60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial

A FORMAÇÃO DO PROFESOR NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA E O CURSO ATUAL DE PEDAGOGIA DA UFES: A ESCUTA E OS ECOS DAS VOZES DISCENTES

Pâmela Rodrigues Pereira4
Raniely do Nascimento Kiihl4
Vanessa Oliveira de Azevedo4
Haila Lopes de Sousa4
Maria Aparecida Santos Corrêa Barreto3

3. Doutora em Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação /CE/ UFES
4. Aluna do Curso de Pedagogia – CE /UFES - Bolsista de IC.


INTRODUÇÃO:
O objetivo desta pesquisa, intitulada: “O Curso de Pedagogia da UFES frente às Políticas Atuais para a Formação de Professores: impactos e perspectivas à Educação Inclusiva”, é analisar o processo de implementação do Currículo 2006 do curso de Pedagogia/CE/UFES, enfocando as práticas de ensino que visem ao conhecimento das políticas de educação inclusiva e à compreensão de suas implicações organizacionais e pedagógicas, a partir dos olhares e das vozes dos alunos do Curso de Pedagogia. As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN´s) do Curso de Pedagogia, após 25 anos, com a aprovação do Parecer CNE/CP nº. 05/2005, do Parecer CNE/CP nº. 03/2006 e da Resolução CNE/CP nº. 1, de 15 de maio de 2006, pretendem diagnosticar e avaliar a formação e atuação de professores, em especial na Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, em cursos de Educação Profissional para o Magistério e para o exercício de atividades que exijam formação pedagógica e estudo de política e gestão educacionais. Com a aprovação das DCN´s os principais pontos que permanecem polêmicos são: o perfil profissional; o campo de atuação; concepção de ação docente e as discussões sobre o estatuto epistemológico da pedagogia, expressos pelas posições de Kuenzer e Rodrigues (2006), Libâneo (2006) e Melo (2006).

METODOLOGIA:
A metodologia usada é de natureza qualitativa. Propomos movimentos não-lineares, tais como: análise de documentos, entrevistas, grupos focais. Assim, as fontes documentais escritas foram compostas por: Parecer CNE/CP nº. 5, de 13 de dezembro de 2005; Parecer CNE/CP nº. 3, de 21 de fevereiro de 2006; Resolução CNE/CP nº. 1, de 15 de maio de 2006; Projeto Político-Pedagógico (2006), Ementas e Programas das Disciplinas cursadas entre os Semestres Letivos de 2006/1 a 2007/1. Os grupos focais foram constituídos entre oito a doze alunos. Assim, este trabalho tem dois propósitos: 1) relatar a experiência com grupos focais ocorrida durante a primeira fase da pesquisa; 2) a partir desta experiência, apresentar algumas reflexões sobre os olhares dos discentes do currículo 2006/1, do turno matutino. Foram realizadas observações participantes, durante o primeiro semestre de 2007, de todas as aulas da referida turma. A partir das observações registradas, foram elaboradas as bases dos roteiros a serem discutidos nos grupos focais. Realizamos reuniões quinzenais do grupo de pesquisa, visando à avaliação da implementação das DCN´s, para o Curso e suas implicações no que tange o processo de construção curricular que efetive os propósitos da inclusão que possibilite uma escola para todos.

RESULTADOS:
Durante os Grupos Focais realizados com os alunos no novo currículo, no semestre de 2006/1, pudemos categorizar os dados que de uma forma geral nos remetem as questões que se entrelaçam com a formação do professor/pedagogo, se essa é ou deve ser generalista ou especialista. Outras preocupações emergiram das vozes dos discentes: as disciplinas elencadas para formação geral reafirmarão a Educação Especial como parte integrante e indissociável do curso de formação do profissional da educação? Considerando que o conceito da escola inclusiva deve perpassar todas as disciplinas do currículo e não sobrecarregar uma única disciplina na tentativa de uma formação especializada. Onde e como se dará a formação mais específica do professor para atuar mais diretamente com os deficientes comprometidos e/ou lesados, aqueles que nem sequer chegavam à educação formal? Em contraponto a essa idéia, o grupo focal demonstrou que a formação geral que reafirma a Educação Especial como parte integrante e indissociável do currículo, ainda não está claramente definida. Como serão garantidos os aspectos da interdisciplinaridade na perspectiva da construção de uma escola para todos, na UFES, com a falta de professores?

CONCLUSÕES:
Diante do panorama pesquisado se colocam como desafios da formação inicial do pedagogo/professor: a construção conceitual de homem, diversidade, cidadania, formação profissional e educação inclusiva; os sujeitos da educação especial; a formação dos profissionais de educação para a diversidade e os dispositivos de educação especial na formação do professor para atuar na Educação Básica. Foi considerado ainda, que todos os professores devem ser levados a assumir a responsabilidade na formação dos propósitos e condições da escolarização de todos os alunos. Colocam-se como desafios: sólida formação inicial teórico-prática que lhes permitam refletir sobre o contexto escolar e não-escolar na busca de soluções dos processos de docência, pesquisa e gestão, de forma que todos os professores possam ser levados a assumir a responsabilidade da educação de todos os alunos. Nessa perspectiva, tem que se destacar a importância desses profissionais conhecerem as políticas de educação inclusiva e compreenderem suas implicações organizacionais e pedagógicas, para a democratização da Educação Básica no país. A inclusão não é uma modalidade, mas um princípio do trabalho educativo.

Instituição de fomento: Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (FAPES) e UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Formação do Professor/Pedagogo, Diretrizes Curriculares Nacionais, Educação Inclusiva

E-mail para contato: pamelarp1606@yahoo.com.br