60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 7. Saúde Materno-Infantil

ESTUDO DE PREVALÊNCIA DO DIABETES MELLITUS GESTACIONAL EM GESTANTES DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE E DA FAMÍLIA DE CAMPINA GRANDE.

Danielle Rocha Silva1
Maria Auxuliadora Lins da Cunha2
Carla Campos Muniz Medeiros3

1. Danielle Rocha Silva-Departamento de Farmácia-UEPB-
2. Prof.Dr.Maria Auxiliadora Lins da Cunha-Departamento de Farmácia-UEPB-Orientador
3. Prof.Dr.Carla C. Muniz Medeiros-Departamento de Enfermagem-UEPB-Co-orientador


INTRODUÇÃO:
O Diabetes é uma doença que afeta mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 10 milhões no Brasil. Quando diagnosticada pela primeira vez no período da gestação é denominada de Diabetes Mellitus Gestacional (DMG), caracterizando-se pela diminuição da tolerância à glicose de magnitude variável, podendo persistir ou não após o parto. A intolerância à glicose ou DMG acomete 7,6% das gestantes brasileiras. Em pacientes diabéticas grávidas, o controle insatisfatório da glicose está associado à alta incidência de morte intra-uterina, má formação fetal, aumento na incidência de macrossomia fetal e hipoglicemia neonatal. Em adição, DMG está associado ao aumento na freqüência de hipertensão e à necessidade do parto cesariana. Portadoras do DMG podem manter-se compensadas com dieta e exercícios, mas algumas requerem o uso de medicamentos, devendo ser avaliada à relação risco/benefício para a mãe e o feto. Este estudo objetiva diagnosticar e determinar a prevalência do Diabetes Mellitus Gestacional. Devido à significativa prevalência e pouca atenção na saúde pública, é importante diagnosticar, tratar e esclarecer a sociedade sobre esse distúrbio buscando melhoria na qualidade de vida destas mulheres.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa, composta por gestantes assistidas nas UBSF das Malvinas II e José Pinheiro II, com idade gestacional de até 28° semana e sem diabetes prévio. As gestantes que se dispuseram participar voluntariamente do referido estudo assinaram um Termo de Compromisso Livre e Esclarecido. A coleta dos dados sócio-econômicos e clínicos foi realizada durante a consulta pré-natal, através da aplicação de um questionário padrão, elaborado especialmente para este estudo. Na ocasião, foi entregue as participantes um folder educativo com esclarecimentos sobre a referida patologia. Em adição, foi realizada a pesagem e aferição da pressão, com o auxílio de uma balança, da marca Welmy, e tensiômetro respectivamente. A coleta de sangue por punção venosa, para determinação da glicemia, foi realizada após a 1° consulta pré-natal seguida de uma nova mensuração entre a 24°-28° semana de gestação. As pacientes com rastreamento positivo foram submetidas ao teste oral de tolerância a glicose com 75g glicose segundo os parâmetros da OMS. Os dados obtidos foram tratados com estatística percentual. Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba sob o protocolo número 0237.0.133.000-07.

RESULTADOS:
A maioria das gestantes encontrava-se na faixa etária entre 25-34 anos. O fator de risco destacável foi à hereditariedade, com 53% de ocorrência, seguido da idade, com 47%. Verificou-se que das 36 gestantes assistidas, 42% eram casadas, 39% solteiras e 19% mantinham união estável. Do total, 53% eram domésticas, 17% estudantes, 11% autônomas e 19% exerciam outras profissões. A renda familiar das gestantes variou entre 2 e 4 salários mínimos. 67% moravam em casa própria enquanto que 33% em casa alugada. O nível escolar da maioria é o 2° grau incompleto (36%), seguida do 1° grau incompleto (30,5%), 2° grau completo (22,2%), 1° grau completo (8,3%) e 2,8% com ensino superior incompleto. Verificou-se que 67% das gestantes eram multíparas. Com relação ao conhecimento da doença, 53% já ouviram falar sobre DMG, enquanto 47% a desconheciam. Baseado nos dados obtidos, 5,5% das gestantes desenvolveu o DMG. Logo, a maior parte da amostra manteve-se compensada, apesar de possuírem fatores de risco para o desenvolvimento do DMG. As pacientes portadoras do DMG além do fator hereditariedade e idade superior a 25 anos estavam com sobrepeso. Além disso, uma delas possuía ocorrência de macrossomia fetal em gestação anterior. Mas, em ambos os casos, não foi necessário intervenção medicamentosa.

CONCLUSÕES:
Apesar da maioria das gestantes que fizeram parte deste estudo, possuírem fatores de risco para o desenvolvimento do DG, a prevalência do DMG no município de Campina Grande foi de apenas 5,5%. As gestantes portadoras de DMG tiveram filhos de parto cesáreo, sem complicações, apresentando-se normoglicêmicas após o parto. Os filhos não apresentaram macrossomia, polidrâmnio, hipoglicemia, dentre outras complicações. O controle glicêmico e a adesão máxima das gestantes ao acompanhamento pré-natal são essenciais para diminuir os índices de partos cesarianos, mensurar o número de gestantes com DMG e promover melhoria na qualidade de vida daquelas que procuram os serviços de Atenção Básica de Saúde da Família.

Instituição de fomento: Universidade Estadual da Paraíba

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Fatores de risco, Diabetes Gestacional, Prevalência

E-mail para contato: daniellerocha.s@hotmail.com