60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia

LEISHMANIOSE CANINA EM ITAÚNA/MG - CONDIÇÕES AMBIENTAIS QUE PODEM INTERFERIR NA INCIDÊNCIA

Thamara Cristina de Oliveira Peixoto da Silva1
Ana Caroline Ferreira Alves1
Hellen da Silva Melo1
Pauline Tavares de Moraes1
Vanderlaine Antunes do Nascimento1

1. Faculdade de Ciências Biológicas/ Universidade de Itaúna


INTRODUÇÃO:
O gênero Leishmania (Ross, 1903), que pertence à ordem Kinetoplasida e à família Trypanossomatidae, foi causadora de uma epidemia na cidade de Itaúna, em Minas Gerais no decorrer do ano de 2007. A Leishmaniose tem no seu grupo de hospedeiros vertebrados, uma grande variedade de mamíferos. A transmissão ocorre por um mecanismo complexo, através da picada da fêmea do inseto infectado, no momento da hematofagia. Embora as infecções por esses parasitas sejam mais comuns nos roedores e canídeos, este estudo será voltado para os canídeos devido ao fato destes animais estarem em maior contato com os seres humanos, e de forma pacifica, já que estes parasitas podem ser transmitidos dos animais para o Homem, podendo causar, dependendo do grau até a morte do hospedeiro humano.

METODOLOGIA:
Através de comparações feitas nos trabalhos de controle da Leishmaniose viceral no ano de 2007 em Itaúna, do Centro de Controle de Zoonoses, foram utilizados dados de três bairros com maior incidência de casos positivos (Belvedere, Bairro das Graças e Cerqueira Lima) e, de três bairros com menor ou nenhuma incidência de casos positivos (Novo Horizonte, Piedade e Vila Nazaré). Analisou-se as condições higiênicas (lixo exposto, dejetos animais, paredes das residências com frestas), condições ambientais (água a céu aberto e terreno arborizado) e educacionais (trabalho educativo), e como estas influenciam no índice de incidências de casos, e como isso pode interferir no controle da doença. A análise dos dados foi feita com todos os cães com resultado reativo e alguns com resultado não reativo no Teste Sorológico de cada bairro e entre bairros com maior e menor incidência de casos.

RESULTADOS:
Após iniciar o trabalho, dados oferecidos pelo Centro de Zoonoze de Itaúna foram separados primeiramente por bairros mais e menos afetados pela Leishmaniose. Separados os bairros, duas tabelas foram criadas, a primeira com os dados do cão, com nome, endereço, número da amostra, nome do dono, data da coleta do sangue do animal e o resultado do Teste Sorológico para Leishmaniose e, a segunda com dados das residências dos animais que deram resultado reativo ao teste, e para comparação, os dados residenciais dos animais que possuíam o número da amostra anterior e posterior à amostra reativa. Feita a soma dos dados totais dos animais reativos e não reativos, e a soma de cada item usado para a comparação, foi calculada a porcentagem reativa a incidência de casos positivos. Sendo assim, pode-se afirmar que o trabalho de educação e conscientização referente à doença, não apresenta eficácia, pois fica firmado que residências com frestas não interferem na incidência da mesma. No entanto, uma maior exposição ao lixo orgânico e seco, locais que possuem esgoto a céu aberto, Água servida a céu aberto e terreno arborizado interferem sim, no aumento de casos reativos, interferências essas que só fazem por aumentar o número dos casos.

CONCLUSÕES:
Apesar da transmissão da Leishmaniose depender exclusivamente da picada do mosquito transmissor, há cuidados que os criadores de cães podem tomar em casa para dificultar a propagação da doença. Percebeu-se que a exposição de lixo, seja orgânico ou seco, aumenta em 14% o número de casos de Leishmaniose em canídeos por ser um chamariz de mosquitos, sendo assim, se o dono mantiver o lixo em local apropriado e coberto este í¬ndice reduzirá. Dejetos de animais expostos também aumentam a incidência em 16,9% pelo mesmo motivo do lixo, por ser também um chamariz para mosquitos, cabe ao criador, portanto, coletar os dejetos de seus animais e despejá-los em uma instalação sanitária, por exemplo. A água do animal servida a céu aberto interfere com um aumento de 5% por ser berçário de mosquitos. Se os donos diariamente trocarem a água dos animais e lavarem suas vasilhas mantendo-as em local mais reservado, isso poderá auxiliar um maior controle da moléstia, e, constatou-se que terrenos arborizados também proporcionam um aumento de 16,71% de incidência da Leishmaniose, por acumular água parada em folhas e flores. Concluiu-se que o controle em pequenas áreas depende do cuidado do criador de cães, e em Áreas maiores uma detetização poderia trazer algum efeito positivo.

Instituição de fomento: Centro de Controle de Zoonoses de Itaúna



Palavras-chave:  Leishmaniose, Canídeos, Doença

E-mail para contato: eamaneringeril@itamaster.com.br