60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem

QUANDO O TERCEIRO SETOR SE VOLTA À EDUCAÇÃO.

Bárbara Martins de Lima Delpretto2

2. Educadora Especial. Mestranda pela Universidade Federal de Santa Maria.


INTRODUÇÃO:
A responsabilidade social é uma meta que vigora a tempos no Brasil e no Mundo. No entanto, as preocupações com um ambiente sustentável se tornaram imprescindíveis no século XXI, visto a degradação de hábitos, costumes e ações benéficas nas esferas social, humana, política e cultural. Buscando por atuação mais ativa é que foi fundada, em janeiro de 2007, a Organização não Governamental Infância-Ação, nome fantasia ONG Infância-Ação. No referido ano de estréia, um dos projetos idealizados intitulado “Escova-ação” objetivou introduzir concepções para criação de novos hábitos com relação à higiene bucal de crianças de uma comunidade periférica da cidade de Santa Maria/RS. O projeto foi idealizado e executado por estudantes de graduação da Universidade Federal de Santa Maria. Desta maneira, acredita-se que a responsabilidade social voltada à prática e a vivência, produz reflexos que vão aquém dos idealizados: demuda idéias em ações produtivas, transformando-as concomitantemente.

METODOLOGIA:
O Projeto Escova-Ação realizado pela ONG Infância-Ação teve por objetivo geral diminuir a incidência de cáries e conscientizar as crianças e os pais destas sobre a importância da escovação adequada na infância. Para tanto, inicialmente contatou-se uma instituição da cidade a fim de tomar ciência das necessidades prioritárias desta em relação à comunidade geral. Em análise aos dados cedidos por estas instituições, optou-se por uma Pastoral que se propunha a organizar, em sede, encontros mensais com a participação de cento e seis crianças de zero a seis anos de idade. Em parceria com uma clínica dentária da mesma localidade, acionou-se por dentistas que estivessem disponíveis para o trabalho voluntário a fim de que estes enfatizassem, por meio de atividades lúdicas e explicações plausíveis e acessíveis, a importância da higiene bucal desde os primeiros meses de vida. Esta mesma importância foi abordada por meio de discussões aos pais e/ou responsáveis para que auxiliassem e mantivessem esta ação cotidianamente, de modo a se tornar um hábito sadio e divertido para as crianças.

RESULTADOS:
Das cento de seis crianças que participam dos encontros mensais da Pastoral localizada na cidade de Santa Maria/RS, além dos pais e/ou responsáveis, visualizou-se que os resultados do projeto “Escova-ação” obtidos nos seis meses de duração, foi de grande valia aos executores do mesmo e, principalmente, às crianças. Ao orientá-las sobre os cuidados básicos com a saúde bucal, o uso correto da escova, do fio dental e do creme dental, além de informar as crianças e aos responsáveis sobre os riscos do consumo de alimentos cariogênicos, notou-se que as ações realizadas no espaço cedido pela Pastoral foram mantidas em outros contextos, como o espaço familiar. Segundo relato dos próprios pais e/ou responsáveis, a introdução de concepções quanto à higiene oral básica oportunizou, especialmente, em crianças de zero a seis anos, a abertura de espaços para questionamento quanto a outros hábitos que influenciavam nestas concepções e, com isto, um maior aproveitamento das informações dispostas nos encontros realizados durante seis meses.

CONCLUSÕES:
Segundo Popper (apud MARQUES, 2006), quanto mais exata os resultados de pesquisas apontarem, mais esta abrirá caminho para a contestação, ao passo que esta deve apontar, para mudar a trajetória, para soluções possíveis sem silogismos. Durante a execução do projeto “Escova-ação” foi possível verificar que ações mais ativas em favor da comunidade em que vivemos mostram-se benéficas nas mais diversas esferas atuais. Os efeitos de iniciativas concatenadas como estas apontam, também, para acréscimos que vão além da ação em si: compreende e assimila o empreender de forma cognoscível, crítica e, portanto, reflexiva para permitir, com isto, a indicação de recursos críveis. Por esta razão que a responsabilidade social pode e deve se tornar uma fun(a)ção social de todos por meio de imersão epistemológica do próprio sujeito no ambiente que o circunda, possibilitando, assim, o delineamento de transformações possíveis e sempre passíveis de ações congruentes.



Palavras-chave:  Responsabilidade Social, Educação, Organizações Não Governamentais

E-mail para contato: delpretto@gmail.com