60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia

PERSISTÊNCIA LARVICIDA DE TEMEFÓS E BACILUS THURINGIENSIS SUBSP. ISRAELENSIS – BTI SOBRE AEDES AEGYPTI EM CONDIÇÕES DE CAMPO.

Gislaine Rosalina Brandão1
Antonio Pancrácio de Souza1
Daniel Máximo Correa de Alcântara1
Paulo Silva de Almeida2
Luiz Donizethe Minzão2
Maria Rita Marques1

1. UFMS
2. FUNASA


INTRODUÇÃO:
A dengue é hoje a arbovirose mais importante do mundo. Aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas encontram-se sob o risco de se infectarem, principalmente em países tropicais onde as condições climáticas (temperatura e umidade) são favoráveis à proliferação do mosquito vetor, Aedes aegypti (Linnaeus, 1762). Em Campo Grande/MS está sendo utilizado o Bacilus thuringiensis subsp. israelensis – Bti e nas demais cidades do estado Temefós para o controle das larvas de A. aegypti, aliado à medidas sanitárias para eliminar as condições ambientais favoráveis à proliferação do mosquito vetor da dengue. Em Campo Grande/MS, a substituição do temefós pelo Bti não foi antecedida, na realidade epidemiológica-ecológica local por nenhuma avaliação comparativa de eficácia entre esses dois larvicidas, e, particularmente, entre as diversas apresentações comerciais desses produtos, disponibilizadas para o programa de controle vetorial. Esta lacuna do conhecimento para o controle do vetor da dengue em Campo Grande começará a ser preenchida com o presente trabalho.

METODOLOGIA:
No verão, os ovos do inseto foram coletados no campo. Além disso, foi utilizada uma colônia de A. aegypti , pertencente ao Lacen em Campo Grande/MS. Os testes inseticidas foram conduzidos segundo padrão da Organização Mundial da Saúde (WHO, 1981). As apresentações comerciais avaliadas foram aquelas usadas no programa de controle vetorial em Campo Grande: Abate® (temefós – 1%); Vectobac – WDG® (B. thuringiensis subsp.israelensis, sorotipo H14); Vectobac - G® (B. thuringiensis subsp israelensis, sorotipo H14 ). Para cada béquer com 1L de água,as dosagens utilizadas foram: Abate® (temefós – 1%), 0,1g; Vectobac – WGD® - 0,01g; e Vectobac - G® - 0,1g. Foram utilizados, para cada apresentação comercial dos larvicidas, oito béqueres de 1L, e no controle foram quatro béqueres de 1L com água de poço. Em cada béquer foram colocadas 20 larvas em terceiro para o quarto estágio. A mortalidade foi verificada após 24h. A média das temperaturas neste período foi de 24.3°C. A incidência de mortalidade de larvas expostas a cada uma das apresentações comerciais dos larvicidas foi obtida através do quociente entre o total de larvas mortas em todos os béqueres contendo a mesma apresentação comercial e o total de larvas expostas a essa mesma apresentação do larvicida.

RESULTADOS:
O Abate (0,1g/L) teve efeito larvicida de 100% durante todo o período avaliado. O Bacillus thurigiensis israelensis – Bti WGD (0,01g/L) teve eficiência de 100% até ao quarto dia, daí em diante, oscilando em torno de 50% até ao décimo terceiro dia, quando a partir daí, não apresentou efeito. O Bti G (0,1g/L) foi 100% eficiente durante 13 dias. No décimo sexto dia apresentou eficiência de 60%, passando a 30% de eficiência no décimo nono dia.

CONCLUSÕES:
O resultado obtido neste estudo permitiu-nos concluir que o tratamento Abate mesmo em exposição aos raios solares possui prolongada persistência larvicida, nestas mesmas condições os Btis são eficientes por um curto período de tempo.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Dengue, vetor, efeito residual

E-mail para contato: gislaine-rb@hotmail.com