60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências

O PROJETO EXPERIMENTOTECA NO SUB-MÉDIO SÃO FRANCISCO

Ígaro Andrade de Oliveira Araújo2
Manoel Gerônimo Lino Torres2
João Marcos Guedes Amorim2
Marcos Antonio P. Ribeiro1

1. UNIVASF/SEDUC-PE
2. Universidade Federal do Vale do São Francisco


INTRODUÇÃO:
O Espaço de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Vale do São Francisco (ECC-UNIVASF) é um Centro de Divulgação Científica. Desenvolve desde março de 2007 o projeto EXPERIMENTOTECA, um projeto de extensão da universidade, que surgiu no Centro de Divulgação Científica e Cultural da USP (CDCC-USP São Carlos), com o intuito de suprir as necessidades dos professores de ciências e fomentar o interesse dos alunos do ensino básico, através de aulas experimentais. A maioria das escolas do Vale do São Francisco e do Brasil não possui laboratórios de ciências (física, química, biologia e matemática) ou equipamento para o desenvolvimento de aulas experimentais, e quando tem os professores não utilizam, porque não estão habilitados ou não tem conhecimento para tal prática. O projeto EXPERIMENTOTECA tem um amplo acervo, contendo 60 maletas com experimentos na área de física, química, matemática e biologia, que favorece, através das aulas práticas, uma melhor apropriação dos conteúdos pelos alunos. O kit é utilizado como uma ferramenta pedagógica para os professores da região do Sub-Médio São Francisco e localidades próximas, no desenvolvimento das suas atividades em sala.

METODOLOGIA:
O projeto funciona como uma biblioteca pública, através de empréstimos das maletas e até Dezembro de 2007 atendeu 98 professores divididos em 62 escolas nas cidades de Juazeiro/BA, Petrolina/PE, Araripina/PE, Lagoa Grande/PE , Jaguarari/BA e Sobradinho/BA sendo 21 municipais, 35 estaduais e 6 particulares. O programa atua como pólo difusor de novas tecnologias educacionais. Os professores desenvolvem habilidades de investigar e associar os fenômenos das experiências praticadas através dos kits, com conceitos já vistos nas áreas das ciências. O foco principal é utilizar o professor como mediador entre o ensino de ciências unindo teoria/prática. As oficinas são ministradas por bolsistas do ECC, seguindo um cronograma e um roteiro de atividades pré-definido, no qual se explora a ligação entre o que é visto no kit com o cotidiano da sala de aula. Após a oficina o professor está apto a fazer o empréstimo das maletas e levá-las para a sala de aula onde possivelmente implementará, a didática e metodologia discutida na oficina, para os alunos. O roteiro apresentado nas oficinas é o mesmo que segue junto com as maletas, trata-se de uma sugestão de como utilizar os experimentos, contudo fica a critério do professor desenvolver seu próprio roteiro.

RESULTADOS:
O Diário de Bordo é um questionário no quais os professores avaliam o projeto EXPERIMENTOTECA. E nos questionários aplicados no final das oficinas, com professores, pôde-se constatar que 48,3%, afirmam que o aproveitamento do kit superou as expectativas, 50% afirmam que o kit atendeu as expectativas, 1,7% afirmam que o kit atendeu parcialmente suas expectativas num total de 98 professores avaliados. Foi também avaliado, pelos professores, o nível de interesse dos alunos nas atividades desenvolvidas, em sala, com as maletas: 48,2% excelente; 48,2% bom; 3,6% satisfatório. Num total o projeto atendeu 4336 alunos. Conforme relatório do http://www.univasf.edu.br/~ecc foi constatado que 48,53% dos professores eram das áreas de ciências biológicas; 10,28% pedagogia; 7,48% matemática; 4,67% geografia; 1,87% história; 1,87% física; 0,00% química. Os dados de física e química em comparação com outras áreas revelam que a região, possui carência destes profissionais, vale ressaltar que devido à realidade da falta de professores nas áreas de física e química há uma migração de professores de biologia e matemática para o ensino dessas disciplinas. Os resultados demonstram a importância e relevância das atividades experimentais na participação dos alunos em sala e na apropriação dos conteúdos.

CONCLUSÕES:
Os alunos descobriram que a aprendizagem torna-se mais atrativa quando a aula tradicional é mudada para a experimental. Através do Diário de Bordo e depoimentos, os professores confirmam que houve uma redução na evasão dos estudantes, em sala, onde o kit foi implementado. E é também observada uma maior interação dos alunos nas aulas. De forma geral este projeto é mais uma possibilidade de modificar a visão do Ensino das Ciências e tenta romper a barreira existente entre o ensino livresco e experimental.

Instituição de fomento: Universidade Federal do Vale do São Francisco



Palavras-chave:  Ensino, Ciências, Aulas experimentais

E-mail para contato: ecc@univasf.edu.br