60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 1. Geografia Humana

O BAIRRRO DA CIDADE VELHA/BELÉM/PARÁ/BRASIL: E A DINÂMICA URBANA

Maria de Jesus Benjamin da Silva1
Mário Benjamin Dias2
Maria do Socorro Teixeira1

1. Escola Superior Madre Celeste- ESMAC
2. Nucleo Pedagógigo Integrado- NPI


INTRODUÇÃO:
A pesquisa analisou a problemática urbana que se revela, enquanto prática sócio espacial, no plano do vivido. As condições da reprodução da sociedade variam no tempo e no espaço, neste sentido, a dinâmica urbana deve ser analisada enquanto momento histórico determinado, no movimento do processo de reprodução continuada da metrópole. A nova centralidade aprofunda o processo de segregação espacial pela diferenciação dos usos, e das transformações das funções dos lugares na divisão espacial do trabalho, na metrópole. A produção deste espaço aparece como condição e produto da reprodução do capital, que ultrapassa em seu processo de expansão, cada vez mais, os limites da fábrica para se realizar num espaço mais amplo, aquele da cidade. Dessa forma o urbano no bairro foi visivelmente marcado por grandes transformações a partir da década de 60. A urbanização acelerada e a diversificação do comércio, do setor de serviços, a intensificação do capitalismo no campo e o fortalecimento da malha rodoviária aprofundaram a divisão social do trabalho, materializada no espaço urbano através de uma maior divisão de classes sociais, gerando assim um espaço pleno de contradições e conflitos, acompanhando a própria formação social brasileira.

METODOLOGIA:
A pesquisa faz parte da tese de doutorado realizada em Belém do Pará, que foi núcleo inicial da cidade chamado bairro da Cidade velha Quando? No período de janeiro de 1999 a julho de 2001. Como? A pesquisa foi feita de forma a compreender a realidade, através do qual o espaço pode ser explicado, na medida em que a idéia de movimento sugere momentos diferentes de interpretação da realidade analisada. Portanto foram recolhidas, nos documentos bibliográficos, (coletas de jornais entrevistas, questionários, histórias de vida entre outros dados coletados), que permitiram, a elaboração desse. A pesquisa de campo e a busca de informações foi fundamental para a realização da mesma.

RESULTADOS:
.O espaço urbano da cidade foi visivelmente marcado por grandes transformações a partir da década de 60. A urbanização acelerada e a diversificação do comércio, do setor de serviços, a intensificação do capitalismo no campo e o fortalecimento da malha rodoviária aprofundaram a divisão social do trabalho, materializada no espaço urbano através de uma maior divisão de classes sociais, gerando assim um espaço pleno de contradições e conflitos. .A periferia do bairro se reproduziu como decorrência de um processo que contrapõe uma produção social do espaço fundamentada à sua apropriação privada do solo urbano – de modo que a morfologia social se realiza também enquanto morfologia espacial - revelando a importância da propriedade privada. .Perda da identidade cultural e dos antigos modos de vida traz implícitas condições de emergência de um novo modo de vida adaptado às novas determinações existentes. .A história do bairro marca a dissolução do antigo modo de vida existente que foi destruído a partir da introdução de novas relações baseadas nas relações capitalistas que não estão restritas apenas a fatores econômicos, mas abrangem as determinações sociais, políticas, ideológicas e culturais fundamentadas em relações sociais antagônicas.

CONCLUSÕES:
Em decorrência desse processo, o bairro por exemplo, se funda uma “nova identidade” onde o habitante do lugar - invadido pelo mundial vê sua particularidade em questão. Neste momento, a ruptura produz um outro plano onde o indivíduo se reconhece e se identifica num espaço mais amplo, pela mediação da metrópole paraense entrando em contato com o mundo. Através desta mediação o local se articula de modo inexorável ao plano do mundial - aquele da constituição da sociedade urbana - com a tendência a instauração do cotidiano, a extensão do mundo da mercadoria, o aprofundamento das relações de mercado, revelando a constituição de uma “nova urbanidade” que afronta e explica esse processo de constituição de uma identidade abstrata fundada no fato de que o habitante pertence a uma totalidade mais ampla e vasta do que o universo do lugar e da vida privada. A cidade enquanto momento presente só existe pela “acumulação de tempos, do passado” mas a perda dos referenciais urbanos, como produto da rapidez com que a morfologia se transforma, redefine a prática sócio-espacial onde o espaço em constante mutação e o tempo acelerado, produz uma nova dinâmica.



Palavras-chave:  Cidade, Urbano, Relações

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