto número de instituições de ensino na cidade, restringiu-se a abordagem científica em três escolas localizadas em zonas distantes umas das outras. Após um processo de fundamentação teórica para compreensão de conceitos, reconhecimento de valores e tradições culturais nativas partiu-se para a pesquisa de campo, e, através de entrevista e observação, algumas idéias foram formuladas. Foram realizadas pesquisas de campo em três escolas da rede de ensino da Cidade de Manaus para analisar como o folclore é trabalhado nas atividades escolares ou extra-escolares.

RESULTADOS:
Verificou-se que a Escola Municipal Joaquim Gonzaga Pinheiro organizava uma dança folclórica “Quadrilha” em que só participavam os alunos que tivessem bom desempenho nos estudos. Após alguns anos o grupo passou a praticar outro tipo de dança folclórica, a ciranda. Seus participantes já não eram somente os alunos da escola. A Escola Estadual Dorval Varela Moura também acolheu um grupo folclórico, “Ciranda Mocidade”, cedendo a quadra de esporte para os ensaios do grupo. Com esta aproximação, muitos alunos da escola ingressaram às atividades do grupo folclórico, mas não havia muita preocupação, nem por parte do grupo e tampouco da escola, em desenvolver o significado real da atividade folclórica. A maioria desconhece o significado e representatividade cultural e folclórica das personagens que incorporavam. Porém, ainda que de forma inconsciente e com outros objetivos, certos costumes são repassados. Por fim, acompanhando as atividades educacionais na escola particular José Roberto Tadros, notou-se que o folclore é trabalhado de forma mais específica e direcionada aos reais valores culturais, procurando socializar os alunos, promover a integração da família, conhecer a história das festas juninas e os elementos que a compõem, desenvolvendo assim o interesse e o gosto pela tradição

CONCLUSÕES:
A escola deve ser entendida como espaço privilegiado das sociabilidades humanas. O folclore, então, aparece como um campo imenso de civismo a ser aproveitado. O fato de muitas ciências estarem ligadas ao folclore favorece a escola a servir-se dele pelas mais variadas disciplinas como meio de transmissão de conhecimento e revelador da cultura do povo através, dentre outras formas, da linguagem oral e escrita. O conto, por exemplo, é um veículo educativo usado nas mais antigas civilizações e do mesmo modo entre os povos naturais para relatar os atos e virtudes de seus antepassados. O mito relata sobre seres e acontecimentos imaginários de significação simbólica, que fala dos primeiros tempos ou de épocas heróicas. Os provérbios apresentam uma condensação de sabedoria. As adivinhas, testes de conhecimentos. Já as danças e os jogos estimulam as relações sociais e reafirmam a unidade grupal. Os jesuítas já aproveitavam o folclore no ensino utilizando na catequese as danças e os cantos indígenas. Infelizmente muitos não têm essa consciência.

Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas – FAPEAM

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Folclore, Educação, Educação Infantil

E-mail para contato: fariasmanaus@gmail.com