60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental

DIFUSÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DO CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO SÃO FRANCISCO

Janaina de Moraes Peres1
Marcos Antonio Pinto Ribeiro2
Carlos Wagner Costa Araújo1

1. Universidade Federal do Vale do São Francisco
2. UNIVASF/SEDUC-PE


INTRODUÇÃO:
O rio São Francisco sempre foi considerado fonte de vida e riqueza. O Rio da Integração Nacional, como também é chamado, abrange uma área de aproximadamente 640 mil km2 e une o sudeste ao nordeste brasileiro. A região do Vale do São Francisco é destaque no que diz respeito à fruticultura irrigada no Brasil, atividade possibilitada pela presença das abundantes águas deste rio. Além disso, as usinas hidrelétricas nele localizadas geram em média 10.974 MW, distribuindo energia para boa parte do país. O rio São Francisco é o principal recurso natural que impulsiona o desenvolvimento regional, mas, há alguns anos, vários problemas de natureza ambiental, social e econômica vêm afetando seu percurso natural, como o assoreamento, o desmatamento das várzeas, a poluição, a pesca predatória, as queimadas e a irrigação. Essas atividades comprometem a qualidade da água e, consequentemente, restringem seu uso. Neste contexto, o Espaço de Ciência e Cultura da UNIVASF percebeu a necessidade de trabalhar a educação ambiental com professores e alunos da região de Petrolina/PE e Juazeiro/BA, através de oficinas interativas, para estimular a conscientização sobre a preservação do meio ambiente. Em longo prazo, possivelmente teremos jovens mais conscientes e comprometidos com as causas ambientais.

METODOLOGIA:
As oficinas de educação ambiental realizadas pelo Espaço de Ciência e Cultura, Centro de Divulgação Científica da Universidade Federal do Vale do São Francisco, têm duração de 4 horas. São realizadas análises da água do São Francisco para despertar no indivíduo os impactos dos variados tipos de poluição causados por atividades comuns na região, como a agricultura e a criação de animais. Os participantes debatem sobre as mazelas do Velho Chico e os parâmetros a serem analisados. Em seguida, a análise da água é feita, in loco, com um kit que utiliza a colorimetria para gerar os resultados. São verificados os parâmetros pH, oxigênio dissolvido, temperatura, turbidez, fosfato, nitrato e coliformes fecais. A coleta da água é realizada na orla de Petrolina, local escolhido por ser freqüentado pela comunidade, que utiliza o rio para recreação. Com os dados alcançados, objetiva-se alertar os presentes sobre os riscos de doenças, além de mostrar que com a contaminação da água, há prejuízos também econômicos, pois esta fica inutilizada para diversos fins, entre eles a irrigação e a piscicultura. Assim, eles tornam-se agentes multiplicadores no controle da qualidade da água, pois atuarão em sua comunidade escolar o que vivenciaram na oficina, envolvendo ainda mais pessoas na temática.

RESULTADOS:
Foram realizadas 20 análises entre outubro de 2007 e março de 2008. A concentração de fosfato foi alta em 100% das análises. O fosfato provém de adubos à base de fósforo, da decomposição de materiais orgânicos, do uso de detergentes ou do lançamento de esgoto. Logo, pressupõe-se que a alta concentração de fosfato é devida à intensa atividade agrícola da região, que possivelmente gera muitos resíduos, que são lixiviados, contaminando o lençol freático e, consequentemente, o rio. O resultado para nitrato foi satisfatório, indicando a baixa presença deste. O pH sempre estava na faixa adequada para a manutenção da vida dos seres aquáticos, entre 6 e 9. A água geralmente apresentava baixa turbidez, o que favorece atividades importantes como fotossíntese, e temperaturas constantes, que resultam em um melhor acondicionamento da fauna local. Porém, a concentração de oxigênio dissolvido estava sempre com valores muito baixos, entre 0 e 3 ppm, o que justifica a diminuição de peixes no local. Os coliformes fecais, em 100% das análises tiveram resultado positivo. Este resultado indica a presença de pelo menos 20 coliformes fecais por 100ml de água, ou seja, naquele local a água está imprópria para o consumo, já que o máximo permitido são 10 coliformes por 100ml de água.

CONCLUSÕES:
Com os resultados, pode-se observar que o rio São Francisco está precisando de uma política mais adequada de preservação. A revitalização do rio São Francisco não é apenas um modismo, e sim, um ato necessário para melhorar a saúde do rio e evitar transtornos para a população que utiliza esta água. Porém, o principal fator que contribuirá para a melhoria destas águas, é a conscientização daqueles que fazem o uso da água, direta ou indiretamente.

Instituição de fomento: Universidade Federal do Vale do São Francisco



Palavras-chave:  Água, Qualidade ambiental, Consciência ambiental

E-mail para contato: janaperes@gmail.com