60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 14. Ensino Superior

A UNIVERSIDADE NO MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA

Luiziane Helena do Nascimento1
Maria das Graças Marcelo Ribeiro1, 2

1. Departamento de Educação/ Universidade Federal de Viçosa
2. Profa. Dra. Orientadora


INTRODUÇÃO:
O ensino superior surgiu nas corporações de alunos e professores, por volta do século XII, na Europa, ligado à Igreja Católica. No Brasil, surgiu no século XVI, em instituições de ensino dos jesuítas, com o objetivo de formar os quadros de sacerdotes, filósofos e bacharéis em artes. A partir da transferência da corte portuguesa para o Brasil em 1808, houve a preocupação de se criar as primeiras instituições de ensino superior, com o objetivo de formar profissionais liberais. Mas foi durante o Império que surgiram as primeiras reivindicações para a criação em território nacional de uma universidade. Este movimento só se intensificou a partir da década de 1920. No bojo do movimento escolanovista, pensadores liberais insistiram na criação de uma universidade. O objetivo desse trabalho é identificar no documento mais específico produzido por esse movimento – o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova – a concepção de universidade nele contida.

METODOLOGIA:
Procedeu-se à revisão de literatura sobre a constituição histórica da universidade, particularmente a constituição da universidade no Brasil, no início do século XX. Para a realização deste trabalho, foi examinado o documento “A reconstrução educacional no Brasil – Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, em razão da importância que este documento teve para os rumos que então tomou a educação brasileira.

RESULTADOS:
No início do século XX, importantes educadores brasileiros iniciaram o movimento escolanovista, discutindo a relevância da estruturação do sistema de ensino público no país. Esse movimento lançou em 1932 o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, que foi um marco para a educação nacional. Dentre os educadores envolvidos no movimento, destacam-se Fernando de Azevedo e Anísio Teixeira, redatores do documento. Ambos participaram ativamente da fundação da Associação Brasileira de Educação. Ocuparam cargos importantes e foram decisivos para a legitimação do campo educacional brasileiro. Azevedo foi o responsável pela criação da Universidade de São Paulo (1934) e Teixeira pela criação da Universidade do Distrito Federal (1935). De acordo com o documento, o ensino superior brasileiro até as duas primeiras décadas do século XX não conseguiria desempenhar o papel de formador das elites porque tinha finalidade exclusiva de formação profissional. Assim, não tinha em vista adquirir horizontes científicos e culturais, deixando de abranger outras áreas de formação humana. Por isto, a organização da universidade era urgente. A ela caberia, além da formação profissional, a difusão dos ideais sociais e políticos capazes de estabelecerem direção na solução dos problemas nacionais.

CONCLUSÕES:
Pôde-se concluir que a concepção de universidade contida no documento é a de uma instituição que deve estar no topo da organização do sistema educacional, formando as elites e buscando soluções para as questões científicas, intelectuais, políticas e econômicas do país. Ela deve se organizar para desempenhar a tríplice função “de elaboradora ou criadora de ciência (investigação), docente ou transmissora de conhecimentos (ciência feita) e de vulgarizadora ou popularizadora, pelas instituições de extensão universitária, das ciências e das artes” (AZEVEDO*, 1958, p. 74-75). Desta forma, a universidade abrangeria os altos estudos e a alta cultura, formando as elites pensadoras do país, desenvolvendo a pesquisa livre e desinteressada nos diversos segmentos do saber humano.

Instituição de fomento: PROBIC/ FAPEMIG

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Universidade, Educação Superior, Concepção de Universidade

E-mail para contato: luizianehelena@yahoo.com.br