60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 2. Economia e Sociologia Agrícola

A PECUÁRIA E A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NOS AGROPOLOS DO CEARÁ.

Renata Maria de Oliveira Farias1
Ana Vládia da Costa Brito1
Joilson Silva Lima1
Carlos Eduardo Braga Cruz1
Kátia Tatyana Muniz1
Patrícia Verônica Pinheiro Sales de Lima2

1. Universidade Federal do Ceará
2. Professora Dra. - Departamento de Economia Agrícola - UFC - Orientadora


INTRODUÇÃO:
Segundo ABIPTI (2005), os agropolos têm como objetivo maior, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida dos habitantes de um determinado território ou espaço geográfico definido como espaço estratégico de atuação. Nos agropolos soa praticadas atividades econômicas que exploram dos recursos naturais sem muitas vezes serem adotadas práticas ambientais adequadas o que leva à degradação. No Ceará a degradação ambiental atinge 10% do território segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – Funceme. Este cenário pode ser agravado se não forem adotadas medidas de mitigação da degradação. A adoção destas medidas requer políticas localizadas e a identificação das principais causas do problema. Assim, este estudo teve como objetivo analisar a susceptibilidade dos agropolos cearenses à degradação segundo indicadores da atividade pecuária local, buscando identificar entre os três fatores da atividade agropecuária qual está contribuindo com maior intensidade para a degradação ambiental.

METODOLOGIA:
O estudo foi realizado a partir de dados secundários referentes aos municípios do Estado do Ceará, agrupados conforme o agropolo onde se encontram inseridos, visando tornar mais objetiva a operacionalização dos resultados obtidos. A pecuária destaca-se como a principal atividade econômica nos agropolos cearense. Para analisa a sua contribuição na degradação ambiental dos agropolos buscou-se na literatura as principais causas do fenômeno segundo o aspecto econômico. Estas causas foram representadas quantitativamente através de dez indicadores: PIB per capita, Nº de bovinos, Nº de ovinos, Nº de caprinos, Consumo industrial de energia elétrica, Consumo rural de energia elétrica, Total de indústrias, Produção de carvão vegetal, Produção de lenha e Produção de madeira. A partir destes indicadores foi construído um Índice de Degradação Ambiental e em seguida estimou-se a participação dos indicadores Nº de bovinos, Nº de ovinos e Nº de caprinos na composição do referido.

RESULTADOS:
O índice calculado para cada um dos agropolos não possibilita inferências quanto ao grau de degradação nos agropolos, mas permite identificar as causas que mais contribuem para o problema. Assim, dentro dos pecuários que compuseram o Índice de Degradação Ambiental, a bovinocultura destacou-se como o principal fator de degradação em dez dos dezoito agropolos. Nestes agropolos devem ser tomados cuidados preventivos quanto aos danos ambientais provocados pela bovinocultura os quais são conseqüência principalmente do manejo inadequado e cultivo de forrageiras que levam à perda de biodiversidade. Além disso, os bovinos emitem grande quantidade de gás metano que aumenta o efeito estufa. Já a criação de ovinos, dentre as atividades pecuárias é o principal agente de degradação nos agropolos Extremo Norte, Centro sul, Cariri e Cariri Oeste. Nos agropolos Sobral e Baixo Jaguaribe, Sertão Central e Inhamuns Sul a caprinocultura é o fator que sobressai. A ovinocraprinocultura leva à degradação devido ao sobrepastoreio que afeta a qualidade da cobertura vegetal.

CONCLUSÕES:
A pecuária é um dos fatores com maior participação no índice de degradação ambiental nos agropolos. Dentre as atividades analisadas o principal fator foi a bovinocultura, se destacando na maioria dos agropolos. O que reflete a importância de programas de capacitação e conscientização dos criadores quanto a práticas ambientais de conservação e preservação, como forma de prevenir e conter a degradação.



Palavras-chave:  Degradação, Pecuária

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