60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

A Informática vem adquirindo cada vez mais importância no cenário educacional. Sua utilização como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem e sua ação no meio social tem aumentado de forma muito rápida. Nesse contexto, a educação passa por mudanças estruturais e funcionais frente as tecnologias de comunicação (TIC’s). Há alguns anos atrás, introduzir a informática na escola era uma ação a ser severamente justificada, pois não se via a necessidade de se utilizar desta tecnologia nas salas de aula. Para isto era preciso “ensinar” tanto aos professores quanto aos alunos como manipular as novas tecnologias sem perder o foco da aula. Atualmente, é sabido da importância de se aliar a informática com a educação, entretanto questionamentos surgem a respeito de que forma essa introdução possa acontecer com êxito. A partir da utilização de alguns aplicativos inseridos no contexto de uso outros recursos midiáticos, o presente trabalho aborda o uso de tecnologias digitais como forma de auxiliar o processo de ensino-aprendizagem vivenciados por professores e alunos de ensino fundamental em duas escolas públicas, EMF Jardim Adelaide e EMF Jardim Pinheiros,no Município de Hortolândia, SP.

METODOLOGIA:

Através da parceria da Secretaria Municipal de Educação-SME de Hortolândia e o NIED, com apoio da FAPESP, surgiu o projeto intitulado Tecnologias e Mídias Interativas na Escola (TIME), o qual tem por objetivo construir em escolas públicas um ambiente profícuo para reflexão sobre os impactos das TIC’s na sociedade contemporânea, em especial no processo da prática pedagógica. O referido projeto, que faz parte da Linha Ensino Público da FAPESP, foi implantado nas quais sete professoras lecionam e participam do projeto TIME. Nestas escolas há uma sala de multimídia com os seguintes recursos: 18 computadores com Webcam e acesso à internet, 1 TV LCD de 32”. As aulas nestes ambientes (1ºsemestre-2008) exploram softwares free, como por exemplo, o pacote de aplicativos do BrOffice e o editor de histórias em quadrinhos HagaQuê para desenvolverem conteúdos curriculares de acordo com cronograma temático proposto pela SME. Professoras e alunos integrantes do projeto aprendem a manipular aplicativos, a partir de guias práticos desenvolvidos por formadores do projeto, de modo a garantir suporte as atividades realizadas e a facilitar este processo de aprendizagem.

RESULTADOS:

Interação dos alunos e das professoras com tecnologias digitais tem se concretizado, de maneira que estas representem o meio de se realizar tarefas, e não o fim para estas. Este contexto tem propiciado a inclusão digital do indivíduo através da escola, em meio a um ciclo de assimilação de informação e geração de conhecimento. Isso por sua vez tem possibilitado com que o aluno se aproprie da informação e construa o seu conhecimento a partir de vivências que solicitem dele o uso de tais informações. Na contextualização do conhecimento, produção de materiais e expressão de suas idéias, os alunos compartilham conhecimentos que poderão ser apropriados por outros colegas, professores, amigos, pais, realimentando assim novos processos interativos e comunicacionais. Lembrando que, um incluído digitalmente não é aquele que apenas utiliza essa nova tecnologia, que é o mundo digital, para trocar e-mails, postar mensagens via Orkut. Mas sim aquele que usufrui desse suporte para melhorar as suas condições de vida, ou seja, utilizar a inclusão digital como forma de garantir a inclusão social.

CONCLUSÕES:

As professoras envolvidas com o projeto estão compartilhando informações, tais como salvar dados em diferentes mídias (pendrive, cd, etc) e a manipular certos aplicativos, ou seja, estão ativamente alimentando a cadeia de conhecimento mencionada anteriormente. Os alunos estão se demonstrando cada vez mais seguro nas salas de multimídia, na interação com os recursos midiáticos e também entre os pares. Em geral conseguem discernir quais aplicativos usar em diferentes atividades, como por exemplo, para desenhar utilizam o paint, para escrever um texto usam o BrOffice Writer, ou seja, eles estão cada vez mais familiarizados com os softwares disponíveis na sala de multimídia da escola. Gerou-se um ambiente de cooperação, compartilhamentos, aprendizagem e promoção digital. O projeto tende construir um ambiente de trabalho em que temos o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza.e de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza. As pessoas querem ser iguais, mas querem respeitadas suas diferenças. Ou seja, querem participar, mas querem também que suas diferenças sejam reconhecidas e respeitadas." (Boaventura de Souza Santos-2001).

Instituição de fomento: Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: Inclusão digital, Educação, Escola

E-mail para contato: gleisecavalli@gmail.com