60ª Reunião Anual da SBPC




H. Artes, Letras e Lingüística - 3. Literatura - 1. Literatura Brasileira

OS ROMANCES-FOLHETINS NO JORNAL LIBERAL DO PARÁ (1871-1883)

Edimara Ferreira Santos1
Lady Ândrea Carvalho da Cruz1
Germana Maria de Araujo Sales1, 2

1. Universidade Federal do Pará
2. Profa. Dra. Orientadora


INTRODUÇÃO:
No campo dos estudos literários, o século XIX é considerado um período fundamental para a consolidação do romance, momento em que também se solidificou o movimento literário característico deste século: o Romantismo (Candido, 1964). Além disso, foi neste momento, que também, surgiram os chamados folhetins, mais tarde, chamados de romances-folhetins. (Tinhorão, 1994). Os romances-folhetins tiveram origem na França no ano de 1830 e depois se espalharam como uma “febre” para o resto do mundo até chegar ao Brasil em 1840. Com isso, essas “narrativas recortadas” tiveram grande divulgação nos periódicos do Rio de Janeiro, Paraíba, Mato Grosso e, inclusive, nos periódicos paraenses no período oitocentista. (Barbosa, 2007; Faciola, 2005; Nadaf, 2002; Meyer, 1996; Tinhorão, 1994). Dessa forma, este trabalho objetiva apresentar os romances-folhetins publicados no jornal Liberal do Pará, observando a presença de autores europeus em detrimento à publicação de escritores nacionais, fato curioso já, no final do século, quando o romance brasileiro já estava consolidado. Convém salientar que o romance aos pedaços, obedecendo a fórmula francesa não ocupa a maioria das publicações deste periódico nas colunas destinadas a divulgar a Literatura. O restante dos textos são distribuídos entre outros gêneros, como conto, poesia, crítica literária e crônicas. Esses dados nos permitem perceber a presença do romance-folhetim entre os leitores paraenses, ainda que incipiente, num período de grandiosidade para a Capital paraense, chamado de “Belle-Époque”, o qual Sarges (2000) caracterizou como a época de profundas transformações culturais, econômicas e sociais que modificaram não só o cenário do Pará como também, da Região Amazônica. Essa pesquisa se justifica e assume especial relevância no âmbito dos Estudos Literários, na medida em que nos permite perceber que, assim como em outros Estados brasileiros, o Estado do Pará, também assimilou a fórmula de divulgação literária nos jornais. Entretanto, para este trabalho, chamamos atenção dos romances-folhetins publicados nesta folha periódica.

METODOLOGIA:
2- Amostragem: a) O universo. O universo da pesquisa é o próprio romance folhetim dos jornais Liberal do Pará, nos anos de 1871 a 1883, no qual nos deteremos na catalogação de textos em prosa de ficção. 2.1- Instrumentos: b) Descrição dos Instrumentos de coleta de dados. Procurou-se proceder à pesquisa documental, contando de levantamento de dados primários nos principais periódicos do século XIX, a ser realizada no acervo das bibliotecas públicas Biblioteca Arthur Vianna, Biblioteca do Grêmio Literário Português, Academia Paraense de Letras de Belém e Arquivo Público do Estado, para o aprimoramento da análise da circulação dos romances-folhetins no Pará. Assim como a catalogação dos textos no setor de microfilmagem, da Biblioteca Arthur Vianna. 2.2- Levantamento e análise dos dados. Buscou-se sistematizar os dados coletados durante a pesquisa documental, a partir da elaboração de quadros e tabelas contendo os dados e as informações obtidas a respeito dos romances-folhetins e de sua circulação nos periódicos paraenses; 2.3- Tratamento dos dados. Pesquisou-se os romances-folhetins da segunda metade do século XIX, nos anos de 1871 a 1883, e percebeu-se a presença de autores europeus e a circulação dos romances-folhetins no jornal Liberal do Pará.

RESULTADOS:
Percebeu-se, no periódico oitocentista, no jornal Liberal do Pará, a presença de autores franceses com os seguintes romances-folhetins: Percebeu-se, no periódico oitocentista, no jornal Liberal do Pará, a presença de autores franceses com os seguintes romances-folhetins: Blanche de Beaulion, de Alexandre Dumas, O médico dos pobres, de Xavier Montépin e A fada D’auteil, de Ponson du Terrail. Além disso, constatou-se a presença do romancista português Camilo Castelo Branco com a obra A brazileira de Prazins. Neste sentido, observou-se a presença de romances-folhetins no periódico mencionado. Por isso, pensar nesses romances-folhetins era pensar em uma sociedade burguesa paraense voltada para a leitura dessas “narrativas recortadas” (Faciola, 2005).

CONCLUSÕES:
É necessário hoje perceber que entre jornais e periódicos que circularam na Belém oitocentista, a imprensa paraense, não foi somente um espaço para publicações, é um locus de reflexão, de expressão do pensamento e da confirmação da Literatura para os pesquisadores e acima de tudo, leitores.



Palavras-chave:  romance, folhetim, periódico

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