60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública

DIAGNÓSTICO SÓCIO-EDUCACIONAL ABORDANDO A TEMÁTICA SEXUALIDADE ENTRE DISCENTES DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA DA REDE ESTADUAL NO MUNICIPIO DE BARREIRAS-BA.

Carla Doralice Alves da Silva1
Jamile Carvalho Rodrigues1
Vanessa Picão2

1. ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM - FACULDADE SÃO FRANCISCO DE BARREIRAS - FASB/BA
2. ENFERMEIRA - ESP. EM SAÚDE PÚBLICA E DOCENTE DA FASB/BA


INTRODUÇÃO:
A escola é um espaço crucial para o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades junto aos seus integrantes e comunidade, visando a garantia de mudanças de comportamento (OLIVEIRA; BUENO, 1997). Dessa forma Romero et al (2007) afirma que a sexualidade é um elemento significante na formação da identidade dos jovens manifestando-se por meio de múltiplas identificações, como da imagem corporal, da descoberta do outro como objeto de amor ou desejo e da descoberta de si e das relações com os familiares, grupos e profissionais. Embora o exercício da sexualidade seja considerado uma conduta simples e cotidiana, é muito complexa e permeia aspectos cognitivos que vão desde os mais primitivos (sensoriais) até esquemas de representação mais complexos, que envolvem a linguagem corporal, facial e outros sistemas de sinais. Há, ainda, os aspectos culturais, extremamente relevantes, também imbricados na formação e no exercício da sexualidade humana, sendo assim, a maneira pela qual as pessoas percebem o processo saúde-doença influenciam as práticas e os cuidados em saúde sexual. Buscar compreender estas construções e valores é essencial para se trabalhar, de forma contextualizada, a falta de informação e conceitos que ainda persistem, (BARDAL et al, 2004). Neste contexto a enfermagem atua na educação em saúde, compreendendo que a saúde e a educação são inseparáveis e interdependentes, pois para se ter educação, precisa-se da saúde, ao mesmo tempo em que a saúde só é alcançável quando se tem boa educação. Assim, considerando a magnitude da problemática e buscando contribuir para o conhecimento da saúde sexual dos jovens, o presente estudo tem como objetivo traçar um diagnóstico sócio-educacional, abordando a temática sexualidade entre os discentes do ensino médio de uma escola da rede estadual no município de Barreiras-BA.

METODOLOGIA:
O presente estudo é de natureza exploratória com abordagem quantitativa, sendo que para a coleta dos dados foram aplicados formulários semi-estruturados. O instrumento foi composto por 11 questões, sendo aplicado em discentes do ensino médio, totalizando 94 pesquisados, selecionados através de sorteio. Visando caracterizar a função da educação na prática da enfermagem e na saúde, foi realizado ensaio técnico-reflexivo baseado na argumentação e interpretação pessoal. Fez-se um levantamento bibliográfico parcial na biblioteca da Faculdade São Francisco de Barreiras, assim como nas bases de dados Medline e Scielo, utiliando como palavras-chave “educação em saúde” e “sexualidade”. Realizou-se estudo-piloto com a primeira etapa do formulário para validar o instrumento e estabelecer a redação definitiva. Durante a coleta, análise e utilização dos dados manteve-se respeito aos aspectos éticos de acordo com a Resolução nº 196/96, do Conselho Nacional de Saúde. Os valores foram agrupados e tratados através da estatística descritiva. Em seguida, foram distribuídos em tabelas e gráficos e analisados à luz de multireferencias.

RESULTADOS:
Os resultados apontam que os jovens possuem pouca até ou nenhuma informação a respeito da sexualidade e todas as suas peculiaridades. Assim dos jovens pesquisados 45% tinham a faixa etária de 18 a 25 anos. E 54% eram da cor parda. Em relação à categoria socioeconômica 44% eram da classe média. Observou-se ainda o estado civil, onde 77% eram solteiros. Constatou também que 68% os jovens referiam a sexualidade como ato sexual somente. No que diz respeito ao inicio da atividade sexual 51% começaram na idade de 15 aos 18 anos. Tendo ainda 56% dos jovens informado que sexualidade e sexo não possuem diferenciação. Com base na utilização dos métodos contraceptivos 75% dos discentes conhecem apenas a camisinha. Neste contexto, quando foi questionado sobre o meio em que os jovens adquiriam conhecimento a respeito da saúde sexual, Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), prevenção e métodos contraceptivos 43% disseram ser através de livros, revista e televisão. Já sobre as IST mais conhecidas 71% afirmaram conhecer apenas a gonorréia.

CONCLUSÕES:
Constatou-se que a discussão do tema sexualidade de maneira multidisciplinar e integrada contribui para a formação educacional e direcional, também a uma maturidade responsável na vida social dos discentes principalmente em se tratando de áreas periféricas. Dessa forma, observou-se o não-reconhecimento da juventude o que pode estar limitando a eficácia das práticas educativas, na medida em que distancia esses jovens do uso de preservativos ou de métodos anticoncepcionais. Percebeu-se também que as poucas informações que os discentes possuem apresentam-se confusas sobre sexualidade, o vírus e a doença, eles carecendo de uma educação mais efetiva neste sentido, tendo em vista a necessidade da aquisição destes conhecimentos e habilidades, para a garantia da mudança de comportamento, visando assim à melhoria da qualidade de vida, tanto para si quanto para o outro, respeitando e compreendendo sua contextualidade global e resgate à cidadania, conforme referencial teórico preconizado pela OMS (OLIVEIRA; BUENO, 1997). Neste contexto os resultados indicaram uma multiplicidade de fatores de risco as IST entre os sujeitos pesquisados. Pensando-se dessa maneira que a intervenção das equipes de saúde no sentido de diminuir a incidência das IST na juventude deve incidir primordialmente na promoção dos métodos preventivos em todas as relações sexuais.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Sexualidade, Jovens, Educação em Saúde.

E-mail para contato: jamilerodriguesca@gmail.com