60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal

EFEITO ALELOPÁTICO DE MORUS RUBRA L. SOBRE TRÊS HORTALIÇAS

Ana Cristina Mendes Miranda1
Arielly Souza Batista1
Silvane Vestena1, 2

1. Faculdade de Minas - FAMINAS
2. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Santa Marcelina - FAFISM


INTRODUÇÃO:
O termo alelopatia foi cunhado por Molich (1937) e significa do grego allelon = de uma para outro e pathós = sofrer. O conceito descreve a influência de um indivíduo sobre o outro, seja prejudicando ou favorecendo o segundo; essa influência tem sido usada como alternativa ao uso de herbicidas, inseticidas e nematicidas (defensivos agrícolas). As saponinas, os taninos e os flavonóides estão entre os compostos comumente citados como responsáveis por causarem efeitos diretos e indiretos, podendo ser liberados em condições naturais, já que esses são hidrossolúveis. Com isso, o objetivo do trabalho foi verificar o efeito alelopático de folhas secas de amora (Morus rubra) sobre a germinação e crescimento de nabo (Brassica rapa L.), rúcula (Eruca sativa L.) e de tomate (Lycopersicum esculentum Miller.)

METODOLOGIA:
Folhas de amora foram coletadas em Viçosa, MG. O material fresco foi colocado em estufa a 50ºC, por 72 horas, obtendo-se o material seco. Para os testes de germinação foram usadas sementes de três hortaliças (nabo, rúcula e tomate). Para a obtenção dos extratos aquosos, o material seco na concentração de 1g 10mL-1 foi triturado em um liquidificador. Os extratos foram diluídos em seis concentrações diferentes (10, 30, 50, 70, 90, 100%) e utilizado água destilada como tratamento controle. Para os testes de germinação foram usadas placa-de-petri forradas com dois discos de papel-filtro. Para umedecer as placas foram utilizados 7 mL de água destilada (tratamento controle) ou do extrato vegetal. Dez sementes por placa-de-petri com cinco repetições constituíram a unidade amostral. Foi considerada germinada, a semente que emitiu radícula e, o experimento foi mantido por um período de 10 dias, sendo que diariamente foi verificado o número de sementes germinadas. Para os dados do crescimento das plântulas foi coletado, no final dos 10 dias de experimento, o comprimento em centímetros da raiz e da parte aérea com auxílio de um paquímetro. Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância e, as médias discriminadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS:
Verificou-se que os extratos aquosos de amora reduziram o percentual de germinação das três hortaliças testadas (nabo, rúcula e tomate) com o aumento das concentrações utilizadas. Para nabo e rúcula o percentual de germinação foi reduzido a partir da concentração de 10% e para tomate a partir da concentração de 30%, quando comparado ao tratamento controle. Verificou-se também, inibição na germinação de nabo a partir da concentração de 70% e de rúcula a partir de 90%; enquanto que, para tomate não se observou inibição na germinação. O crescimento inicial das plântulas também sofreu efeito alelopático dos extratos aquosos de amora, sendo que para as três espécies, o crescimento da parte aérea foi reduzido a partir da concentração de 30% e do sistema radicular a partir da concentração de 10%, quando comparado ao tratamento controle. Ainda, a partir da concentração de 70% não se observou crescimento tanto da parte aérea como do sistema radicular de nabo e de rúcula. Independente da espécie testada, a estrutura vegetal que mais sofreu o efeito alelopático dos extratos de amora foi o sistema radicular, pois é a primeira estrutura vegetal a manter contato com os extratos aquosos e, dentre as hortaliças testadas, tomate foi a mais tolerantes aos extratos aquosos testados.

CONCLUSÕES:
Os extratos aquosos de amora evidenciaram potencialidades alelopáticas tanto sobre a germinação como sobre o crescimento inicial das três hortaliças testadas (nabo, rúcula e tomate). O sistema radicular foi a estrutura vegetal mais sensível aos extratos aquosos.

Instituição de fomento: Faculdade de Minas - FAMINAS

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Aleloquímicos, Germinação, Crescimento

E-mail para contato: anacmmiranda@yahoo.com.br