60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 2. Comportamento Animal

EXISTE CANIBALISMO ENTRE LARVAS DE AEDES AEGYPTI (LINNAEUS, 1762)?

Thabata Leite Brum de Mello Borine1
Gislaine Rosalina Brandão1
Antonio Pancrácio de Souza1
Maria Rita Marques1

1. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)


INTRODUÇÃO:
A maioria dos recentes agentes de controle biológico como bactérias e fungos precisam ser ingeridos para causar efeito. O sucesso dessas pesquisas depende do conhecimento do comportamento de alimentação da larva e da natureza de sua dieta. Há registro de que os hábitos alimentares do Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) incluem microorganismos e detritos, além de partes de invertebrados mortos. Outros autores já descreveram a ocorrência de canibalismo entre larvas de A. triseratus, o que motivou essa pesquisa em observar se ocorre esse hábito alimentar em A. aegypti.

METODOLOGIA:
Uma criação de A. aegypti foi mantida no Laboratório de Bioquímica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul para obtenção das larvas. Foram colocados ovos para eclosão com dois dias de diferença para que se obtivesse larvas em dois ínstares (primeiro e segundo ínstar). Em cinco béqueres foram colocadas cinco larvas de cada ínstar, totalizando dez larvas por béquer. As mesmas foram mantidas em água declorada por dez dias. O experimento foi conduzido em escotofase dentro de uma BOD em uma temperatura média de 25ºC. durante todos os dias o número de larvas de cada instar foi observado e ao final dos dez dias contado o número de larvas por béquer.

RESULTADOS:
Em cada béquer foi observada uma média de 3 larvas de segundo instar e 2 larvas de primeiro ínstar. As larvas permaneceram no mesmo instar durante todo o período. As carcaças foram consumidas pelas larvas.

CONCLUSÕES:
As larvas de A. aegypti, mesmo submetidas a um longo período sem alimentação, não são canibais. As larvas sobreviventes consomem as carcaças disponíveis, como já foi observado por outros autores. Entretanto, esta alimentação não fornece os nutrientes suficientes para que a larva passe para o próximo ínstar, apenas a mantém viva.



Palavras-chave:  Hábito alimentar, Dieta, Desenvolvimento larval

E-mail para contato: thabata_borine@hotmail.com