60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica

REPRESENTAÇÃO E PRÁTICAS PROFERIDAS PELA CRIANÇA DAS CAMADAS POPULARES NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

CAROLINE PETIT DE ARAGÃO1
MARCIA CRISTINA ARGENTI PEREZ1

1. Faculdade de Ciências - Departamento de Educação -UNESP/Bauru


INTRODUÇÃO:
Compreendemos a infância na atualidade como um resultado das transformações históricas e sociais. Nesse contexto o presente trabalho tem como objetivo compreender representações e práticas educativas proferidas pelas crianças sobre a infância e suas experiências no grupo familiar e no processo de escolarização.

METODOLOGIA:
Os procedimentos metodológicos adotados foram o mapeamento teórico de alguns estudos das áreas da Educação, Sociologia, História, Psicologia, Antropologia Social e o estudo empírico, baseado na coleta e registro de dados das atividades rotineiras presentes no cotidiano escolar da criança, segundo os procedimentos da etnografia. Realizamos essa investigação em uma instituição escolar da rede pública de ensino que atende os anos iniciais do Ensino Fundamental, localizada na periferia de uma cidade no interior do Estado de São Paulo. O universo do estudo enfocou uma sala do 2º ano e outra do 3° ano da primeira fase do ensino fundamental.

RESULTADOS:
Dentre os principais resultados podemos apresentar as seguintes constatações: 1) a infância na atualidade caracteriza-se como uma fase fundamental para o desenvolvimento cognitivo, social, emocional e físico. Entretanto, também foi possível analisar que a criança do universo da pesquisa encontra-se em um cenário pós-moderno, onde a evolução tecnológica e a cultura do consumo alteram as relações cotidianas entre crianças, jovens e adultos; 2) a educação familiar reproduz as culturas nas quais estão inseridas, através dos padrões sociais e econômicos. No entanto, a instituição familiar não constitui apenas um espaço de reprodução cultural social, mas também um ambiente propício para contestações, discussões e modificações diante das práticas estabelecidas pelas estruturas sociais. 3) a educação escolar tem reduzido os espaços lúdicos e diminuindo o período de lazer para o desenvolvimento global e específico das aptidões criativas, assim como a descoberta do mundo através das atividades socializadoras.

CONCLUSÕES:
Diante das diversas representações e práticas acerca da infância, aparece também um desafio que certamente influenciará as pesquisas nessa área, que são as limites entre respeitar a singularidade da criança e compreendê-la como ator social de cultura e as implicações deste fato na própria forma de organização do trabalho dos educadores na família e na escola. Isso implica redimensionar o sentido das práticas pedagógicas, das relações interpessoais entre educadores e a criança, o que inclui rediscutir o sentido hierárquico em que se baseia a “autoridade” dos educadores, em muitas discussões educacionais. Em suma concluímos que entender as crianças enquanto indivíduos que se expressam criativamente e criticamente, que reproduzem e criam cultura, que interpretam as coisas do mundo de maneira própria e que isto não lhes deixa em posição inferior ao adulto.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Infância, Ensino fundamental, Práticas educativas

E-mail para contato: caroline.petit@bol.com.br