D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 6. Farmácia
ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS NA PRÁTICA CLÍNICA DE UM HOSPITAL PÚBLICO
Gustavo José da Silva Pereira1
Ivana Maria Fechine Sette1, 2
Lindomar de Farias Belém1, 3
Arsênio Rodrigues Oliveira1
Edílson Dantas da Silva Júnior1
Jahamunna Abrandes Andrade Barbosa1
1. Departamento de Farmácia/UEPB
2. Professora Dra./Orientadora
3. Professora Dra./Co-orientadora
INTRODUÇÃO:O Estudo da Utilização de Medicamentos representa o ramo da farmacoepidemiologia que se destina ao acompanhamento da comercialização, distribuição, prescrição, dispensação e uso dos medicamentos em uma sociedade, com especial enfoque em suas conseqüências sanitárias, sociais e econômicas. Através dele, os hábitos de prescrição são avaliados e pode-se definir estratégias para a redução da quantidade e da intensidade dos efeitos indesejáveis provocados por interações medicamentosas e outros problemas relacionados ao uso de medicamentos. Assim, através desta pesquisa, objetivou-se estudar o consumo dos medicamentos, avaliar a incidência de reações adversas a medicamentos (RAM’s), identificar possíveis interações medicamentosas, os principais medicamentos envolvidos, e os fatores de riscos implicados no aparecimento de tais reações em pacientes hospitalizados na clínica médica de um hospital público na cidade de Campina Grande, PB.METODOLOGIA:O estudo caracterizou-se como descritivo e exploratório de caráter transversal com abordagens quali-quantitativas, foi constituído por uma amostra aleatória de 61 pacientes que iniciou internação na clínica médica, no período de agosto de 2007 a janeiro de 2008. Para o reconhecimento das possíveis RAM’s, foi utilizado um conjunto de métodos e técnicas de farmacovigilância hospitalar conhecido como busca-ativa. Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se um formulário farmacoterapêutico especificamente elaborado para o estudo; os pacientes que participaram da pesquisa assinaram um termo de consentimento, conforme recomendam as diretrizes regulamentadoras emanadas da Resolução 196/96.RESULTADOS:Os 61 pacientes, apresentavam 165 diagnósticos ativos, as doenças do aparelho circulatório foram de maior ocorrência. Dos 302 medicamentos prescritos, a maior ocorrência de utilização foi de medicamentos analgésicos, para tratamento da úlcera péptica e da flatulência, e antibacterianos. Dos pacientes, 70,5% eram idosos, para esses foram prescritos 220 medicamentos, sendo que 15% desses medicamentos foram considerados impróprios para o idoso. Os pacientes apresentaram possíveis 77 RAM’s, com média de 1,26 por paciente. Considerando apenas os 54,1% que apresentaram possíveis RAM’s, a média aumentou para 2,33 RAM’s por paciente, as que afetaram o sistema gastrintestinal dos pacientes foram às identificadas com maiores freqüências. Houve 38 interações distintas, envolvendo 21 tipos de fármacos. Quanto à freqüência, 37 pacientes entrevistados (60,7%) estiveram expostos a 106 interações medicamentosas respaldadas pela literatura científica; as classes terapêuticas mais envolvidas destacaram-se: medicamentos antiinflamatórios não-esteróides, cardiovasculares, diuréticos, antieméticos e hipoglicemiantes.CONCLUSÕES:Desta forma, os resultados podem ser úteis no estímulo ao desenvolvimento de mecanismos de avaliação de processos que visem reduzir esses riscos, aumentando a chance de resultados terapêuticos positivos e benefícios para os pacientes. O envolvimento de um farmacêutico clínico na equipe de atendimento pode elevar a qualidade do serviço prestado, sem ingerências sobre as competências multiprofissionais. Estudos mais amplos nesse campo são necessários a fim de se alcançar uma maior validade externa e o desenvolvimento de novos instrumentos de classificação de riscos e prevenção de problemas relacionados com medicamentos, em locais onde não se realiza acompanhamento farmacoterapêutico.
Instituição de fomento: UEPB, CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave: Uso de Medicamentos, Farmacoepidemiologia, Hospital Público
E-mail para contato: gujsp@hotmail.com
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