60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 3. Enzimologia

INFLUÊNCIA DA FONTE DE CARBONO NA ATIVIDADE DA LACASE SOB CONDIÇÕES DE AGITAÇÃO DO FUNGO AMAZÔNICO PYCNOPORUS SANGUINEOS.

Solange Pires de Araujo1
Elaine Pires Soares1
Jucileuza Conceição dos Santos1
Francisca da Silva Ferreira2
Ademir Castro e Silva3

1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS - UEA
2. Profª MSc – Mestre em Biotecnologia - UEA - Co Orientadora
3. Prof. Dr. – Programa de Mestrado em Biotecnologia - UEA - Orientador


INTRODUÇÃO:
Lacases fúngicas têm sido encontradas em diferentes gêneros, destacando principalmente os basidiomicetos, particularmente aqueles associados como degradadores de madeira. Entre os basidiomicetos, membros do gênero Pycnoporus têm se mostrado como produtores de várias enzimas de aplicações industriais como xilanases e β-glicosidase. Os níveis de carbono e de nitrogênio presentes no meio de crescimento do fungo são fatores de extrema importância para a produção de lacase. Considerando a grande aplicabilidade da enzima lacase e seu papel fisiológico, estes fungos têm sido alvo de muita atenção, uma vez que a produção de lacase geralmente excede a LiP e a MnP. A maioria dos estudos descritos na literatura utilizam linhagens fúngicas oriundas de áreas temperadas, enquanto que os fungos tropicais recebem comparativamente pouca atenção. Entretanto o P. sanguineus têm se mostrado um importante produtor de lacase de regiões tropicais, candidato ao emprego em processos biotecnológicos em que se requer lacase. Em síntese, considerando a necessidade de se otimizar a produção de lacase o presente trabalho objetiva avaliar a influência da fonte de carbono na atividade dessa enzima.

METODOLOGIA:
O fungo Pycnoporus sanguineus, foi coletado, na BR 174 Km 41 da cidade de Manaus. Para meio de cultura e inoculo, foi utilizado meio líquido contendo: 20g de extrato de malte, antibiótico, 1000mL de água destilada, fonte de carbono: dextrose (3g) e serragem de madeira Hura creptans (3g) O experimento foi realizado sob condição de agitação a 180 rpm em temperatura ambiente (26ºC  2). A determinação da atividade enzimática foi realizada em dias alternados, até o décimo oitavo dia após a inoculação dos mesmos. A atividade de lacase foi determinada através da metodologia proposta por Ander & Eriksson (1976). O método baseia-se na oxidação do substrato enzimático de siringaldazina para sua forma de quinona, que apresenta absorção a 525 nm (ε = 65000 M-1 cm-1). Uma unidade de atividade de lacase corresponde à quantidade de enzimas necessárias para oxidar 1μmol de substrato por minuto.

RESULTADOS:
Em meio tendo a dextrose como fonte de carbono a atividade de lacase apresentou-se crescente atingindo valor máximo no 16º dia de crescimento. Com serragem da madeira de Hura crepitans como fonte de carbono, a atividade enzimática também apresentou-se crescente até o 12º dia sendo que a produção de lacase em valores absolutos é maior nesta fonte de carbono. Sob estas condições a maior diferença percentual ocorreu no meio com serragem como fonte de carbono ( 70,64 % maior). No meio com glicose como principal fonte de carbono, a produção de lacase por P. sanguineus somente começou quando a glicose foi consumida do meio de cultura.

CONCLUSÕES:
Material ligninocelulosico como fonte de carbono em condição de agitação é onde se obtém maior atividade de lacase com os fungos Picnoporus sanguineos Estudos demonstraram que a atividade pode ser mais ampla, atuando na degradação de estruturas fenólicas e não fenólicas e que sua capacidade de polimerização pode ser reorientada para a despolimerização através de substâncias que atuariam como mediadores da ação da lacase. É possível que tais metabólitos mediadores estejam presentes na serragem de madeira de Hura creptans, devido ao maior nível de lacase observado neste substrato.

Instituição de fomento: FAPEAM



Palavras-chave:  fungos amazônicos, Pycnoporus sanguineos., lacase

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