60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem

ESTUDO DA AUTOMEDICAÇÃO NA POPULAÇÃO DO MUNÍCIPIO DE BARREIRAS-BA.

Carla Doralice Alves da Silva1
Jamile Carvalho Rodrigues1
Anderson Clayton Sá Feitosa2

1. ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM - FACULDADE SÃO FRANCISCO DE BARREIRAS - FASB/BA
2. FARMACÊUTICO-BIOQUÍMICO, ESP. EM ANALISES CLÍNICAS, E DOCENTE DA FASB/BA


INTRODUÇÃO:
A automedicação é uma prática comum, vivenciada por civilizações de todos os tempos, com características peculiares a cada época e a cada região. Desde modo considera-se que a automedicação é uma necessidade, de função complementar aos sistemas de saúde, particularmente em países pobres. De acordo com Paulo; Zanine appud Castro (2006), a automedicação é um procedimento caracterizado fundamentalmente pela iniciativa de um doente, ou de seu responsável, em obter ou produzir e utilizar um produto que acredita lhe trará benefícios no tratamento de doenças ou alívio de sintomas. A automedicação, tal como a prescrição errônea, pode ter como conseqüência efeitos indesejáveis, enfermidades iatrogênicas e o mascaramento de doenças evolutivas, representando, portanto, problema a ser prevenido. É evidente que o risco dessa prática está correlacionado com o grau de instrução e informação dos usuários sobre medicamentos, bem como com a acessibilidade dos mesmos ao sistema de saúde. O uso indiscriminado e prolongado de antimicrobianos químicos sintéticos, por exemplo, tem levado a seleção de microorganismos patogênicos mutantes resistentes. Este problema é mais visualizado em países em desenvolvimento como no Brasil em que a população tem como hábito a automedicação, utilizando-se de maneira indevida os analgésicos, os antibióticos, entre outros. Dessa forma, a maneira pela qual as pessoas percebem o processo saúde-doença influenciam as práticas e os cuidados em saúde. E a enfermagem sendo uma das profissões da saúde que tem a educação em saúde como processo particular de trabalho, pode atuar na atenção primária, ou seja, nos programas de educação para a saúde, orientando a população quanto aos riscos da automedicação. Por conta disso define-se como objetivo do estudo conhecer a incidência da automedicação na população do município de Barreiras-BA.

METODOLOGIA:
O estudo é de natureza exploratória, com abordagem quantitativa, sendo que para a coleta de dados foram aplicados formulários no ano em que se segue. O instrumento foi composto por 13 questões. Os sujeitos da pesquisa foi à população circulante em uma praça na cidade de Barreiras-BA, totalizando 50 pesquisados através de uma amostragem aleatória. Realizou-se estudo-piloto com a primeira etapa do formulário para validar o instrumento e estabelecer a redação definitiva. Assim, durante a coleta, análise e utilização dos dados manteve-se respeito aos aspectos éticos de acordo com a Resolução nº 196/96, do Conselho Nacional de Saúde. Os valores foram agrupados e tratados através da estatística descritiva. Em seguida, foram distribuídos em tabelas e gráficos e analisados à luz de multireferencias.

RESULTADOS:
Os dados coletados apontam que das pessoas pesquisadas 52% eram do sexo masculino. E 50% tinham a faixa etária entre 45 a 55 anos. Apresentaram escolaridade de 30% com 1º grau incompleto . Em relação à cor 60% eram pardas. Observou-se ainda a rena-econômica onde 76% tinham de 1 a 3 salários mínimos. Já o estado civil 60% eram casadas. No que se refere à definição da automedicação 78% não souberam relatar. Quanto ao uso de medicamentos sem prescrição médica 80% utilizavam e 44% faziam uso de algum analgésico ou antiinflamatório. Diante do descrito foi questionado ainda sobre a freqüência do uso de medicamentos sem prescrição e com que finalidade, onde 32% afirmaram utilizar no máximo por dois dias, e 22% informaram o uso em decorrência de algumas dores. Foi evidenciado também que 60% dos sujeitos da pesquisa recebiam indicações de medicamentos dos vizinhos, familiares e amigos. no que se trata das reações adversas e efeitos colaterais 26% descreveram sentir náuseas, cefaléias após o uso dos medicamentos. E 88% disseram não ter nenhuma informação a respeito dos riscos que a automedicação pode causar à saúde.

CONCLUSÕES:
Constatou-se que a automedicação é uma ação perigosa e de alto risco a saúde coletiva que necessita ser combatida, podendo ser minimizada através de uma maior assistência à saúde, devendo ser acompanhada de medidas que promovam a melhoria da qualidade de vida, tendo em vista os determinantes sociais e econômicos do país, e também através de ações preventivas-promocionais. Como a automedicação é um hábito incorporado por grande parte da população, acredita-se na necessidade de ações rigorosas e eficazes, que diminuam ou erradiquem esse comportamento tão praticado quanto arriscado. Dessa forma, a população deve ter em mente que o uso racional de medicamentos significa receber fármacos apropriados para suas necessidades clínicas e individuais, por um período de tempo adequado e ao menor custo para ele e sua comunidade. Com isso determinadas atitudes podem reduzir este problema como, por exemplo, controlar o uso de antibióticos, analgésicos, desenvolver pesquisas para melhorar a compreensão dos mecanismos genéticos de resistência e continuar o estudo de desenvolvimento de novas drogas, bem como proporcionar um espaço propício para uma prática que pode ser desenvolvida pelo enfermeiro.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Automedicação, Enfermagem, Educação em Saúde

E-mail para contato: jamilerodriguesca@gmail.com