60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica

O INGRESSO DA CRIANÇA DE 6 ANOS NO ENSINO FUNDAMENTAL: NECESSIDADES E DESAFIOS

Daniele Cecília Ramos Dotti do Prado1
Marcia Cristina Argenti Perez1

1. Faculdade de Ciências - Departamento de Educação -UNESP/Bauru


INTRODUÇÃO:
É sabido que a implantação de uma política de ampliação do ensino fundamental de nove anos exigirá uma reorganização de âmbito pedagógico, uma vez que o intuito é assegurar às crianças um tempo ampliado de convívio escolar que resulte em maiores possibilidades de aprendizagem. No que concerne ao ensino fundamental, as crianças de seis anos, assim como as demais de sete a dez anos de idade, precisam de uma proposta curricular que atenda a suas características, necessidades e potencialidades específicas. Neste contexto o presente estudo investiga a infância a partir do ingresso das crianças de seis anos no ensino fundamental, destacando a análise das discussões em torno da adequação dos conteúdos e práticas pedagógicas às especificidades dos educandos.

METODOLOGIA:
O projeto objetivou concretizar a temática enfocando a análise das recentes publicações de órgãos oficiais e de estudos acadêmico-científicos que explicitam discussões acerca das especificidades da infância e da legitimidade e efetividade dessa política educacional.

RESULTADOS:
Dentre os principais resultados podemos mencionar as seguintes constatações: 1) os documentos de órgãos oficiais apresentam a orientação da necessidade de construção de uma proposta pedagógica coerente às especificidades da segunda infância e que atenda, também, às necessidades de desenvolvimento da adolescência, não se tratando portanto de compilar conteúdos em duas etapas da educação básica; 2) as publicações acadêmico-científicas são recentes e escassas, todavia enfatizam a necessidade da valorização das culturas infantis, visto que a nova política educacional precisa considerar que muitas crianças trazem na sua história a experiência na instituição de educação infantil e no ensino fundamental terão a oportunidade de novas aprendizagens, que não devem se resumir a uma repetição da pré-escola, nem na transferência dos conteúdos e do trabalho pedagógico desenvolvido na primeira série do ensino fundamental de oito anos; 3) a análise documental e bibliográfica evoca outras demandas, tais como, a necessidade de recursos humanos – professores, gestores e demais profissionais da educação e a adequação do espaço escolar – os materiais didáticos, o mobiliário e os equipamentos para atender às crianças com essa nova faixa etária de ingresso no ensino fundamental.

CONCLUSÕES:
Em suma concluímos que é necessário que haja, de forma criteriosa, com base em fundamentos, estudos e debates, a reorganização das propostas pedagógicas das secretarias de educação e dos projetos políticos-pedagógicos das escolas, de modo que assegurem efetivamente o pleno desenvolvimento das crianças em seus aspectos físico, psicológico, intelectual, social e cognitivo, tendo em vista alcançar os objetivos do ensino fundamental, sem restringir a aprendizagem das crianças de seis anos de idade à exclusividade da alfabetização no primeiro ano do ensino fundamental de nove anos, mas sim ampliando as possibilidades de aprendizagem.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Infância, Ensino fundamental, Política educacional

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