60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia

EFEITO DE DIFERENTES AMBIENTES DE CONSERVAÇÃO E CONCENTRAÇÕES DE SOLUÇÃO PULSING DE SACAROSE NA FASE PÓS-COLHEITA DE ÁSTER BRANCO (ASTER BELLIDIASTRUM)

Lívia Cristina Silva1, 2, 3
Gisele Lemos Costa1, 2, 3
Diogo Silva Santos1, 2, 3
Pâmella Ribeiro Machado1, 2, 3
Larissa Leandro Pires1, 2, 3, 4, 5

1. Setor de Horticultura
2. Escola de Agronomia e Eng. de Alimentos
3. UFG
4. Profa. Dra
5. Orientadora


INTRODUÇÃO:
Atualmente, a floricultura desponta como um dos segmentos do agronegócio com maiores potenciais de crescimento, tanto para o mercado interno, quanto para as exportações; além de seu papel econômico e social, ao agregar emprego e gerar rendas. Dentre essas flores, está o Aster bellidiastrum, de cultivo recente no Brasil, muito usada na elaboração de arranjos florais. É uma planta herbácea (Asteraceae), com flores nas partes terminais das ramificações, brancas, rosas ou lilás, sendo a branca de maior preferência pelo consumidor brasileiro. Apresenta boa aceitação no mercado, além da adaptação ao clima tropical e resistência ao transporte. Contudo, há necessidade de se encontrar técnicas que buscam prolongar sua vida na pós-colheita, visto ser essa uma das etapas de grandes desperdícios de flores, especialmente devido à deterioração, pela falta de energia necessária para os processos vitais. O fornecimento de açúcares possibilita a reposição do carboidrato consumido na respiração e reduz a transpiração da planta, uma vez que atua no fechamento dos estômatos e na regulação osmótica dos tecidos. A baixa temperatura de armazenamento é outro fator importante no retardamento da deterioração, por diminuir os processos metabólicos e crescimento de patógenos, mantendo a sua qualidade por mais tempo. Este trabalho objetivou avaliar o efeito de concentrações de sacarose e ambientes de conservação pós-colheita, na qualidade de hastes florais de A. bellidiastrum, variedade branca.

METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado na Escola de Agronomia e Eng. de Alimentos da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, com hastes florais de A. bellidiastrum, variedade branca. As hastes foram colhidas no período matutino e padronizadas em tamanho, permanecendo com 0,6m. Os tratamentos foram: água destilada; 2%, 4%, 6% e 8% de sacarose em solução, durante 24 h, em condição ambiente (25ºC). Em seguida, as hastes foram conservadas em dois ambientes: câmara fria (12ºC; 65% UR) e ambiente natural. Na câmara fria, as hastes foram colocadas em caixas tipo Embrapa; em ambiente natural, permaneceram com a base imersa em água destilada (200mL), trocada no momento de cada avaliação. Outro tratamento constou do condicionamento direto das hastes em câmara fria, sem imersão prévia em qualquer tipo de solução ou água. As avaliações foram realizadas diariamente, a partir do início do condicionamento com a solução, por meio de: massa fresca da haste e escala de notas (aspecto geral, coloração e turgescência das folhas e haste), adotando-se os critérios: Nota 4 - aspecto geral excelente, flores túrgidas, brilhantes; Nota 3 - aspecto geral bom, início da perda de turgescência; Nota 2 - aspecto geral regular, com perda de turgescência, hastes inclinadas, com algumas flores secas; Nota 1 - aspecto geral ruim, maioria das flores e seca e; Nota 0 - descarte das hastes. Cada tratamento era composto por 2 hastes, em 3 repetições. O delineamento estatístico adotado foi o inteiramente casualizado, com 4 repetições, totalizando 6 hastes/tratamento.

RESULTADOS:
As hastes florais de áster branco comportaram-se diferentemente nos dois ambientes de conservação, em relação à massa fresca, aspecto geral, coloração e turgescência. Esta diferença mostrou-se mais acentuada com o aumento do período de conservação, até 6 dias. Houve perda de qualidade e de massa fresca ao longo do armazenamento. As hastes em câmara fria e que não permaneceram em solução Pulsing conservaram-se somente por 2 dias após colhidas. Contudo, o ambiente natural propiciou melhor ambiente de conservação do que a câmara fria, especialmente após 3 dias da colheita, até 6 dias. As hastes apresentaram perda de massa fresca com o aumento do período de conservação, a qual foi mais acentuada após o 3º dia. Nota-se que houve redução da qualidade das hastes, avaliada por meio da escala de notas, ao longo do período de conservação, especialmente quando essas foram tratadas com sacarose a 2%, a 4% e a 8%. As soluções Pulsing de sacarose não tiveram efeito positivo em sua durabilidade, em relação ao controle. Não houve diferença significativa entre as concentrações de sacarose em termos de massa fresca. Porém, houve perda de massa fresca em todos os tratamentos, acontecendo em maior intensidade logo nos primeiros dias após o início do experimento. Essa perda se deve, provavelmente, à transpiração das hastes durante a senescência. A perda mostrou-se tanto maior nas hastes, quanto menor a concentração de sacarose na solução de Pulsing avaliada, chegando ao máximo de 50% de perda aos 6 dias naquelas condicionadas com 2% de sacarose.

CONCLUSÕES:
O tratamento de hastes florais de áster branco (Aster bellidiastrum) em solução Pulsing de sacarose não influencia a longevidade de haste, tanto em ambiente natural, como em câmara fria. As hastes de áster, com a finalidade de uso como flores de corte, podem ser conservadas em ambiente natural, sem o uso de solução condicionante, por um período de até três dias após o corte.



Palavras-chave:  planta ornamental, flor de corte, longevidade

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