60ª Reunião Anual da SBPC




A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 7. Química Orgânica

INVESTIGAÇÃO DA AÇÃO FUNGITÓXICA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO BRUTO E FRAÇÕES OBTIDAS DAS FOLHAS DE MANSOA ALLIACEAE (BIGNONIACEAE).

Ronilson Freitas de Souza1
Klayton Moreira Ribeiro1
Ricardo Jorge Amorim de Deus1
Mara Silvia Pinheiro Arruda1
Lourivaldo da Silva santos1
Alberdan Silva Santos2

1. Faculdade de Química/UFPA.
2. Prof. Dr.-Faculdade de Química-UFPA- Orientador


INTRODUÇÃO:
Este trabalho é parte integrante do projeto de pesquisa intitulado “Caracterização da atividade biodefensiva de substâncias químicas, produzidas por plantas amazônicas, visando seu uso racional (BIO-PLANTA)”, que faz parte da rede Norte de pesquisa financiada pelo Banco Mundial através do PPG7 agenciada pelo CNPQ; e busca investigar plantas amazônicas que possam apresentar potenciais biocidas tais como: carrapaticida, piolhocida, fungicida, bactericida e bioerbicida. A bioatividade desse extrato e suas frações foram avaliadas frente a 15 (quinze) cepas de fungos patogênos, sendo que os microrganismos utilizados neste trabalho equivalem a 10% das ocorrências na população mundial. Deste modo, verifica-se a importância do controle da população microbiana e a utilização de métodos investigativos mais seletivos. Dentro destes efeitos foi proposta a investigação da atividade fungitóxica relacionado à fitopatogenicidade e dermatofiticidade utilizando, o extrato bruto hidroalcoólico das folhas e nove frações do cipó d’alho (Mansoa alliaceae) frente a microorganismo, de modo a se avaliar as atividades fitopatogênicas e dermatofíticas como princípios biológicos. Foram utilizadas doze linhagens dos fungos filamentosos e três linhagens de leveduras.

METODOLOGIA:
A coleta do material botânico foi realizada na área florestal da EMBRAPA Amazônia Oriental e o processamento realizado no (ICEN/UFPA), onde as folhas de cipó d’alho foram submetidas a uma extração a frio em solvente hidroalcoólico. Após obtenção do extrato bruto o mesmo foi fracionado através de CCVU, obtendo-se 9 frações. As cepas de microrganismos das espécies Aspergillus flavus (IOC-3974), Aspergillus niger (IOC-200), Aspergillus Tamarii (IOC-186), Aspergillus Terreus, Fusarium oxysporum, Tricophyton rubrum, T. metagrophytes, T. harzianum, Candida guilliermondii (IOC-2889), C. tropicallis (IOC-3610), C. parapsilosis (IOC-2882) e as cepas de fungos fitopatogênos: Rhizoctonia solani, Sclerotium rolfsii, Macrophomina phaseolina, Lasiodiplodia theobromaei, empregada neste trabalho foi obtida do laboratório de coleção de fungos do Instituto Osvaldo Cruz/Fiocruz-RJ. As metodologias utilizadas basearam-se em técnicas de microbiologia industrial sendo que a técnica de PIC (porcentagem de inibição de crescimento micelial) e a difusão em ágar denominado de método de dispersão de ativos sobre a camada microbiana (ASCM) foram utilizadas nas determinações qualitativas, utilizando meio de cultura CZAPEK-DOX e placas de Petri de 9 cm de diâmetro.

RESULTADOS:
Os resultados obtidos mostraram que tanto o extrato bruto quanto as frações não apresentam atividades fungitóxicas, deste modo pôde-se confirmar que as folhas estudadas não apresentam atividades fungicidas ou fungistática, ressaltando-se que as investigações confirmatórias foram executadas com concentrações de 20 % m/v para os extratos brutos e 10% m/v para as frações. Estes resultados mostraram que a utilização do extrato bruto e as frações do cipó d’alho nessas concentrações estudadas não podem ser uma alternativa promissora para o controle biológico de fungos fitopatogênicos. Por outro lado, a metodologia de difusão em ágar, após a realização dos bioensaios contra fungos fitopatogênos a humanos, mostrou-se bastante eficiente, principalmente, por necessitar de uma quantidade pequena de amostras em cada disco (2µL), com isso é possível realizar os testes com uma concentração desejada, mesmo que a amostra possua pouca massa

CONCLUSÕES:
Deste modo ressalta-se a importância das metodologias aplicadas onde pôde-se confirmar que a planta investigada in vitro não apresenta potencial suficiente para ser considerada fonte de um antifúngico por não ter apresentado atividade fungitóxica dentro das condições estabelecida neste trabalho. Estão sendo realizados estudos no sentido de isolar mais princípios ativos do cipó d’alho, para que possa avaliar seus potenciais biocidas (bactericida, carrapaticida, piolhocida).Estes resultados apontam para a necessidade de realização de outros ensaios utilizando os princípios ativos purificados e o óleo essencial do cipó d’alho, frente aos microrganismos patógenos

Instituição de fomento: CNPQ/PPG7-FASE II

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Mansoa alliaceae, fungos patógenos, investigação fungitóxico

E-mail para contato: *alberdan@ufpa.br