60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia

ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE EXTRATOS DE PUNICA GRANATUM

Jaqueline Barichello Pereira1
Francine Radaelli Osório de Oliveira1
Aristeu Gomes da Costa1
Rubens Ferracini Junior1

1. Centro Universitário Barão de Mauá


INTRODUÇÃO:
Ao fazer uma análise da planta romã (Punica granatum), observa-se que além dos alcalóides, apresenta taninos gálicos na casca do caule e dos frutos, nas folhas. Nas sementes está presente um óleo fixo, que entre seus ácidos graxos está o ácido punícico. Essa planta é amplamente utilizada no Brasil na medicina caseira, hábito este herdado de nossos indígenas que há séculos já faziam uso da mesma para o tratamento de várias doenças. O primeiro registro escrito do seu uso no país data de 1931, informando o emprego da infusão de suas folhas e ramos para o tratamento da esterilidade feminina e da impotência masculina e, atribuindo-a propriedades tônicas, febrífugas e estomáquicas. A partir dessa época o seu uso aumentou, sendo empregado principalmente para problemas hepáticos (remove obstruções da vesícula e fígado) e contra disfunções estomacais (fortalece a digestão) e intestinais (vermífugo). O presente trabalho pretende avaliar eventuais propriedades antifúngicas e antibacterianas de extratos de Punica granatum.

METODOLOGIA:
Extratos vegetais alcoólicos e hidroalcoólicos foram obtidos de frutos secos e pulverizados. No extrato alcoólico, 51 g do vegetal foram adicionados a 510 mL de etanol, 510 mL de metanol e 510 mL de isopropanol; igual procedimento foi realizado com misturas de 50% álcool-50% água destilada estéril; o período de maceração foi de 4 dias, à temperatura ambiente. Os extratos foram então filtrados em papel Whatmamm 40, e concentrados em evaporador rotativo. A obtenção de fração oleosa: alíquotas de 10 gramas do vegetal foram montadas em sacos de papel filtro, para sofrerem extração de frações oleosas em aparelho de Soxhlet, utilizando éter de petróleo como extrator. Os resíduos que foram gerados nas etapas anteriores foram pesados e ressuspensos em solução salina tamponada e esterilizados em membrana filtrante, constituindo-se os tratamentos que foram utilizados em testes de sensibilidade. Foram utilizados cepas de S. aureus, E. coli, B. cereus, C. albicans, C. neoformans e A. niger. Os testes foram realizados pelo método pour-plate, e seus controles foram, respectivamente, suspensão microbiana não tratada ou tratada com cloranfenicol (quando se testaram bactérias) ou cicloheximida (quando se testaram fungos).

RESULTADOS:
A atividade antibacteriana foi mais evidente que a atividade antifúngica. A atividade inibidora do crescimento de leveduras foi menos intensa que o efeito observado sobre fungos filamentosos. Ambas as preparações (alcoólica e hidroalcoólica) se equivaleram em atividade antibacteriana, porém os extratos alcoólicos foram mais efetivos sobre fungos, particularmente os filamentosos. Nas preparações utilizadas, nenhuma atividade antimicrobiana foi observada em tratamentos com preparações em concentrações abaixo de 500µg/mL. Para ação antimicrobiana, quer contra fungos ou contra bactérias, o período mínimo de contato necessário foi de 04 horas.

CONCLUSÕES:
Sugere-se pelos resultados obtidos, que extratos alcoólicos e hidroalcoólicos da planta romã (Punica granatum), possuem alguma atividade antimicrobiana, mais evidente sobre bactérias do que sobre fungos. A utilização destes tipos de extratos nos ensaios, ricos em componentes bioativos de natureza lipídica, encontra respaldo na literatura que apresenta várias espécies vegetais como fontes de moléculas biotivas com potencial antimicrobiano em suas frações de óleo essencial e óleo fixo.

Instituição de fomento: Centro Universitário Barão de Mauá (CBM)

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Punica granatum, antimicrobianos, óleo essencial

E-mail para contato: jaks_7@hotmail.com