60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

O rotavírus constitui-se na principal causa de morbi-mortalidade associada à gastroenterites na infância. Considerando a abrangência e a gravidade da doença, notou-se a necessidade do desenvolvimento de uma vacina contra esse vírus. As primeiras vacinas surgiram na década de 1980, essas foram suspensas em 1999 devido ao aumento de casos de invaginação intestinal. A vacina utilizada no Brasil atualmente é a RIX4414, que foi introduzida no Calendário Básico de Imunização Infantil do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2006. A Vacina Oral de Rotavírus Humano (VORH) possui algumas peculiaridades que ainda são desconhecidas devido ao seu uso recente, estudos ainda em desenvolvimento e a escassez de produções científicas. Sua implantação nas unidades de formação técnica e acadêmica, não foi acompanhada de um treinamento com abordagem aprofundada, o que proporciona uma assistência não aprimorada à população. Diante disso, viu-se a necessidade do presente estudo, que possibilitar uma reflexão sobre o assunto e o interesse dos profissionais de saúde e educadores acerca da temática. Assim, o objetivo da pesquisa é descrever as peculiaridades e identificar os cuidados associados à VORH.

METODOLOGIA:

Trata-se de uma revisão bibliográfica, com delimitação temporal, 2000 a 2007. Foi realizada uma busca na Biblioteca Virtual em Saúde, através do sistema Bireme, indexado na base de dados LILACS e na Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde onde foram utilizados os descritores vacinas/rotavírus; vacinação/rotavírus. Foram encontrados 83 artigos, sendo utilizados apenas nove artigos. Os critérios utilizados para inclusão dos periódicos foram: estarem na íntegra, nos idiomas português e espanhol e no período de 2000 a 2007.

RESULTADOS:

A VORH, RIX4414, está em processo de investigação em países desenvolvidos e em desenvolvimento, o que limita a sua utilização e determina precauções em seu uso. A vacina possui peculiaridades: Esquema Vacinal: duas doses, a primeira deve ser aplicada aos dois meses de idade, considerando a idade mínima permitida de seis semanas e a máxima de quatorze. A segunda deve ser administrada aos quatro meses, sendo a idade mínima e máxima de aplicação, respectivamente, quatorze e vinte quatro semanas. Deve-se assegurar um intervalo mínimo entre as doses de quatro semanas. Adiamento da vacinação: em casos de tratamento com imunodepressores ou corticóides em dose imunossupressora; na evolução de doenças agudas febris graves e em casos de crianças com vômitos e diarréias que necessitam de hospitalização. Eventos Adversos: nenhuma situação foi atribuída causalmente à vacina. Cuidados: precauções no manuseio das fezes de crianças vacinadas; não repetir a dose caso a criança vomite ou regurgite logo após a administração; não contra-indicar a vacina para lactentes que convivam com pacientes imunodeprimidos ou gestantes e filhos de mães HIV+, desde que não apresentem manifestações clínicas graves ou imunossupressão; não restringir consumo de líquidos ou alimentos, antes ou após da vacinação.

CONCLUSÕES:

O Brasil é um país em desenvolvimento e suas condições sanitárias são precárias, o que constitui um importante fator de risco para a alta incidência de gastroenterites infantis agudas, particularmente aquelas dotadas de maior gravidade ocasionadas pelo rotavírus humano.Como a melhoria das medidas sanitárias não atinge toda a população, a implantação de uma vacina eficaz, segura e de ampla imunogenicidade contra o rotavírus humano se torna imprescindível. A implantação pioneira da VORH, RIX4414, no calendário básico de imunização do SUS pelo Ministério da Saúde foi de grande relevância para a saúde de lactentes considerando o alto índice e a gravidade das doenças diarréicas nesta faixa etária. Sabendo que esta vacina é recente e que existem poucos estudos abordando as suas particularidades, o Brasil se enquadra como um importante campo de pesquisa. Desta forma os profissionais de saúde se tornam elementos essenciais na busca de informações acerca da vacina. Assim, julga-se necessário a instituição de uma educação continuada afim de aprimorar e atualizar o conhecimento destes profissionais para uma melhor assistência à população.

Palavras-chave: rotavírus, imunização, enfermagem

E-mail para contato: maisacarol@hotmail.com