60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 6. Parasitologia

PREVALÊNCIA DE ENTEROPARASITOSES EM CRIANÇAS DE COMUNIDADES CARENTES DO SEMI-ÁRIDO BAIANO.

Aline da Silva Tavares1
Katiane Silva Oliveira1
Priscila Pereira1
Gustavo Cabral de Miranda1
Artur Gomes Dias Lima1
Jorge Santana1

1. Universidade Estadual da Bahia - UNEB / Departamento de Educação-Campus VII


INTRODUÇÃO:
A prevalência de parasitoses intestinais encontra-se bastante elevada em determinadas comunidades, e está relacionada com as condições de saneamento básico, o nível sócio econômico e cultural, grau de escolaridade, idade e os hábitos de higiene dos indivíduos, entre outras variáveis, afetando principalmente a população pediátrica. O principal objetivo do trabalho evidenciou realizar um inquérito enteroparasitológico em comunidades pertencentes aos Municípios de Jaguarari e Senhor do Bonfim-Ba, para dimensionar os índices de infecção por enteroparasitas em crianças e adolescentes que moram em regiões carentes do semi-árido baiano. Também, diagnosticar as enteroparasitoses mais representativas, e fazer um levantamento das condições socioeconômicas e sanitárias destas comunidades.

METODOLOGIA:
O publico alvo envolveu 257 crianças e adolescentes, entre 2 e 14 anos, residentes em comunidades carentes na região norte da Bahia. O método coproscópico utilizado foi o de sedimentação espontânea. As famílias responsáveis pelas crianças participantes do projeto foram cadastradas por questionários e distribuídos coletores para amostras. Os materiais fecais foram coletados e encaminhados para analise no Laboratório de Parasitologia e Entomologia Médica – LAPEME, UNEB, Campus VII.

RESULTADOS:
As comunidades que participaram desse trabalho foram: Lage/Mamoeiro e Cazumba, pertencentes ao município de Senhor do Bonfim-Ba; Gameleira e Jacunã, pertencentes ao município de Jaguarari-Ba. Na analise das 257 amostras, apenas 55 estavam negativas. Para as 202 positivas, foram encontrados os seguintes enteroparasitas e comensais: os protozoários Entamoeba coli em 126 amostras, Endolimax nana em 76 e Iodamoeba butschlii, em 7. Os protozoários patogênicos encontrados foram Giardia lamblia em 73 crianças e a Entamoeba histolytica em 8. Dentre os helmintos, estiveram presentes nas amostras: Ancilostomídeos em 38, Ascaris lumbricoides em 26, Enterobius vermicularis em 16, Hymenolepis nana em 30, Strongyloides stercoralis em 5, e Trichuris trichiura em 1 amostra. A prevalência para enteroparasitoses foi de 78,6%, sendo que muitas crianças encontravam-se biparasitadas (30,7%) e poliparasitadas (21,4%). Vale salientar que a maioria das famílias possuem uma renda mensal abaixo de ½ salário mínimo, sendo todos lavradores e quase todos analfabetos. Muitas famílias não possuem água encanada e nem rede de esgoto em suas casas. Observa-se a necessidade de implantação de programas de controle e educação sanitária nessas comunidades.

CONCLUSÕES:
Através do trabalho de pesquisa pôde-se verificar que o índice de parasitoses encontra-se bastante elevado em crianças e adolescentes carentes que residem nas regiões do semi-árido baiano, prejudicando o desenvolvimento mental e físico dos indivíduos. Foi constatada a fundamental importância da colaboração e participação dos moradores no controle dessas doenças, o que requer a elaboração de programas de combate às parasitoses intestinais por parte das autoridades sanitárias, além do tratamento e cuidado dessas crianças, como também um programa de educação voltado para a conscientização em relação aos meios de prevenção. Presume-se que as demais comunidades do semi-árido, sob as mesmas características e carências sanitárias, estejam na mesma situação.

Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia - FAPESB

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Enteroparasitoses, Semi-árido, Educação Sanitária

E-mail para contato: adsbio@gmail.com