60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional

AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO DURANTE A MARCHA DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS ATRAVÉS DA ESCALA DE TINETTI

Juleimar Soares Coelho de Amorim1
José Carlos Rodrigues Júnior2
Roberta Xavier Bruno2

1. Pontifica Universidade Católica de Belo Horizonte
2. Faculdade de Minas


INTRODUÇÃO:
Um dos principais propósitos do processo de reabilitação é ajudar os pacientes a atingirem o nível mais alto possível da independência funcional, o que torna a deambulação humana um dos componentes básicos. A dificuldade de locomoção dos pacientes idosos, relacionada à diminuição da massa muscular, bem como à limitação articular, pode levá-los a alterações posturais, interferindo na manutenção do equilíbrio, propiciando uma tendência maior a quedas, que varia de acordo com a faixa etária e local de moradia dos idosos, sendo que, de acordo com a literatura, a prevalência de quedas é maior em mulheres. A equipe de fisioterapia deve estar atenta às alterações como declínio da capacidade funcional, levando às alterações de equilíbrio e controle postural, depressão, ansiedade e isolamento social, pois, essa assistência pode contribuir para melhoria da qualidade de vida dos institucionalizados. O objetivo do presente estudo é analisar o equilíbrio durante a marcha de idosos residentes em uma instituição geriátrica.

METODOLOGIA:
O estudo é do tipo transversal e a amostra foi determinada previamente. Foram analisados 20 idosos, 10 do sexo masculino e 10 do sexo feminino, com idade média de 72,45 anos ± 10.37. O critério de exclusão adotado foi de idosos que apresentam déficits cognitivos, alterações visuais e auditivas graves, patologias e disfunções agudizadas, hipotensão postural ao teste, deformidades ortopédicas, reumatológicas e neurológicas que impossibilitassem a marcha. O método usado na análise cinemática qualitativa foi a observação embasada na Escala de Marcha de Tinetti, que avalia o equilíbrio do individuo durante a marcha a partir de sete itens: iniciação à marcha, comprimento e altura do passo, simetria do passo, continuidade do passo, desvio da linha reta, oscilações de tronco e base de apoio. Foi demarcado no corredor um espaço de 3 metros de comprimento e 30 cm de largura, conforme protocolo do teste utilizado. O idoso então era orientado a deambular pelos 3 metros, primeiro no seu ritmo usual, depois rápido, porém num ritmo seguro. O escore da marcha total é de 12 pontos, indicando equilíbrio inalterado.

RESULTADOS:
O escore obtido pela amostra variou de 4 a 12 pontos, com média de 8.42 ± 2.3, ou seja, um déficit de aproximadamente 30%. Verifica-se então, indivíduos com consideráveis alterações de equilíbrio durante a marcha, estando estes propensos a quedas e suas conseqüências tais como fraturas e lesões de tecidos moles que implicam em imobilidade e suas complicações. Quando comparada à idade, a média do escore do grupo abaixo de 70 anos foi de 7,91; de 70 a 80 anos a média foi de 9,27; e os idosos acima de 80 anos, alcançaram 7,62, ou seja, não constatou-se correlação do equilíbrio em relação ao avançar da idade. Quando comparadas o escore entre os sexos, encontrou-se média de 8,3 para o sexo masculino e 8,5 para o feminino. Porém quando analisados pelo teste T-student ao nível de significância de 5% (p≤0,05) tais dados não apresentaram diferenças estatísticas.

CONCLUSÕES:
Através dessa pesquisa podemos concluir que a amostra apresentou moderado déficit de equilíbrio durante a marcha. Consideramos que esse comprometimento produz um impacto negativo na vivência geriátrica, ocasionando dependência e/ou perda da autonomia. Portanto, faz-se necessárias medidas voltadas para prevenção de quedas com atividades que visem restaurar o equilíbrio dos idosos em questão. Verificamos, também, que em nossa amostra não houve correlação do equilíbrio corpóreo com a idade e sexo dos participantes.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  marcha, equilíbrio, idosos

E-mail para contato: juleimar@yahoo.com.br